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quarta-feira, novembro 09, 2005

Maioria de direita

PS, PSD e CDS-PP chumbaram hoje, na Comissão de Assuntos Constitucionais, um requerimento do Bloco de Esquerda (BE), apoiado pelo PCP e PEV, para que o Parlamento retomasse o processo de alteração da legislação sobre o aborto.
O requerimento do BE propunha que o projecto de lei do PS que despenaliza o aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez - o único diploma aprovado na generalidade sobre este assunto - passasse à discussão na especialidade.
A desculpa do PS com o “cumprimento” da promessa do referendo, só fortalece a direita e os sectores mais retrógrados da igreja que tudo fazem para impedir a aprovação duma lei que acabe de vez com a hipocrisia e a humilhação das mulheres.
Não nos podemos esquecer que no referendo de 1998 só 50,5% dos 31,8% dos eleitores, um reduzido número, se pronunciou contra e os restantes 68,2% deixaram na competência da Assembleia a solução do problema. O referendo não foi vinculativo.
Meter a cabeça na areia e adiar, significa o arrastar de uma situação muito dramática e muito grave para muitas mulheres e acresce ainda dizer que a consulta, por referendo, pode ser inviabilizada por um Presidente da República que seja contra a sua realização.

6 comentários:

Anónimo disse...

Meu amigo vermelhinho, hoje tens andado com uma pedalada que ninguém te apanha!
Sabes, tenho andado a magicar que o Sócrates "forçou" a candidatura de Soares a Belém e também "forçou" a (possível) não candidatura de Alegre com um só objectivo:
- A vitória de Cavaco!
Eles tem o memso estilo!
Até ambos são contra o aborto.
E está tudo dito (para mim)

RD disse...

Já tinha ouvido essa, até falaram disso nos Prós e Contras da semana passada. Não vou muito por aí, mas em política muita coisa é possível, sem dúvida.
Anda tudo no mesmo saco, afinal parece que já não se justificam os partidos. ;)

vermelhofaial disse...

Pois, essa teoria já o nosso amigo Bloquista convicto aqui tinha feito referência. Achava um absurdo, mas pelos vistos muita gente pensa o mesmo.
Uma coisa é certa, Cavaco combina perfeitamente com Sócrates, se um diz mata o outro diz esfola.

Anónimo disse...

Periquito. Fico satisfeito por alguém, que não eu, tenha defendido uma teoria idêntica à minha.
Pelos menos assim pode não parecer uma novela mexicana.
Continuo na minha de que os Partidos são a base da democracia, desde que sejam verdadeiros Partidos Políticos e não "quebrados por interesses dos grupos económicos".

Anónimo disse...

Também acredito, (quero acreditar), que a base está nos partidos, mas a realidade é bem diferente e, creio, que todos constactamos que é exatamente o dinheiro que comanda tudo, pelo menos nos sistemas capitalistas, que (infelizmente) é também, cada vez mais, a realidade portuguesa.
Se há 20 anos me tivessem profetizado um socialista a governar, em 2005, como o sócrates o está fazendo, certamente, que eu não acreditaria.
Mas os dias de hoje são bem demonstrativos disso mesmo.
E o resto é já uma charada de ideias, utopias e realidades, embora bem no fundo continue a sentir-me um idealista e também um utópico!
A direita quando governa o mundo atrasa-se (isto são dados históricos)
O que já não é histórico é o PS ter ginado à direita, ainda pior que soares nos anos 80.

Anónimo disse...

A questão que se põe actualmente é que, entre a ideologia que norteia (ou devia nortear) a actuação dum Partido e a prática dos seus militantes(?) e/ou apoiantes, cada vez têm menos a ver entre si. Se não, vejamos as declarações do ex-vice Presidente da C.M. do Porto, antes das autárquicas, à revista VISÃO que, muito resumidamente denunciam a existência dum grupo de políticos profissionais, instalados no PSD e no PS, a soldo dos grandes grupos económicos, que mesmo que a mosca mude, a "merda" é sempre a mesma.
Daí que cada vez mais, PSD e PS são as 2 faces da mesma moeda.
Mas isto já não são Partidos Políticos, são bandos organizados a soldo do dinheiro.