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sexta-feira, novembro 25, 2005

Blogar, uma relação amorosa?

E, de repente, quando no início blogar parecia tão fácil como sermos nós próprios, descobrimos afinal que é um casamento com um cônjuge exigente, que quer atenção, mimos, carinho, afecto, novidades, surpresas, prendinhas, jantares íntimos e sexo tórrido todos os dias, no meio da rotina mais banal e ínsipida.
E então uma pessoa começa a pensar se lhe interessa mesmo manter essa relação, se não prefere procurar amantes novos, sair com os amigos, ler livros interessantes, ir a cinemas e teatros, voltar ao diário rabiscado.

E depois vem a hesitação de abandonar os filhos-posts, o receio de ficar só, a angústia de não se voltar a encontrar um cônjuge tão devoto, tão carinhoso, tão amante.

E então é preciso escolher. Às vezes persiste-se, escolhendo a segurança dos episódios felizes e dos momentos inesperados. Outras vezes divorciamo-nos, só para regressar de imediato ao conforto dos mesmos braços. Outras ainda procuramos novos braços que nos acolham. E alguns desaparecem, no sossego da vida sem compromissos.

No fim de contas, blogar talvez nos fascine e prenda porque é tão parecido com amar.


4 comentários:

A ilha dentro de mim disse...

Afinal, parece que tudo se resume ao amor! Quer queiramos quer não, ele está sempre lá. Nem que seja pela negação constante da sua existência, que tanto nos atormenta como nos preenche. No final, a imagem que fica é doce. À semelhança deste post, que tem o sabor de um adeus que não se consegue dizer e o cheiro de uma saudade que não se quer sentir...

RD disse...

Respondendo à sua pergunta inicial, digo que não. Pessoalmente.
Talvez já tenha passado essa fase de dedicação ao blog, tal como namoro de primeiros meses, mas agora nem por sombras. Blogo quando me apetece, sem compromissos, sem querer manter alguém, sem justificações. :)
elbravinha, excelente texto o teu.

Caiê disse...

Pessoalmente, comecei essas coisas por brincadeira (as meninas que estão acima já o sabem)... Mas quando comecei o meu próprio blog,quase de seguida, fi-lo por necessidade de dizer uma data de coisas. Na altura, tudo estava a mudar para mim e porque não tentar também mais essa coisa nova na vida?
Mas da mesma maneira que comecei, hei-de terminar quando achar que já não me diz absolutamente nada... Acho que o blog não é uma relação com ninguém, excepto connosco próprios. Pode é levar a conhecer gente, isso sim. Mas, quanto a mim, nem estou muito interessada nisso... Fi-lo quase egoístamente. Poder-me-ão responder que todo o Amor é egoísta. Mas o blog é uma comunicação demasiado unilateral para ser afectivo... ;)

Anónimo disse...

Cuidado Vermelhinho. O teu vicio está virando paixão?