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sexta-feira, novembro 18, 2005

QUE SE DANE O CRESCIMENTO ECONÓMICO

Há anos e anos que ouço sempre o mesmo: os salários devem crescer moderadamente, para que as nossas empresas sejam competitivas. A nossa economia é diferente das suas concorrentes europeias, não depende da inovação tecnológica, nem da qualificação dos trabalhadores, nem sequer do consumo interno, depende em exclusivo da mão-de-obra barata. E não só vive da mão-de-obra barata como também só é capaz de gerar mão-de-obra barata; quando cresce, emprega mão-de-obra barata, e quando sofre crises torna a mão-de-obra ainda mais barata, isto é, a sina dos trabalhadores portugueses é serem baratos.
Com baixos salários, estudar não é estimulante, e muitas famílias precisam de empregar os seus filhos logo que tenham idade para trabalhar, dando lugar a mais uma geração de trabalhadores não qualificados. Baixos salários são um estímulo à preguiça da inovação e da busca de melhores soluções de gestão, acaba por ser um obstáculo à competitividade externa, o grande argumento para a sua manutenção.
Os baixos salários, mais do que progresso, significam a garantia de sobrevivência de empresários incompetentes, que vivem de expedientes e da falta de respeito pela condição humana dos seus trabalhadores, sendo um obstáculo à criação de empresas mais competitivas e ao sucesso dos mais ambiciosos. Os baixos salários estrangulam o desenvolvimento empresarial.
A manutenção de baixos salários significa a rigidez da procura interna, já que o aumento da riqueza dos mais ricos traduz-se essencialmente no aumento da procura externa, agravando o desequilíbrio externo, que por sua vez é resolvido à custa dos que ganham menos, força a economia a depender em exclusivo das exportações, as quais, como vivem das indústrias de mão-de-obra intensiva, têm o sucesso condicionada à manutenção de salários baixos.
Salários baixos significam rendimentos baixos e estes traduzem-se numa fraca receita fiscal, tanto mais que em Portugal são os impostos pagos pelos pobres que o Estado tem como certos; os dos mais ricos dependem da eficácia fiscal e esta depende das asneiras que os governantes vão fazendo no Fisco. Baixa receita fiscal significa défice orçamental, e o reequilíbrio das contas públicas é feito sempre da mesma forma, aumentando os impostos aos que pagam, isto é, aos menos ricos.
E parece que ninguém percebe que um país de pobres é um país pobre, e, se o crescimento económico não serve para que os pobres não sejam tão pobres, então que se dane a economia, e um destes dias vamos todos para a rua queimar caixotes do lixo. Porque, para o caso de não terem reparado, uma boa parte dos portugueses são mais pobres do que os jovens que se manifestam em Paris.

Posted at 11/15/2005 8:59:59 am by Jerico

quinta-feira, novembro 17, 2005

Assim vai o "choque tecnlógico"


Deu-se o "choque" entre o ministro da economia e o da educação e o cordenador foi-se embora.
Propôs 150.000 novos postos de trabalho e o desemprego não pára de crescer.
A economia não há maneira de crescer e as previsões, quanto ao futuro, são sempre revistas em baixa.
Estamos tramados com estes choques: 1º foi o choque fiscal, agora o choque tecnológico.
Que mais estará para nos acontecer, espero que não seja mais um economista na Presidência da República

quarta-feira, novembro 16, 2005

Filosofia de vida


Simplicidade Voluntária

Vivemos numa sociedade de consumo em que as pessoas acreditam que comprando, acumulando bens e objectos, possuindo cada vez mais se tornam mais felizes. Quem realmente se aproveita deste excesso consumista ( as grandes empresas multi e transnacionanais) manipulam-nos através de artifícios como a moda, a publicidade e os meios de comunicação; criam constantemente novas necessidades e distribuem ilusões a torto e a direito. Este modo de proceder é apoiado pelos governos que sempre defendem um crescimento a qualquer preço. E a verdade é que têm tido sucesso, uma vez que o consumo e a presença da técnica nas nossas vidas não cessam de aumentar.
Um consumo deste tipo tem, todavia, inúmeras consequências. Primeiro sobre o meio ambiente: os recursos escassos diminuem a olhos vistos. Mais graves são, porém, o lixo e os resíduos que são assim gerados e cujos efeitos provocam as alterações climáticas e a contaminação do ar e da água.
Actualmente consumimos para além das capacidades do planeta, o que significa simplesmente que estamos a pôr em causa o futuro das gerações vindouras. E a responsabilidade por este estado de coisas é nossa, os residentes dos países industrializados. É que não se podem imputar as culpas a 80% da população da Terra que, as mais das vezes, não têm sequer o necessário para sobreviver. Se todos os habitantes do planeta consumissem tanto como nós, seriam precisos 5 planetas Terra para satisfazer esse caudal de consumo. Não tenhamos a ilusão: todo o mundo aspira a viver como nós, depois de nós mesmos termos generalizado a ilusão que essa é a melhor maneira para se viver.

