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quinta-feira, maio 01, 2014

Trabalhador vs Trabalho

Vivemos hoje uma realidade completamente distinta e desligada dos conceitos e dos paradigmas em que se baseava a Revolução Industrial. Apesar disso, (governos, partidos, sindicatos e patrões) continuam a dar as mesmas respostas para os novos problemas com que a sociedade se defronta, insistindo nos mesmos sistemas políticos e modelos económicos, que nunca vão resolver problemas como o desemprego, a justiça social e as desigualdades. Já entrámos noutro modelo de sociedade, mas as pessoas continuam a guiar-se por valores e padrões do modelo de sociedade anterior. Por exemplo, os Bancos ainda há 30 anos tinham 20 ou 30 funcionários em cada agência, para efetuarem o mesmo trabalho hoje, necessitam de 3 ou 4 pessoas. Outro exemplo, qualquer grande obra, uma doca ou uma estrada, empregavam centenas de pessoas, hoje, para fazerem o mesmo trabalho, basta meia dúzia de máquinas, cada qual com um único operador. Mas as pessoas continuam a reclamar por trabalho, ou por emprego, não percebendo que essa sociedade não vai existir mais (a não ser que voltemos para trás, destruindo toda a tecnologia). O emprego vai ser cada vez mais escasso e portanto, tem de se olhar para as problemáticas que se colocam à nova sociedade e o grande problema não vai ser, o que produzir e como produzir, mas sim como organizar o trabalho, como garantir produções sustentáveis e como dividir a riqueza criada. Ora tudo isto obriga a uma revolução de mentalidades que as pessoas não estão preparadas, nem os políticos do mundo inteiro estão interessados em falar destes assuntos às pessoas (é mais fácil inventar crises, abrir falências, manter elevados níveis de desemprego e enterrar a cabeça na areia).
O trabalho deixou de constituir uma proteção contra a pobreza, tendo-se transformado num mecanismo de aprofundamento das desigualdades sociais. A prova disto, é que 20% dos trabalhadores portugueses vivem hoje abaixo do limiar de pobreza. O desemprego em Portugal cresceu de uma forma consistente a partir de 2000, ou seja, passou de 4% para 18% (números oficiais) e o que a crise veio fazer foi apenas agudizar essa tendência. O que isto nos mostra é que o modo como as sociedades se organizaram a partir da revolução industrial, mas sobretudo a partir da II Guerra Mundial, em que o trabalho se consolidou como princípio organizador da vida individual e coletiva e foi proclamado como referência identitária e valor de moeda nas trocas sociais, vai ter que sofrer uma profunda transformação. Dito doutro modo, a subsistência dos indivíduos terá que ser desligada do trabalho. O próprio sistema de proteção social está muito ligado à posição que o indivíduo ocupa no sistema produtivo e a ideia que tem vindo a ganhar consistência, nalguns movimentos intelectuais e nalgumas linhas de investigação, é que esta lógica terá que ser substituída por aquilo a que se tem chamado rendimento médio de cidadania, a atribuir a cada cidadão independentemente da posição que este ocupa no sistema produtivo.

De onde viria o dinheiro? Da riqueza gerada no reformado sistema produtivo e por via de uma reformulação total do sistema de Segurança Social, isto é, pela canalização dos recursos afetos a abonos, subsídios, rendimentos mínimos, reformas, etc., para esse rendimento médio. É uma ideia polémica, mas há cálculos que demonstram que 80% do que se gasta hoje com essa proliferação de apoios chegariam para pagar aos cidadãos com mais de 18 anos esse rendimento médio, cujo valor teria que ser discutido, não ao nível de Portugal ou Espanha, mas de toda a Europa (já que fomos empurrados para a união política e monetária) e até do mundo ocidental.

