Pesquisar neste blogue

sexta-feira, maio 20, 2005

Aumento de impostos


O cenário de aumento de impostos voltou a colocar-se, pois as previsões apontam para que o défice orçamental deste ano fique próximo dos 7%.

Aumentos de impostos são métodos perfeitamente legítimos de criar efeitos económicos desejáveis, sejam eles a redistribuição de riqueza, seja o equilíbrio das contas do estado, seja aumentos no investimento em infra-estruturas e sectores considerados estratégicos para preparar o futuro, etc.
Qualquer aumento de impostos deve ter em conta se prejudica ou não a competitividade das nossas empresas. Devemos ter em atenção que neste momento está em curso um movimento de redução de impostos em quase todos os países da União Europeia e Portugal não pode ignorar essa tendência.
A falta de competitividade a nível internacional das empresas portuguesas pode levar à falência das mesmas e ao aumento do desemprego, agravando o clima económico que o País vive.

O problema é que este aumento de impostos em especial não me convence. Continua a incidir sobre os trabalhadores, principalmente a classe média e as pequenas empresas, deixando fora o capital financeiro, as fortunas e os profissionais liberais.
Fede à continuação do laxismo, fede à ausência de um esforço real para combater a fraude e evasão fiscal, fede à recusa em levantar o sigilo bancário, enfim, fede.
Sim, porque se os impostos devidos pelas leis tributárias actuais fossem realmente pagos, Portugal teria um superavit. Infelizmente, quem é cúmplice do crime fiscal quotidiano nunca fala disto. Se economistas incompetentes, como Victor Constâncio e muitos outros, que nem sequer são capazes de enunciar as medidas óbvias, que devem ser tomadas para tirar o País do buraco em que o meteram, fossem sinceros, certamente estariam a propor uma redução dos seus próprios vencimentos, que são, nitidamente, incomportáveis para o País.
Para os amigos dos ladrões que nos roubam a todos, os problemas orçamentais de Portugal devem-se sempre ao "excessivo peso do estado", nunca à dimensão das fugas de capital, das fugas ao fisco, do não pagamento dos impostos retidos na fonte e dos perdões e benefícios fiscais a grandes grupos empresariais. Esta conversa é uma fraude que, de tão repetida, até já parece que é verdade. E o novo ministro das finanças, com esta treta do aumento de impostos, prepara-se para perpetuar a fraude.

Os países mais desenvolvidos, como os da Europa do Norte, têm impostos altíssimos. Há que afirmar com frontalidade que dificilmente se podem pôr em prática políticas de esquerda sem subidas de impostos. Agora, da mesma maneira, dificilmente uma política pode ser de esquerda sem que sejam, principalmente, os ricos a pagar esses impostos. Para uma política realmente de esquerda, é necessária que venha a acompanhar uma reforma fiscal.

2 comentários:

Anónimo disse...

E triste ter de admitir que neste Portugal de 2005 nao haja ninguem com capacidade de dar a volta a tanta corrupcao.
Onde e que se meteram as Inteligencias desse pais cheio de cultura?

Toda a gente barafusta mas nada aparece feito.

Viuva Negra disse...

andam armados em bloguista pseudointelectuais hehheehh!!!