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quinta-feira, abril 14, 2005

No país dos Aiatolas

O post no barnabé
O Parlamento do Irão aprovou ontem uma lei que autoriza o aborto, até às 16 semanas, em caso de deficiência mental ou malformação do feto, alargando o âmbito de uma lei que apenas permitia o aborto nos casos em que a vida da mãe estivesse em risco.....

O meu comentário:
As mulheres portuguesas não tem sorte com o seu país. São as que mais trabalham na Europa, as maiores vítimas do desemprego e da violência e ainda são consideradas criminosas quando interrompem o início duma gravidez indesejada.
O conceito de vida é variável. Um feto só se torna viável quando pode sobreviver fora da barriga da mãe (ainda que com recurso a cuidados médicos), o que acontecerá algures entre as 20 e as 23 semanas. Também é nesta altura que o feto começa a ter actividade organizada do córtex cerebral. Antes passa por várias fases, espermatozóide, óvulo, embrião, feto. Sempre com vida, mas sem viabilidade.

5 comentários:

RD disse...

Viável? Viabilidade?
Então já agora aproveitamos e mandamos os paraplégicos e esse pessoal todo sem "viabilidade" desta para melhor, não? Assim teremos o caminho aberto (só nós os fortes, os viáveis) para combater o desemprego e a violência.
A vida é um processo que começa antes disso, não é estar só cá fora a pensar, aliás, isso é que já era bom, se todos pensassem.
É o meu breve conceito de vida e este é o meu breve comentário.
bj*

vermelhofaial disse...

Pois, é mesmo um problema de conceitos. Resumidamente, para mim "vida" é uma coisa e "ser vivo" pessoa é outra. A vida, neste caso já existe desde o espermatozoide e ninguém reclama quanto ao seu futuro. Ser viável é ter, pelo menos, a possibilidade de ter vida autónoma,ainda que com recurso a cuidados médicos. Se amputar uma perna estou elimando vida, mas não "uma vida". Paraplégicos, desemprego e violência são outros problemas.

RD disse...

Estrelinha, ser vivo é possuir vida (falamos de pessoas apenas). Não entendo portanto a tua separação.

Correcção:
Zigoto. Esta célula resulta da fertilização de um oócito por um espermatozóide e é o início de um ser humano. Sempre que um espermatozóide e um oócito se unem, cria-se um novo ser que está vivo e assim continuará a menos que alguma condição específica o faça morrer.
Por tal:
O espermatozoide não possui vida, esta só é concebida na união de duas células, a masculina e a feminina.
Sendo assim:
O que querias dizer quando afirmas que "ninguém reclama quanto ao seu futuro"?
Mais:
Ao amputares uma perna não estás a eliminar vida, já que esta não está em partes mas no seu todo.

Eu digo sempre que não quero falar destas questões em blogs e acabo por fervilhar sempre. :)
Ao menos já vi que és tolerante e aceitas muito bem opiniões diferentes da tua.
Só por isso, um beijinho para ti.

vermelhofaial disse...

Este tema dá pano para mangas. Continuo a dizer que é uma questão de conceitos. Há mais vida para além das pessoas, e estas só são um todo quando separadas do cordão umbilical. Só a partir daqui poderão ser viáveis. É a minha visão, mas como dizes mesmo não concordando aceito outras.

Anónimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado