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terça-feira, outubro 25, 2005

Cavaco e a "Ditadura da Economia de Mercado"

Cavaco Silva parece um candidato a Bonaparte ... por cima e acima de tudo e todos!

Cavaco Silva e os seus principais apoiantes lançarão a imagem de uma candidatura que vai da direita até à esquerda. Coincidentemente ou não, surgem na imprensa vozes clamando por mais presidencialismo!

Não é por acaso que está a ser levado ao colo pela máquina partidária do PSD e pelos lobbies financeiros que rodeiam esse partido político.
A campanha despudorada da SIC anunciando dias a fio a "cerimónia" do anúncio da candidatura , o apoio descarado da TVI, o seguidismo envergonhado da RTP, são prova da boleia que os media estão a dar a Cavaco.

Vai sendo, cada vez mais claro, que as diferenças entre todos os que defendem a "economia de mercado", são crescentemente ténues e impercétiveis.

Em vez do aprofundamento da democracia ouviremos falar, provavelmente, de algo como democracia forte, de mais ordem ... tudo sob o fundo da chamada economia de mercado!

A ditadura (não há outro termo mais adequado) da "economia de mercado" contra a "economia do trabalho", uma economia baseada na participação e na planificação democráticas, nos direitos e deveres dos trabalhadores, na cultura do pleno emprego, na cultura do direito à reforma e do direito à vida fora do trabalho, é algo que, mesmo com vestes "socialistas" e outras eventualmente mais "radicais", vai colocando no plano da semelhança e até da mais banal igualdade, todos aqueles, aparentemente diferentes mas afinal iguais, defensores dessa coisa chamada "economia de mercado", o liberalismo/capitalismo!

18 comentários:

RD disse...

Estrelito, o seu post fez-me rir. Repare que se o ler em voz alta, pontuadamente e em tom de oratória, vai parecer um... ditador! hehe.
Pelo à vontade que já ganhámos em trocas de ideias políticas, peço-lhe que não me interprete mal e que mantenha a sua tolerância quando lhe digo que para mim há aí nesse post muita distorção.
Lá venho eu com as minhas filosofias, mas digo-lhe que ter inclinação partidária e abraçar uma causa não significa que sejamos tendenciosos e compulsivamente influenciadores - política não é SÒ isso. Ser livre implica também saber respeitar a liberdade dos outros e deixá-los escolher sem interferir ou manipular.
Sejamos claros, isso sim, é democracia.
Devíamos ser todos grandinhos para sabermos quando estamos a ser «levados» pela comunicação social ou melhor, pela «influenciação» social.
Acho que é boa altura para entendermos o que realmente este país precisa, em vez de «ouvirmos com os olhos» o que os candidatos nos debitam através de marketing.
Isso da "economia do trabalho" para mim não existe, é pura utopia e passo a interpretar.

"uma economia baseada na participação e na planificação democráticas" -> participação democrática económica dá em capitalismo com outro nome e planificação simplesmente não há. Em Portugal ninguém planifica nada.

"direitos e deveres dos trabalhadores" -> direitos há, as pessoas é que têm medo de exercê-los, e dizem ser livres. Deveres é mentira. Poucos são os que trabalham com amor à camisola e conscientemente. Tudo se resume a ganhar dinheiro. Sempre disse que o povo é a classe mais capitalista que existe, basta haver oportunidade para isso.

"na cultura do pleno emprego" -> e acha que havendo mais empregos num país onde todos acham que são doutores, se vão empregar em qualquer lado? Já foi a um centro de emprego ultimamente saber qual a estatística de recusas de trabalhos? Eu já. Vá e depois conversamos.

Concordamos com o direito à reforma que é um serviço primário que o Estado deve proporcionar.
Já não é mau! :)

Temos, para que haja tudo isso que propôs, e de que não discordo (só entendo que seja uma utopia enquanto as coisas continuarem no reino dos sonhos) que «educar» os portugueses a mudarem de vida no sentido de que o Estado não pode continuar a ser a desculpa para tudo enquanto não fomos nós próprios capazes de saber fazer mais sózinhos.
Parecemos uns incapacitados, amarradinhos, sentados À espera de tudo feito!
Haja paciência para viver com isto, não é a mentalidade do facilitismo ou dos subsídios que quero passar aos meus filhos.

Anónimo disse...