Libertar-se do consumo

O consumo excessivo tem efeitos sobre as nossas próprias vidas. Para consumir tal como fazemos precisamos de dinheiro; logo, em consequência, a maioria das pessoas trabalham desalmadamente. No Canadá, por exemplo, cerca de 20% da população activa trabalha mais de 50 horas por semana. Esgotamo-nos a trabalhar, dando o melhor do nosso tempo e das nossas vidas para o trabalho; enquanto isso, outras vertentes da nossa existência ( a família, a vida amorosa, a participação cívica e a vida comunitária, a saúde,.) sofrem com essa quase exclusividade que o trabalho exige. Acaba-se de chegar a um paradoxo: quanto mais satisfeito formos na vida material, menos felizes sentimos. E há cada vez mais pessoas que acham que isso não tem sentido, e que há que fazer algo para mudar esta situação. Mas o quê? Os governos e os partidos não dão respostas alternativas, empenham-se antes em seguir a mesma direcção tal como têm feito até agora. Ora há que ultrapassar este bloqueio E é isso justamente o que propõe a Simplicidade Voluntária: empreender as mudanças necessárias nas nossas vidas.
Não confundir a Simplicidade Voluntária com a pobreza; esta é imposta por força de circunstâncias penosas. Mas quando se opta voluntariamente por viver sobriamente,tudo funciona de modo diferente. É que não nos sentimos frustrados porque nos privamos de um bem, mas antes sentimos que vale a pena substitui-lo por algo que tenha mais sentido. Este desprendimento alarga o espaço para a nossa consciência operar de outra forma: trata-se de um estado de espírito que nos convida a apreciar, a saborear e procurar o elemento qualitativo da vida. No fundo, renunciamos aos objectos que estorvam, travam e impedem irmos até ao fim das nossas possibilidades." Não é a riqueza, mas o apego à riqueza que é um obstáculo à emancipação; e não é o prazer da busca por coisas agradáveis que está em causa, mas sim o desejo ardente de as adquirir", escreve Schumcher (1911-1997), autor do livro Small is Beautiful.
A Simplicidade Voluntária leva-nos ao não-uso e à não-posse de algo, implica uma escolha: não comprar certo objecto ou não seguir determinado procedimento implica uma escolha por um outro motivo de satisfação, nem que seja ser fiel aos nossos princípios ou aos nossos compromissos sociais.
Escolher não utilizar certo bem ou serviço, não seguir a moda, consumir de outra maneira, tudo isso releva de actos de consciência e de lucidez, e não de fatalidade. Na verdade, quem faça voluntariamente este tipo de opções sabe que podia não o fazer, e acaba por ser o próprio a dominar a situação em vez de se um ser dominado por esta. Claro está que não se trata de decisões irrevogáveis que arrastam consigo um radicalismo sem concessões, nem sequer de uma regra de aço que dificilmente poderíamos desvincularmo-nos. A Simplicidade Voluntária é uma opção que é tomada mediante pequenos passos, uma via que se segue por decisão própria e porque nos sentimos satisfeitos por seguir.

