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sexta-feira, outubro 28, 2005

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!

Cavaco apresentou as suas ambições, um autêntico programa de governo, perante uma assistência repleta de figurões, banqueiros, ex-ministros, empresários, enfim todos quantos são responsáveis pela crise que vivemos.
Uma grande parte da plateia eram os “nossos reformados de luxo”, afinal somos um País de reformados, que acumulam com altos cargos, e de jovens desempregados que não encontram uma brecha para entrar no mercado de trabalho.

Por outro lado, a candidatura do Marocas e do aparelho do PS continua a trabalhar, cavando afincadamente no buraco em que se enterra, Segundo as últimas sondagens já estará 5 pontos atrás de Manuel Alegre e tudo indica que o “venerável senador da República” e o PS terão a sua mais humilhante derrota.

As mesmas sondagens alertam-nos para a necessidade de concentração de votos em Manuel Alegre, senão quisermos ser responsáveis pela eleição do candidato da alta finança e da “economia de mercado” logo à primeira volta.
Também eu gostava mais de votar em Louçã, até concordo que se candidate para dizer umas verdades e mostrar que há alternativa, mais que alternância, mas qualquer sectarismo será uma boleia para Cavaco.

16 comentários:

Anónimo disse...

Uns que se candidatem para dizer umas verdades, outros que se candidatem(aram) porque as sondagens lhe foram (são) favoráveis e nós em vez de dar o votos a quem diz as verdades, vamos dar o voto a quem anda atrás das sondagens. Com medo de Cavaco, ou com medo de Soares? Não percebo...O voto em Louçã é um voto de convicções contra os votos dos jogos de poder.
A despropósito, ainda não ouvi o Alegre falar das medidas do governo Sócrates. Pelo menos nesta altura podia demarcar-se, só ganharia com isso. Ou será que concorda com elas, globalmente?

Anónimo disse...

Ao contrário do que se pense, Manuel Alegre não está só nesta "corrida", tem com ele muita gente.
Muitas e muitas pessoas que encontram nele as qualidades necessárias a um Presidente da República:
- inteligência, cultura, capacidade de diálogo, frontalidade, transparência, lealdade.

Anónimo disse...

Homem de palavra, homem de palavras

Em Portugal, a direita nunca foi alegre. Ficou-lhe da herança caceteira, inquisitorial e beata a rigidez sisuda, o sobrolho carregado da desconfiança, o paternalismo bafiento e sacrista. A direita, em Portugal, gosta de salvadores, e como o Salvador nasceu em Belém, baba-se de sofreguidão sempre que lhe falam em Belém, não por causa do Belenenses, ou dos pastéis de nata, mas por causa do perfume inebriante do poder. A direita, em Portugal, gosta de se ver retratada nos emproados manequins da Rua dos Fanqueiros, vergados ao peso da goma e da naftalina. Por isso tem o que merece.

Por sua vez a esquerda portuguesa foi-se deixando entristecer por ter renunciado aos sonhos que a podiam ter mantido alegre. Enquanto resistiu, foi com frequência dogmática, monolítica e maniqueísta, porque brilhava demasiado longe o sol que podia aquecê-la. Em Abril, o mês anunciado na poesia de Manuel Alegre, veio para a rua engalanar-se de esperança, mas depressa deixou estiolar o cravo e agonizar a festa.

Hoje Portugal respira com dificuldade e sente a vista turva no coração da encruzilhada. Portugal precisa de um novo alento que não vem do calculismo aparelhista, da mentira eleitoralista, do mais vergonhoso relativismo moral, do desprezo pela palavra dada, do olhar cabisbaixo que teme encarar o futuro de frente.
Portugal precisa de uma política limpa, de uma política cidadã, de uma política à prova de desencanto e de renúncia.
Portugal precisa de uma política alegre, que seja sinónimo de esperança, ânimo e coragem. Portugal precisa de ter em Belém quem consiga devolver-lhe a capacidade de sonhar.
Portugal precisa de uma grande campanha alegre que não se esgote nestas eleições, mas que seja a campanha de uma vida para todos quantos já haviam desistido de fazer quaisquer campanhas. Portugal precisa de ter em Belém a experiência da política casada com a claridade da poesia.
Portugal precisa da lírica da esperança associada à épica da convicção.
Portugal precisa de um grande desígnio para voltar a ser alegre. Portugal precisa da alegria para voltar a ser feliz.
Portugal precisa de sonho e de coragem como de pão para a boca. Portugal precisa, mais do que nunca, não de um salvador, mas de um homem de palavra e de palavras.

Portugal precisa de Manuel Alegre.

RD disse...

