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quarta-feira, maio 04, 2005

A Reforma - um problema de hoje!


A questão das reformas tem sido objecto de autêntico terrorismo ideológico, para obrigar a que os trabalhadores, com os mais baixos salários da Europa, sejam forçados a aderir a esquemas de reformas por capitalização, ou seja, para que tenham forçosamente que participar no mercado especulativo das bolsas mundiais, através dos fundos de reformas (através dos PPR etc.).
Para conseguir plenamente os seus objectivos, os estrategos neo-liberais inventaram vários mecanismos: desde a obrigatoriedade dos trabalhadores acima de determinados rendimentos participarem em tais esquemas ditos "complementares" de reforma até ao aumento das idades para atingir a reforma plena, fazendo com que muitos sejam obrigados, na prática, a recorrer ao tal esquema de reforma por capitalização, se quiserem ter reforma com uma réstia de vida e de energia para a gozarem! Prevê-se que a idade de reforma suba para os 70 anos e/ou 40 de carreira contributiva. É outra maneira de fazer os trabalhadores pagar a crise do capitalismo. Simplesmente, como a grande maioria só vai sentir os efeitos desta política após muitos anos, está inconsciente daquilo que os dirigentes actuais lhes cozinham. Cá, como noutros países da UE, passa-se exactamente o mesmo.
Cumpre-se aliás uma "lei" de estratégia que tem sido aplicada pelo neo-liberalismo: quando há que fazer passar medidas muito gravosas para os interesses dos trabalhadores, nada melhor do que promover a eleição de uma assembleia e governo de "centro-esquerda", que irá desarmar os trabalhadores, que não sentem animosidade para com os demagogos de "esquerda" que são peritos em discursos soporíficos.
Face a uma mais que certa produção legislativa, anunciada no próprio programa de governo, as forças à "esquerda" do P"S" não poderão ficar sentadas, à espera, para a ocasião de "votar contra" no parlamento, cumprindo assim a "sua função"...Tem de tomar a iniciativa de alertar, organizar e dirigir as lutas das classes laboriosas pelo direito ao trabalho, mas também por uma justa reforma em tempo útil, pelo menos em vida.

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