A sobriedade

Simplicidade Voluntária não se confunde com ascetismo; é, até mesmo, a sua antíteses. O asceta priva-se voluntariamente dos prazeres da vida materiais em busca de um ávida espiritual mais intensa; ora o adepto da Simplicidade Voluntária não foge do prazer nem das satisfações. Muito pelo contrário. Ele procura-os, mas entende que os não alcançar com os meios que lhe dá a sociedade de consumo.
O medo constitui o obstáculo mais sério para uma opção destas, a favor da Simplicidade Voluntária.
Receio do que os outros vão pensar, quando nos afastarmos do seu estilo de vida; receio de sermos marginalizados, e de sentirmos inseguros face ao futuro, pois nos tempos que correm de um individualismo feroz, estamos habituados a pensar por si mesmos, a contar só connosco perante as contrariedades da vida. Quem quererá ajudar-me se não tenho dinheiro, quem me ajudará quando for velho?
Protegemo-nos então com seguros, planos de reforma, depósitos bancários, etc.E quando tivermos o futuro assegurado podemo-nos dar ao luxo de viver mais livres, não sendo necessário trabalhar tanto.
Acontece, porém, que cada ano que passo damo-nos conta que o dinheiro acumulado não é suficiente.
Evidentemente que, se um destes dias, alguém deixar o emprego, vender o seu carro, e começar a consumir só o que produz, a catástrofe não tardará a chegar. Mas a verdade é que a Simplicidade Voluntária é um processo gradual; e não é um fim mas antes um meio para chegar a um melhor bem estar.
Com o passar do tempo cada qual poderá aprofundar mais o seu compromisso graças aos momentos de liberdade que vai conquistando e aos laços de solidariedade que vais desenvolvendo para a indispensável segurança afectiva.
Não é fácil abandonarmos o universo do consumismo. Hoje em dia, tudo nos empurra a encontrar em alguma forma de consumo a solução dos nossos problemas, e a satisfação dos nossos desejos. Não é por acaso que as lotarias passam mensagens do tipo "ganhando o primeiro prémio tem os seus problemas resolvidos". Mas tal não passa de uma ilusão: aquilo a que tão ardentemente aspirávamos, acaba rapidamente de perder interesse logo que o obtivermos, não constituindo os bens materiais formas seguras de satisfazer as nossas mais profundas necessidades.
A Simplicidade Voluntária constitui actualmente o movimento social que ganha cada vez mais força. Não cessam de aparecer livros, contactos e interessados. Existe já vários sites directa ou indirectamente relacionados. Há que fazer o possível para dar a conhecer a Simplicidade Voluntária como meio de controlarmos as nossas vidas

Serge Mongeau ( autor do livro La Simplicité Voluntaire)

Novela mexicana - lembram-se?

A MULHER DO PRÓXIMO*
a mulher de marques mendes era adjunta do secretário a. amaro... a mulher do ministro da agricultura a. de carvalho era secretária de couto dos santos... a mulher de álvaro era empregada do conselho de ministros... a mulher de dias loureiro colaborava com a secretária da cultura... paula t. da cruz, mulher do subsecretário estado da presidência com o mesmo apelido era assessora de m. mendes... a mulher de nogueira era adjunta do secretário da saúde... recorda-se? foi em 92, em pleno cavaquistão, era marques mendes secretário de estado da p.c.m. e deu uma novela mexicana no independente. os ministros e secretários de estado(nessa altura ainda existiam governantes naturais... ou com ligações a coimbra) empregavam as suas mulheres no governo...
por cá, o caro e-leitor, guardando as devidas distâncias, sabe se as/os familiares mais próximos dos nossos politicos fazem destas cenas?

(*manchete do independente de 9-2-92)

gabardina

130 anos depois, tudo na mesma

terça-feira, novembro 15, 2005

Gostaram? fiquem com ele!

Cavaco mostrou que será????? um presidente sem opinião.
Por respeito ao Sr. Presidente não se pronuncia. Por solidariedade com o governo não faz criticas. Também por respeito pelos outros candidatos não entra em insultos.
O professor mudo cada vez que abria a boca deixava sair:
Vou perder o meu tempo para informar...
O Presidente que for eleito é-o com o voto de todos os portugueses...
Mais vale nada prometer que não cumprir o que se promete...
O Presidente da República já não serve para ouvir...
E muitas outras jóias como estas.
Levou um baile e apenas mostrou que é um candidato sem opinião que possa partilhar com os portugueses.
Cavaco Silva ainda por cima, modestamente, não se esqueceu de lembrar que os seus governos foram "os melhores"!

segunda-feira, novembro 14, 2005

Não há vergonha!