Não vou votar cavaco.
Os outros que façam o que a sua consciência lhes ditar.
Porque não voto cavaco?
Apesar de admitir que no seu 1º mandato de 1º ministro fez algo por este país, nos restantes, com maioria absoluta fez o que entendeu. Não foi humanista, pouco democrático, "fugiu" com o rabo enter as pernas e, entre enormes escândalos e muitas outras coisas mais, deixando o país com um défice superior a 9 por cento!
Ele próprio se definiu, muito bem, ao afirmar (e em tom categórico) que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas!
Isto não é ser democrata nem humanista!
Mas, também como açoriano não lhe posso dar o meu voto, porque ele foi muito mau para esta Região.
Na altura, um, (diria), fanático PPD, chamado Jaime Batista, que habitualmente escrevia no jornal local Correio da Horta, assinando JB, classificou-o como o pior 1º Ministro até então para com os Açores, tal as atrocidades cometidas!
O próprio Mota Amaral, na altura Presidente do Governo dos Açores, recebeu cavaco e mais seus coorregelionários, de gravata preta e óculos escuros, como forma de protestar contra os "atentados" de cavaco à Autonomia Açoriana.
São, assim, dois, os motivos que me levam a não votar neste cavaco.
Evidente que cada um faça o que entender. É livre. O pior é que se ele for eleito, levamos todos pela mesma medida.
DE FORMA ALGUMA ESTE CAVACO DARÁ UM BOM PR.
Em minha opinião.

vermelhofaial disse...

Cara Gado Bravo, pode estar à vontade a esgrimir os seus argumentos que não me afecta, mas também não me convence.
Li, pausadamente, e não me senti nada ditador, até por que sei que ditadura é – a concentração dos poderes do Estado numa só pessoa, num partido único, num grupo ou numa classe que o exerce com autoridade absoluta. Também lhe digo que Cavaco não passará de aspirante a ditador, embora vontade não lhe faltasse, porque não há condições objectivas para isso. Porque o Povo tem memória e lembra-se que Cavaco é o tipo que sempre desdenhou jornalistas, que afirmava que não lia jornais, o homem que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas. O mesmíssimo tipo que reprimiu pela força os sindicalistas da PSP, o mesmíssimo tipo que reprimiu estupidamente o protesto na ponte 25 de Abril. Cavaco, o governante que inventou o actual sistema retributivo da Função Pública que, ao que parece, está a levar o país para a bancarrota... mesmo se, agora, Cavaco nega essa paternidade e chama os funcionários do Estado de calaceiros para cima. Ele, que sempre ganhou a vidinha a trabalhar para o Estado. Mas, ele é que é o competente. Os outros são uma merda... Mas o que querem?, hoje, Cavaco, que já não pode ser Primeiro-Ministro, poderá voltar a ser útil aos banqueiros, aos industriais, aos capitalistas, ao Salgado, ao Balsemão, ao Paes ou ao Azevedo, como Presidente... daí o coro de aplausos...
Quanto a rir-se, aproveite e ria, mas espero que não ria de si mesma.
Eu sei que sou utópico, mas persigo um ideal que não passa pelo neoliberalismo/capitalismo, este sim gerador de filas de desemprego. Para mim, Democracia não se resume a eleger uns iluminados que se governam e governam para uns poucos de privilegiados.
A Democracia e a economia tem de estar ao serviço do Povo e não ao contrário. Uma economia baseada na participação e na planificação democráticas, nos direitos e deveres dos trabalhadores, na cultura do pleno emprego, na cultura do direito à reforma e do direito à vida fora do trabalho.
É também por querer ser parte activa na vida económica e social, por não acreditar em facilitismos nem na subsíbio-dependência que posso ser chamado de utópico, mas é esta a mensagem que procuro passar aos meus filhos.

Anónimo disse...

Não é isso que lhe digo, os ideais ou utopias são bons e necessários para que se tenha em vista o melhor. Temos que tê-los senão estamos como mortos!
Apenas acho que não começam por aí, para que se chegue a eles há que compôr muita coisa antes, nomeadamente a educação.
Nós somos aquilo que sabemos.
GB

Anónimo disse...

ps: O meu objectivo não é, nem nunca será, convencer alguém. Se assim fosse teria escolhido outra carreira. ;)
GB

vermelhofaial disse...

Ainda quero dizer que numa "economia de mercado", deveres e direitos tem um sentido e uma amplitude, respectivamente, directa e inversamente porporcional à propriedade dos meios de produção.
Quanto mais capitalista é a sociedade menores são os direitos de quem trabalha, e o simples facto de querer exercer esses direitos (legalmente defenidos)já é motivo de perseguição.

Anónimo disse...

Bloquista, não é como penso ou como me impingiram - garanto-lhe que não sou minimamente influenciável - é o que me apercebo que seja.
Não quero isto, não defendo metade das políticas em vigor, nem muito menos partidos desvirtualizados. Por favor não me venha com culpas de terceiros, papeis de vítimas ou chavões de há 20 anos atrás. Sempre o passado blá blá blá.
Vamos mas é pensar no futuro que não tenho vocação de bordadeira.
GB

vermelhofaial disse...