Pode dizer-se: és o que fazes. Se fazes um trabalho inútil, bruto, chato, idiota ou monótono... Então DIGNIFICA-TE!
O trabalho é uma explicação muito melhor para a crescente cretinização que nos cerca do que até mesmo mecanismos claramente imbecilizadores como a televisão e a educação (que visa a manutenção do status quo). Pessoas que são arregimentadas por toda a vida, entregues ao trabalho pela escola e delimitadas pela família no início e pelo asilo no fim, estão acostumadas à hierarquia e escravizadas psicologicamente. A preparação para a obediência no trabalho contamina as famílias que elas criam, gerando assim outras formas de reprodução do sistema, e contamina igualmente a política, a cultura e tudo o mais, quando se drena a vitalidade das pessoas no trabalho, elas ficam predispostas a se submeter à hierarquia e à especialização em tudo. Estão educadas para isso.
Sócrates (o outro) dizia que trabalhadores braçais são maus amigos e maus cidadãos porque não tem tempo de cumprir as responsabilidades da amizade e da cidadania. Ele tinha razão. Por causa do trabalho, não importa o que estejam fazendo, os trabalhadores estão sempre olhando para o relógio. O tempo livre é dedicado principalmente a se prepararem para o trabalho. Cícero disse que "quem troca a sua força de trabalho por dinheiro vende-se e coloca-se na classe dos escravos modernos". Isto não deveria causar controvérsias, muitos trabalhadores estão fartos do trabalho, há índices altos e crescentes de faltas, rotatividade, baixas fraudulentas, greves e absentismo no trabalho. E, no entanto, a sensação que prevalece, universal entre chefes e subordinados, é que o trabalho “dignifica”, é inevitável e necessário.

PODEMOS DISCORDAR.
É possível abolir o trabalho (tal como o conhecemos) e substituí-lo, nos casos em que ele tem finalidades úteis, por uma variedade de novos tipos de atividades livres. Abolir o trabalho requer atacá-lo em duas frentes, a quantitativa e a qualitativa. Por um lado, o lado quantitativo, tem que se cortar de forma maciça a quantidade de trabalho que está sendo feito. Atualmente, a maior parte do trabalho é inútil ou coisa pior, e deveríamos simplesmente acabar com ela. Por outro lado - e acho que essa é a parte crucial e a novidade revolucionária, é necessário pegar no trabalho que permanece útil e transformá-lo numa variedade de passatempos lúdicos e artesanais, indistinguíveis de outros passatempos prazerosos exceto pelo facto de que resultam em produtos finais úteis. Eu estou preparado para aceitar essa nova sociedade que nem sei como se irá chamar, mas será uma sociedade de certeza mais fraterna, solidária e respeitadora da natureza humana. Aí, todas as barreiras artificiais do poder e da propriedade poderiam cair. A defesa do ambiente e do Planeta viria por arrasto. Estaríamos dando um verdadeiro contributo para O FIM DA EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM”.

 VIVA O 1º DE MAIO! 

Súmula de vários (personalizada)

quinta-feira, abril 24, 2014

ABRIL será sempre um mês e dia 25 será sempre um dia…


Com a Revolução que se seguiu ao golpe de estado em 25 de ABRIL de 1974 começou um país mítico de sonho, de igualdade e justiça, supostamente alicerçado num Pacto Social duradouro, começou um sonho de gentes pobres, quantas analfabetas, estudantes, intelectuais, trabalhadores de diversos sectores que não acreditavam só utopicamente numa sociedade mais igual, acreditavam, e essa é a história da Revolução de Abril, que podiam ser eles a fazê-la, a construí-la, em vez de delegar nos outros esse poder.

A democracia direta é a filha da revolução, a democracia representativa é filha da contra-revolução e visa acabar com a obrigação do estado interagir sistematicamente com as estruturas de base, mais ou menos organizadas (interpretar o querer dos representados e estar disponível para ser permanentemente sufragado), e estabelecer a "normalização da democracia". Foi a aplicação da teoria Carter, que se centra na ideia de pôr fim às revoluções ou evitá-las criando uma base social eleitoral, no quadro do regime democrático-representativo, a forma encontrada para transformar a “Democracia” num logro. Assim, é às mãos dos falsos democratas e falsos amigos do Povo que se estão destruindo todas as conquistas do 25 de ABRIL.

