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domingo, dezembro 18, 2005

Precaridade - a "prenda" dos trabalhadores

A insegurança de uma vida precária é o que este governo e o mercado têm para nos oferecer. A independência a que tantos de nós aspiramos torna-se cada vez mais um sonho, porque ela depende da habitação própria.
Acabaram com o crédito jovem para a habitação restando apenas a hipótese de hipotecarmos as nossas vidas aos bancos, com empréstimos que atingem os 40 ou 50 anos de duração.
Os poucos privilégios que os trabalhadores-estudantes tinham foram retirados da lei. O trabalho precário é cada vez mais o único cenário possível, especialmente para os estudantes universitários. Na maior parte dos casos não existe um vínculo contratual e quando existe não é permanente. Os salários são baixos e os horários imprevisíveis. Tudo isto num país onde menos de 10% da população tem uma licenciatura, e o desinvestimento na educação é cada vez maior: as bolsas de estudos escasseiam e são miseráveis, as propinas aumentam brutalmente. Os livros de estudo são caríssimos e o material escolar e fotocópias são por nossa conta. Acabado o curso (quando se consegue acabar) as perspectivas de emprego pouco ou nada melhoram.
É preciso, e possível inverter esta situação. O melhor mesmo é actuarmos pelas nossas mãos, DEMOCRACIA DIRECTA é precisa e urgente.
Nada fazem para acabar com a fuga das grandes fortunas ao fisco nem com os off-shores e passam uma factura demasiado alta aos trabalhadores da função pública, aos estudantes, aos jovens trabalhadores, aos imigrantes e às mulheres que sofrem amplamente, não só com a precariedade mas também com a discriminação no acesso ao emprego e aos direitos conquistados.
Negam-nos os direitos ao trabalho permanente mas também ao ensino público, a uma habitação própria e à construção de uma vida independente.
Para os jovens de Portugal este problema é central. É tempo de crise, mas por todo o mundo, trabalhadores precários, de forma unida, conseguem inverter esta situação.
È preciso organizar a luta pelos nossos direitos. Pelas 35 horas/semanais, pela efectivação de todos os contratados a prazo, pelo controle do trabalho temporário.
Nas Empresas de Trabalho Temporário podemos ganhar até 40% menos. São raríssimos os trabalhos que duram mais do que seis meses e muitos duram dois ou três dias.
O despedimento sem justa causa é totalmente livre, bastando uma ordem do patrão.
O trabalho em part-time aumentou na última década, as horas extraordinárias não são pagas e os empregados não beneficiam das prestações sociais.
Na última década o desemprego entre os jovens com menos de 25 anos aumentou, disparou em flecha.
Eu trabalho, tu trabalhas, ele trabalha, nós trabalhamos e Eles Lucram…

GOULART MEDEIROS

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