Em Portugal a inflação é sempre subavaliada, prevê-se sempre um valor muito abaixo daquele que se verifica depois na realidade. Esta previsão por defeito serve de base à contratação colectiva e ao estabelecimento do salário mínimo. É principalmente por esta razão que anualmente os trabalhadores vêem baixar os seus salários reais e consequentemente o seu nível de vida.
O salário médio do português é o mais baixo da Europa, mas o salário mínimo é uma vergonha para todos nós. Mais vergonhoso é o aumento de 0,33 €/dia que o governo quer aplicar, argumentando que são 3% para uma inflação prevista de 2,6%. Mais uma vez as previsões vão falhar e todos vamos perder poder de compra.
Veio Freitas do Amaral dizer que o salário médio vale agora mais 50% do que valia há 30 anos atrás. Pois, se ele ganhar 6 ou 7 mil euros e eu ganhar o salário mínimo 386 €, a média são 3 mil e tal euros, mas eu fiquei a chupar no dedo.
O salário mínimo foi criado a seguir ao 25 de Abril e destinava-se a corrigir a situação de pobreza e baixos salários, o seu impacto foi enorme, quer nos trabalhadores abrangidos quer na significativa melhoria do nível de vida que proporcionou. Mas depois desvalorizou-se não acompanhando nem a evolução do rendimento médio nem sequer o aumento da inflação. Segundo os sindicatos, se o salário mínimo se limitasse a acompanhar a alta verificada nos preços no consumidor, o seu valor seria, no início deste ano, de cerca de 500 euros.
Começa a ser tempo dum novo 25 de Abril.

Paranoia

sábado, novembro 12, 2005

Consagração dum "saco de gatos"

O patriarca Policarpo consagrou Lisboa à Virgem Santíssima como quem adjudica uma ilha tropical para oferecer à amante. Consagrando-lhe a cidade, oferece-lhe crentes e ateus, virgens e delambidas, polícias e ladrões, drogados e passadores, igrejas e lupanares, casinos e escolas, como se a cidade fosse uma coutada da ICAR e as pessoas os animais de um jardim zoológico de que a diocese fosse a proprietária.

Um destes dias o xeique Munir sai desembestado da mesquita para consagrar a cidade a Maomé e, se a moda pega, solta-se da sinagoga um rabino que consagra Lisboa a Yavé.

Por que é temos que assistir impávidos a este espectáculo de exploração das fraquezas humanas, esta traficância dos nossos medos e impotências, a padralhada toda na rua, em Portugal, república, canta-se "rainha de Portugal"
e "enquanto houver Portugal"... Esta padralhada é estrangeira?

Uma postura completamente diferente tem ateus e agnósticos que não se arrogam o direito e a legitimidade de consagrar uma cidade à fé (ou falta dela) de uns quantos. Nós não nos cremos legitimizados para impor um acto simbólico dos ateus e dos não crentes a uma cidade inteira!

sexta-feira, novembro 11, 2005

Manuel Alegre marca mais uns pontos

Manuel Alegre não esteve presente na votação do Orçamento, era o mínimo que se podia esperar, primeiro porque se trata dum orçamento que continua a ofensiva da economia de mercado contra a economia do trabalho; segundo para se demarcar da candidatura do aparelho do partido e depois para não se sentir vinculado a um instrumento governamental, que no caso de ser eleito, terá que fazer uma apreciação descomprometida e isenta.
A esta atitude junta-se o discurso fraterno e mais directo ao coração da esquerda que Alegre imprime à campanha e que está a ter efeitos muito positivos ao nível das sondagens.
Por outro lado Soares debate-se desesperadamente contra moinhos de vento, já que ninguém lhe passa cartão. Pior, José Sócrates será confrontado com o erro de ter deixado cair o candidato que mais facilmente poderia conglomerar a maior parte do eleitorado tradicional do PS com os comunistas e bloquistas. É tal o erro e a divisão que vai no PS, que o candidato presidencial apoiado oficialmente pelo PS, Mário Soares, recolhe tantos votos do eleitorado socialista como Cavaco Silva.
A conclusão que se retira é que o aparelho do PS dividiu o seu eleitorado em três nesta corrida e objectivamente está a contribuir para a eleição de Cavaco.
A única satisfação que me resta é saber que com o decorrer do tempo e com o aparecimento de Cavaco no debate, este vai continuar a trajectória descendente já encetada e só parará em Boliqueime, donde nunca devia ter saído.

Vai um copito?


O vinho
é filho da cepa torta
uns partem a cabeça
e outros erram a porta.

Eu te peço S. Martinho
Que nos livres do desgosto,
De por um copo de vinho
Pagarmos também imposto!...

quinta-feira, novembro 10, 2005

Ler na retrete: uma experiência homeostática

Eu tenho o saudável hábito de ler na casa de banho, costume que parecendo estranho, sei que muita gente partilha.

