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quarta-feira, abril 06, 2005

Nem tudo são rosas II

Inquisição ou Santo Ofício (1231 - 1820)

Instituição medieval que atravessou a era moderna. Foi o legado da histeria e paranóia da imaginação religiosa e política da igreja contra as heresias que ameaçavam seus domínios, oficializada pelo papa Gregório IX (1227-1241). Inicialmente, tinha o intuito de salvar a alma dos hereges. Mais tarde, entretanto, passou a empregar a tortura e a fogueira como forma de punição, com autorização do papa Inocêncio IV, em 1254. No auge de seu furor, cerca de 50 mil pessoas foram condenadas à morte no período entre 1570 e 1630, em toda Europa. Através da colonização, essa prática odiosa estendeu–se ao Novo Mundo, sendo aplicada até mesmo pelos reformadores protestantes na América do Norte. Não poupou mulheres, crianças, velhos, santos, cientistas, políticos, loucos e até mesmo gatos que foram vítimas do auto de fé promovido pelos bondosos cristãos.
Até ser abolida, em 31 de março de 1821, vitimou um número de pessoas estimado em cinquenta mil, das quais 1.175 foram queimadas
São mais seis séculos da mais requintada violência sobre mulheres, crianças, cientistas e até santos que precisa ser contextualizada.

6 comentários:

Anónimo disse...

Não vale a pena argumentar o que quer que seja com gente desta...

Felicidades.

vermelhofaial disse...

João, não lhe peço para concordar comigo, pode argumentar à vontade, tenho as minhas convicções e não concordo com tudo, mas respeito a opinião dos outros. É sempre bem aparecido.

Anónimo disse...

Caro amigo

Antes de mais não tenho, nem quero mandatos para defender quem quer que seja. Acho perfeitamente normal que dado a sua orientação política que se oponha à igreja. Agora, o que critico é a forma um pouco básica como estas coisas são postas. Repare, eu acho muito mais grave o alihamento que a igreja teve com algumas ditaduras em pleno século XX, por vezes eram mais as estruturas nacionais que o Vaticano, mas naturalmente os Papas também sabiam e tinham uma relação,no mínimo de tolerância. Não conheço ninguém razoável que defenda os massacres das cruzadas ou inquisição e contextualizar não é de forma alguma desculpar ou omitir da História,
embora exista muitas vezes essa confusão e até tentação para alguns...

Quanto ao meu comentário, sou uma pessoa de humores e ás vezes saiem esses desabafos..

Anónimo disse...

Como o meu computador deu raia quando estava a gravar o comentário, se ficar repetido não é senilidade (por enquanto...)nem é vaidade, é mesmo falta de jeito...

Caro amigo

Antes de mais não tenho, nem quero mandatos para defender quem quer que seja. Acho perfeitamente normal que dado a sua orientação política que se oponha à igreja. Agora, o que critico é a forma um pouco básica como estas coisas são postas. Repare, eu acho muito mais grave o alihamento que a igreja teve com algumas ditaduras em pleno século XX, por vezes eram mais as estruturas nacionais que o Vaticano, mas naturalmente os Papas também sabiam e tinham uma relação,no mínimo de tolerância. Não conheço ninguém razoável que defenda os massacres das cruzadas ou inquisição e contextualizar não é de forma alguma desculpar ou omitir da História,
embora exista muitas vezes essa confusão e até tentação para alguns...

Quanto ao meu comentário, sou uma pessoa de humores e ás vezes saiem esses desabafos..

vermelhofaial disse...

Pois é, afinal sempre é possível estarmos de acordo em alguma coisa, também acho tanto ou mais grave o alinhamento de que fala, umas vezes por acção e outras por omissão, sempre com a cobertura da hierarquia. Mais, salvo raras excepções as hierarquias estão sempre do lado dos detentores do poder, ditaduras ou não. O que também é contraditório com a doutrina pregada. Não consigo encontrar contextualização para tantos factos.

Biranta disse...

As religiões nasceram devido às necessidades intelectuas dos homens de explicarem o que não conseguiam compreender. Ao longo da história do progresso da humanidade, as próprias religiões experimentaram "convulsões", algumas provenientes da oposição que as classes dominantes, nas sociedades e nas religiões, provocaram. Mas, reportando-nos a épocas remotas, não é sensato pretender que as contestações não assumissem também um caracter religioso. As crenças, em si, não representam qualquer problema, na sociedade. O mal é quando o poder se apodera da religião, dos seus preceitos e respectivas interpretações. Esta forma de domínio da sociedade transformou-se na mais cruel das ditaduras, porque atingiu sempre, principalmente, o livre pensamento, as ideias novas, impedindo o progresso da humanidade. Quanto a isso, nada mudou. O papel da Igreja continua igual e a prática deste último Papa foi concordante com isso. Não adianta pedir perdão dos "pecados" passados, aqueles que já não se podem reparar, quando se prosseguem as mesmas práticas. O pior inimigo da própria igreja é a sua ambição de poder e o seu, consequente, conluio com o poder (sempre ao lado de quem tiver mais poder). É isso que os vai perder.
Por mim, o que me "chateia" é ver atribuir qualidades e méritos a quem os não tem, como é o caso do Papa. Se os tivesse, tanto se me fazia que fosse Papa, ou não. Mas não tem. Isto tudo é uma forma de manipulação condenável. O Papa não fez nada (e podia ter feito, se quisesse) para melhorar o mundo, naquilo que é essencial...