A "Pátria" por quem morríamos e matávamos
A "Pátria" que quase um milhão de soldados defendeu durante 13 anos era constituída pela família Mello, pela família Champallimaud, com associações de passagem ao conde de Caria e ao visconde de Botelho; a família Quina, a família Espírito Santo, as famílias Feteira-Bordalo, Vinhas, Albano Magalhães, Abecassis, Sousa Lara, pelo Grupo Fonsecas e Burnay e mais o Banco Nacional Ultramarino. Estão aí, todos, a mandar no país.
Por eles, a mando deles, deram a vida mais de 8 mil portugueses, ficaram feridos 30 mil, estão gravemente feridos na mente mais de cem mil - com o passar dos anos e o envelhecimento este número vai aumentando até que a morte o faça diminuir e depois acabar - e uma infinidade ferida na alma.
Por eles, a mando deles, as despesas do Estado ficaram hipotecadas em grande escala à guerra.
Por eles, a mando deles, deram a vida cerca de 300 mil africanos a que se deverá acrescentar as vítimas, por eles a mando deles, dos massacres anteriores à guerra colonial: S Tomé em 1953, Guiné Bissau em 1959, Moçambique em 1960, Angola em 1961, seguido do massacre urbano como retaliação ao ataque à cadeia de Luanda pelo MPLA, em 4 de Fevereiro de 1961 data oficial do início da luta armada contra o colonialismo.
Depois foram os treze anos de guerra. Uma guerra tecnicamente de baixa intensidade, mas, humanamente, de alta brutalidade. No seguimento, aliás, da colonização que foi tudo menos sofisticada, assentando num racismo rural que dava para fazer vida com as negras e delas ter filhos e para mandar enforcar o irmão delas se fosse demasiado recalcitrante, incómodo ou, apenas, pouco submisso
Ninguém espere comportamento decente de quaisquer tropas de ocupação. Ele é impossível. Pelo carácter mesmo do conflito. Na guerra colonial, naturalmente, também.
Enterrem-nos, queimem-nos, apaguem os vestígios, diziam os generais todos depois dos massacres.
A tragédia é que, quem fazia esses massacres e cometia esses crimes, eram jovens arrancados à universidade, à escola técnica, ao amanho da terra, ao trabalho na fábrica.
...continua amanhã ...
Por eles, a mando deles, deram a vida mais de 8 mil portugueses, ficaram feridos 30 mil, estão gravemente feridos na mente mais de cem mil - com o passar dos anos e o envelhecimento este número vai aumentando até que a morte o faça diminuir e depois acabar - e uma infinidade ferida na alma.
Por eles, a mando deles, as despesas do Estado ficaram hipotecadas em grande escala à guerra.
Por eles, a mando deles, deram a vida cerca de 300 mil africanos a que se deverá acrescentar as vítimas, por eles a mando deles, dos massacres anteriores à guerra colonial: S Tomé em 1953, Guiné Bissau em 1959, Moçambique em 1960, Angola em 1961, seguido do massacre urbano como retaliação ao ataque à cadeia de Luanda pelo MPLA, em 4 de Fevereiro de 1961 data oficial do início da luta armada contra o colonialismo.
Depois foram os treze anos de guerra. Uma guerra tecnicamente de baixa intensidade, mas, humanamente, de alta brutalidade. No seguimento, aliás, da colonização que foi tudo menos sofisticada, assentando num racismo rural que dava para fazer vida com as negras e delas ter filhos e para mandar enforcar o irmão delas se fosse demasiado recalcitrante, incómodo ou, apenas, pouco submisso
Ninguém espere comportamento decente de quaisquer tropas de ocupação. Ele é impossível. Pelo carácter mesmo do conflito. Na guerra colonial, naturalmente, também.
Enterrem-nos, queimem-nos, apaguem os vestígios, diziam os generais todos depois dos massacres.
A tragédia é que, quem fazia esses massacres e cometia esses crimes, eram jovens arrancados à universidade, à escola técnica, ao amanho da terra, ao trabalho na fábrica.
...continua amanhã ...
1 comentário:
gostei do "amanho da terra"!!!
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