Acredito que a minha imaturidade politica se deva à falta de convicções bloquistas, são simplesmente convicções, muitas vezes poderão coincidir com as posições do Bloco, mas se isso não acontecer não fico traumatizado.
Não quero espartilhar as minhas convicções num reduzido espaço partidário, é uma opção como qualquer outra.

Anónimo disse...

Vamos lá a ver se temos alguma coerência.
" - garanto-lhe que não sou minimamente influenciável - "
" Por favor não me venha com culpas de terceiros, papeis de vítimas ou chavões de há 20 anos atrás. Sempre o passado blá blá blá."
"Vamos mas é pensar no futuro..."

Não influenciável?... por quem? O facto de o dizer é, por si só, uma influência.
Chavões!?
"Papéis de vítimas"
"Pensar o Futuro"
Que futuro? Ao sabor do vento? Sem saber para onde vamos..., nem bem o que queremos?
.... passo.

Vermelho.
Espartilhar!!!!
Se há espaço de discussão aberta é no BE, daí que o espartilho é um contra senso.
No entanto, compreendo que seja bem mais cómodo ser-se o que se quer, consoante a situação, sem, na realidade, ser-se nada.
É uma opção que respeito, mas discordo.

RD disse...

Credo!
"No entanto, compreendo que seja bem mais cómodo ser-se o que se quer, consoante a situação, sem, na realidade, ser-se nada."
Estou deveras chocada bloquista! Desculpe ter pegado no que não era para mim, mas quanto a isto partilho a posição do Estrelito. Espíritos livres meu caro!
Podemos ter as nossas inclinações, e têmo-las e isso é Ser o que somos, não é "ser-se nada". Mais cómodo seria adoptar conversa feita.

À frente.
Quando eu disse "não influenciável", foi em resposta ao seu apontamento: "já comentam ao compasso da batuta que surrepticiamente lhes foram impondo" - só para deixar bem claro. Isto por si só não traduz qualquer influência, traduz é a minha paciência em me estar a justificar. hehe.

Anónimo disse...

Meus amigos, será que a liberdade individual já não diz nada?
Não se esqueçam da REALIDADE.
A militância politica implica a disciplina partidária!
Se no sistema actual, necessários são os partidos, necessários, também são, os expiritos livres (acima de tudo!)
E ninguêm pode ser livre (de verdade) dentro dum partido.
Veja-se o exemplo do antigo PDR
Como eu prezo (e muito) a liberdade nunca conseguirei filiar-me partidáriamente.
Acima dos partidos, está a minha liberdade, (de pensamento e acção).
Poderei estar errado? Em minha consciência, não!
Além do mais, estas eleições presidenciais estão demasiado partidarizadas e mais uma vez serão os interesses partidários e pessoais, mais os interesses económicos dos grandes grupos financeiros que estarão em causa e manipularão toda a campanha eleitoral e não só!

Anónimo disse...

Leia-se PRD (Partido Renovador Democrático)
Desculpem a gralha

Anónimo disse...

sÓ + 1.
Acima dos sistemas estão os homens.
Uma prova?
Então diga-me alguêm, quem escolheria entre um bom ditador e um mau democrta (subsentenda-se o bom e o amu numa prespectiva humana)

E já agora, lançava um desafio para o debate:
- Quem apoia cavaco que o argumente.

Anónimo disse...

:) Periquito,
Eu vou votar Cavaco e já o tornei público no meu blog. Não vou pedir desculpas por gostar do homem, pois já se sabe. ;)
GB

vermelhofaial disse...

Ele há cada gosto!!!!
Espero, para até para o seu próprio bem, que tenha um desgosto.

Anónimo disse...

hehehe!
Acho que já devia ter começado a comentar aqui muito antes.
Nada como umas trocas de galhardetes bem dispostas.
Até breve! :)
GB

Anónimo disse...

Já que a conversa é para desconversar, permitam-me, agora sim, alguns chavões e/ou frases feitas.
Ao contrário da mensagem que estão a querer passar aqui, a base da democracia é a existência de partidos políticos, espaços, por excelência, para o livre debate de ideias.
A negação desta verdade insofismável só tem duas alternativas:
Ou se é anarquista ou se defende a ditadura, porque não vejo espaço para mais nada, a não ser a masturbação intelectual.

vermelhofaial disse...

Aqui, temos uma divergência profunda. Muito superficialmente, o meu conceito de democracia não tem por base os partidos. Essa é uma visão redutora do termo, e pode chamar-se de democracia representativa.
Entendo democracia como um sistema político em que a autoridade emana dos cidadãos, através da sua participação e baseia-se na liberdade e na igualdade.
Primeiro a democracia participativa e só depois a representativa.
Os partidos são indispensáveis, mas não são exclusivos nem a base.