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terça-feira, novembro 01, 2005

Razão e religião

O artigo publicado na Religion and Society, é mais uma prova de que a decadência da sociedade não anda de mãos dadas com o secularismo nem a ausência de crenças. Chega mesmo a afirmar que a crença religiosa causa danos à sociedade, contribuindo para mais elevadas «taxas de homicídio, aborto, promiscuidade sexual e suicídio».

Desenganem-se os que afirmam que a religião é necessária para a coesão social. É simplesmente triste constatar a facilidade com que as pessoas alienam a sua capacidade própria de fazer juízos éticos que guiem as suas vidas, preferindo seguir normas ditadas por outrem, ou seja, a facilidade com que prescindem voluntariamente de ser livres.

Os avanços éticos da sociedade são feitos contra as crenças sem fundamento racional, sejam estas crenças religiosas ou culturais. A liberdade de pensamento e de expressão, a igualdade e a defesa das minorias são valores éticos conseguidos através da luta contra a religião.

O novo papa, que tanto gosta de criticar o "relativismo moral" das sociedades seculares esquece-se que esse relativismo se encontra em perfeição nas religiões, visto que todas têm normas múltiplas e contraditórias, impossibilitando a construção de valores universais. Enquanto que o papa diz que não se deve matar nem um espermatozóide, Bin Laden diz que todos os infiéis devem ser exterminados. Qual deles estará correcto?

Uma ética baseada somente na fé desresponsabiliza-nos. Dizer que não se deve matar porque isso é um mandamento bíblico está ao mesmo nível de dizer que se deve matar porque isso é um mandamento islâmico. O fundamento da ética deve-se procurar na razão e não em escrituras milenares.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sem comentários. Está tudo dito.

Jorge Wilson disse...

Fica esperto. Marx era muito culto, mas era depravado, racista e era um burguês que possuía duas empregadas em casa, que engravidou uma delas e não assumiu a paternidade.
Isso nenhum marxista sabe, pois eles ignoram.