Eu sou uma pessoa alegre, amigo periquito e não cheiro a naftalina! ;) hehe.
Votem todos conscientemente, os candidatos que falem por eles que já é tempo, não precisam de nós para defendê-los e, além do mais, nenhum de nós está livre de ter que engolir no futuro alguma coisa que diga hoje.
Fico-me por aqui quanto aos senhores candidatos.
Até breve :)

RD disse...

Um pequenito achega...:
Que necessidade foi a sua de chamar ao blog «Estrelinha AJUÍZADA»?
Para se demarcar de algum preconceito existente, tal como o título deste post "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!"?
Bom fim de semana senhores!

vermelhofaial disse...

Preconceitos, quem os não têm, por mais disfarçados que estejam por debaixo da nossa BRAVURA, lá estão eles mesmo sem darmos por isso.

Anónimo disse...

De facto enganei-me na palavra. As minhas desculpas.
Não queria dizer pré-conceitos, mas sim pré-supostos. E separo as palavras, tal como elas se compõem, para que se perceba a distinção.
Sim, pré-conceitos temos e ganhamo-los pela educação, imitação, etc, são neles que assentamos o nosso agir e não por impulsos... como os bichinhos.
Mas pré-supostos... são bem mais perigosos, indicam sabedoria absoluta sem pensamento crítico/reflexivo. O "pré" reduz toda a hipótese à procura de confirmação de expectativa.
GB

vermelhofaial disse...

Nem mais, e cada um que enfie a carapuça conforme lhe sirva.

Anónimo disse...

"Sim, pré-conceitos temos e ganhamo-los pela educação, imitação, etc, são neles que assentamos o nosso agir..."
Para quem afirmou que não é minimamente influenciável... deveria querer dizer outra coisa qualquer.
Eh!Eh!

Anónimo disse...

Bloquista, não tenho jeito para desenhos. GB

Anónimo disse...

Mas como sou muito paciente vou-lhe explicar que MIMETISMO e ESCOLHA voluntária, deliberada e consciente - que passa por um processo critico/reflexivo - são coisinhas bem diferentes. Pode imitar o que pessoalmente acha bem e não cegamente porque os outros o fazem. Get it?
Para bom entendedor... quando dizia "imitação" entrelia-se isto... mas vejo que meia palavra não basta.
Se anda atrás do que pegar deixo de lhe responder porque isso para mim já não entra no espírito tolerante de debate que conheço.
Para mais o que lhe interessa a si se sou ou não influenciável? Não basta a minha palavra? Não tenho necessidade alguma de lhe provar nada.
Passe bem caríssimo. GB

Anónimo disse...

Para autocrítica... não está mal.
Se alguém "pegou" não fui eu.
Eu sempre tenho debatido ideias, não pessoas, excepto quando uma pessoa personaliza uma ideia, caso do Cavaco.
Se não tivesse bloquista no meu "username", eventualmente não teria levantado tanto pré-conceito. Influências...

Anónimo disse...

fica assim, é mais fácil cada um acreditar no que lhe dá mais jeito. certo? ;)
adieu

RD disse...

encerro hoje as minhas conversas políticas. só o digo para o caso do estrelito estranhar as minhas ausências em posts do género. :)
explico-me: acredito em muitas coisas que tocam em todas as cores e por achar que isto anda tudo misturado, deixou de me fazer sentido andar a fazer defesas. assim me dita a consciência.
abraços à casa! :)

vermelhofaial disse...

Este espaço está sempre aberto à participação de todos quantos queiram deixar a sua opinião.É um espaço onde verto algumas opiniões, que exponho aos comentários dos visitantes, que muito aprecio mesmo que discorde.
Não nego que procuro incutir uma determinada orientação política, mas essa foi a razão de me lançar nesta aventura.
Se tenho alguma imaturidade política, então em informática sou um nabo, mas aqui tenho evoluido anos-luz,podendo dizer que actualmente já dou uns toques.
Mas também são abordados aqui outros temas, não tanto partidários, mas sempre políticos como todos os nossos actos.
Cara Gado Bravo, como já lhe disse várias vezes esteja à vontade, apareça sempre que lhe apeteça, aqui não há trancas na porta.
Bjs, vá aparecendo.

RD disse...

Caro amigo,
Apareço concerteza.
As minhas razões são as que já disse acima e apenas minhas, nada que tenha a ver com qualquer desacordo, como é óbvio, pois isso seria ridículo e iria contra o que mais defendo (tolerância, pluralismo e respeito pelos outros).
A questão é a responsabilidade que acho que tenho/temos em dizer o que dizemos, porque para mim, as palavras valem muito e não gosto de banalizá-las. Há que reflectir bem e este é o meu momento.
Até já :)