Passados 40 anos podemos continuar a sonhar, mas se continuarmos, ordeira e passivamente, a passar cheques em branco o sonho passa a pesadelo, como é bom de ver.
Defender "25 de ABRIL SEMPRE!" é ter consciência desta diferença, e crer e querer assumir nas próprias mãos o rumo da própria vida.

Abril será sempre um mês e dia 25 será sempre um  dia…
"25 de ABRIL SEMPRE!", é… “REVOLUÇÃO todos os dias!”.

domingo, dezembro 15, 2013

Paulo Morais na Assembleia da República

Quem fala assim não é gago, pena é que prega no deserto. O sistema democratico-representativo e a classe dominante que o defende permitem estas janelas de denuncia e protesto (alguns visados até aplaudem para credibilizar a cena), mas desde que tudo continue como dantes. De 4 em 4 anos temos o "direito" de eleger elementos que os partidos e os "opinion-makers", que nos fazem a cabeça, dizem ser nossos representantes, para legislarem e governarem em roda livre, sem uma sistemática prestação de contas, o que os faz sentirem-se donos do mandato e que o podem vender pelo melhor preço. Assim, temos deputados e governos capturados pelo poder económico, na maior teia de promiscuidade e corrupção. Não é fácil mudar a situação, mas é possível, temos é de ser muitos a crer e querer.

terça-feira, outubro 15, 2013

PAPA CONSAGRA O MUNDO AO SAGRADO CORAÇÃO DE MARIA


 1- O que quer dizer “consagração do mundo ao sagrado coração de Maria”???!!!
“Consagrar”, em termos religiosos, é o ato pelo qual uma coisa deixa de ser profana para ser destinada ao serviço divino.
Então, o que é deixar o mundo de ser profano e remetê-lo para o “serviço divino”???!!!
Esta “consagração” é um ato tresloucado, sem sentido nenhum.
Que poderes tem o papa para se arrogar à atitude demencial de “pegar” no mundo, com todos os seus biliões de habitantes e de religionários de diferentes igrejas e credos e atribuí-lo a uma entidade do jardim da celeste corte, que era, segundo a Bíblia, apenas mãe de Jesus, sem mais nenhuma atividade, ideia ou qualquer coisa de relevante, após o parto???!!!
Isto não tem qualquer sentido!!!
Teria outro sentido lógico, do ponto de vista católico, se o papa “atribuísse” o mundo a “Deus” e ao seu ectoplasma antropomórfico, Jesus.
Mas a lógica não quer nada com religiões, nem os religionários com aquela…

2- O que significa consagrar ao “coração de Maria”???!!!
O que é que o coração tem de relevante, que o cérebro não tenha, ou os olhos ou a língua ou o fígado ou os Ilhéus de Langerhans (grupo de células pancreáticas produtoras de insulina) ou a… vagina da Maria???!!!
A dona Maria pediu alguma coisa ao papa???!!!
Isto não tem nenhum sentido!!

3- Antes da consagração, não havia… consagração. Então, em que estado estava o mundo, a ponto de o papa o consagrar???!!!
Será que o mundo estava turbulento, em crise profunda, em miséria crescente, em desatino, em deriva ideológica geral???!!! Por que é que o papa Chico o “consagrou???!!!
Isto não tem sentido nenhum!!!

4- Que actos e que propriedades físico-químicas (espirituais…) decorrem dessa “consagração”???!!!
Será que depois desta consagração, o mundo vai melhorar???!!! Como???!!!
Aliás, isto é uma “re(consagração), pois que a anterior havia sido feita em 25 de março de 1984, por JP2. Que é feito desta???!!! Não teve efeito???!!! Perdeu o prazo de validade???!!! A “senhora” de Fátima pediu mais???!!!
Nada se sabe, nada dizem!!!
Isto não faz qualquer sentido!!!

5- O que acontece aos “consagrados”???!!!
Sim, o que vai acontecer agora, após esta “consagração”, aos consagrados, isto é, aos religionários de todas as religiões e igrejas, aos indiferentes, aos ateus, aos agnósticos, aos mortos de há milhares de anos até hoje, à flora e fauna e às placas tectónicas???!!!
Mas eu não quero ser consagrado! Que é que eu faço? Que me vai acontecer???!!!
Isto não patenteia qualquer sentido!!!

6- E como é que uma pessoa ou coisa poderá ser “desconsagrada”???!!!
Mistérios católicos…

7- Que males estarão afastados das pessoas e das sociedades, a partir duma “consagração”???!!!
 Vão desaparecer a nova bactéria corrosiva do ser humano, as outras doenças, a crise orçamental, evitar os desastres de viação e aviação, os sismos e tsunamis, a perda de rendimentos???!!!

8- Que significa a estátua da “senhora de Fátima”???!!!
Os toleirões dos religionários, na sua ignorância infinitamente estúpida, olham para a estátua dessa “senhora” ou de qualquer outra ou outro “senhor”, do aprisco divinal, com a sensação de que estão a olhar para alguém de carne e osso, que está ali, em pose de espécie de múmia paralítica, amadeirada ou porcelânica, do jardim da celeste corte.
Ora, uma estátua religiosa foi feita por um qualquer santeiro, que assim idealizou uma “senhora” ou um “senhor” da estratosfera divina, sem qualquer correspondência com a dita “senhora” fatímica.
Chamar-lhe “senhora de Fátima” ou das “Dores” ou do “Bom Despacho” ou do “Carmo” ou do “Ó” ou, na variante masculina, “Jesus” ou “S. Roque” ou S. Rafael ou “Senhor dos Navegantes” é igual a nada, pois aquilo nada significa, além duma estátua.
Adorar estátuas é do mais ridículo que há, porque estão a adorar um pedaço de material, que representa, apenas, o que se quiser que represente e não a figura real duma pessoa.

Além de que:
“Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; Não te encurvarás a elas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.” Deuteronómio 5:8-9

A religião é a coisa mais estúpida do mundo… e arredores!…

Por João Pedro Moura

domingo, setembro 29, 2013

sexta-feira, setembro 27, 2013

Cartão vermelho ao Governo

Porque Revoluções foram feitas pela conquista do direito de voto e porque o "rebanho vai meditar" é de toda a importância deixar aqui esta citação : "Os cordeiros que vão ao matadouro nada dizem e nada esperam. Mas ao menos eles não votam no açougueiro que os matará, e no burguês que os comerá. Mais besta que as bestas, mais ovino que os ovinos, o eleitor elege seu açougueiro e escolhe seu burguês" — Octave Mirbeau

Ainda me lembro de Berta Cabral, enquanto candidata do PSD-Açores a presidente do Governo Regional dos Açores, a tentar renegar Passos Coelho, depois foi o que se viu, foi ajudá-lo: a destruir a economia; a reduzir salários e pensões; aumentar as "bichas"do desemprego; etc. etc., enquanto, juntos, violam constantemente a Constituição. Nessa altura, os atuais candidatos autárquicos estavam todos lá.
Vem agora, à semelhança daquela, os candidatos às câmaras e freguesias também renegar Passos Coelho. Se tem assim tanta vontade de saírem da sua zona de conforto e porem as suas capacidades ao serviço da comunidade é do mais elementar bom senso saberem escolher ou destituírem os seus dirigentes, senão arriscam-se, no mínimo, a estarem conotados e comprometidos com a orientação partidária.

terça-feira, julho 02, 2013

Cavaco e Coelho em estado de negação

O Palhaço com o menino ao colo...
Passos Coelho não se demite?!... Portas é substituído no Governo por Cavaco Silva e o ministério passa a designar-se "Ministério Presidencial da Pouca Vergonha e da Palhaçada".