O momento de defecção é um momento necessário na fisiologia humana, o qual, para muitos, é um tempo perdido, por si só. Eu digo que não. É um momento preciosíssimo! Nestes momentos de ida à casa de banho aproveito-os para ler. De facto, se o acto de cagar não for devidamente acompanhado por uma generosa leitura, o acto em si, serve de muito pouco. Por isso leio enquanto cago. Não pensem que leio qualquer coisa, como os folhetos do Modelo ou os avisos urgentes das Selecções . Não, é nesses momentos de privacidade que alargo os conhecimentos de informática ou tomo conhecimento das últimas (já requentadas). Há sempre à mão uma revista Exame Informática ou o Incentivo do dia.
Confesso que as melhores leituras de poesia são feitas na casa de banho. Dois esforços em um: o de cagar e o de entender...
Cagar a ler é uma experiência homeostática (uma palavra difícil fica sempre bem): Entra cultura, sai merda. É uma boa forma de se manter o equilíbrio natural das coisas.

Tirando o facto de estar muito tempo na sanita poder provocar hemorroidas, pode dizer-se que é benéfico que se leia enquanto se caga.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Maioria de direita

PS, PSD e CDS-PP chumbaram hoje, na Comissão de Assuntos Constitucionais, um requerimento do Bloco de Esquerda (BE), apoiado pelo PCP e PEV, para que o Parlamento retomasse o processo de alteração da legislação sobre o aborto.
O requerimento do BE propunha que o projecto de lei do PS que despenaliza o aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez - o único diploma aprovado na generalidade sobre este assunto - passasse à discussão na especialidade.
A desculpa do PS com o “cumprimento” da promessa do referendo, só fortalece a direita e os sectores mais retrógrados da igreja que tudo fazem para impedir a aprovação duma lei que acabe de vez com a hipocrisia e a humilhação das mulheres.
Não nos podemos esquecer que no referendo de 1998 só 50,5% dos 31,8% dos eleitores, um reduzido número, se pronunciou contra e os restantes 68,2% deixaram na competência da Assembleia a solução do problema. O referendo não foi vinculativo.
Meter a cabeça na areia e adiar, significa o arrastar de uma situação muito dramática e muito grave para muitas mulheres e acresce ainda dizer que a consulta, por referendo, pode ser inviabilizada por um Presidente da República que seja contra a sua realização.

Passada a fasquia dos 5 000

A "estrelinha" apareceu na blogosfera em Fevereiro passado, sem uma estratégia definida, mas com o simples objectivo de dar à estampa algumas ideias e provocar o confronto de opiniões e daí alguma luz. Não posso dizer que este seja um espaço muito movimentado nem de grande discussão na caixa de comentários, mas, por vezes, tem sido interessante o debate das questões. Por enquanto continuo motivado para continuar.
Isto a propósito da "estrelinha" ter atingido hoje os 5.000 visitantes, com 19.000 páginas visitadas.
Agradeço e conto com o Vosso estímulo.

terça-feira, novembro 08, 2005

A IURD e o sexo

Por: The

CARTILHA DE ENSINAMENTOS DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS EM TODO O MUNDO PARA CONTROLE DA "LIBERTINAGEM SEXUAL":

Retirada do livro "Castigo Divino".

Veja os comentários sobre o pecado das seguintes posições sexuais:

Posição Cachorrinho - É uma das posições mais humilhantes para a mulher, pois ela fica prostrada como um animal enquanto o seu parceiro ajoelhado a penetra. Animais são seres que não possuem espírito, então o homem que faz o cachorrinho com a sua parceira, fica com sua alma amaldiçoada e fétida.

Posição Chupetinha - O prazer de levar um orgão sexual à boca é condenado pelas leis divinas. A boca foi feita para falar e ingerir alimentos e a língua para apreciar os sabores.
A mulher engolindo o sémen não vai ter filhos.
E o homem somente sentirá dores musculares na língua ao sugar a vagina de sua parceira.

Posição Sodomia - O ânus é sujo, fétido e possui em suas paredes milhões de bactérias.
É o esgoto propriamente dito. No esgoto só existe ratos, baratas e mendigos. A pessoa que sodomisa ou é sodomisada ela se iguala a um rato pestilento.
Seu espírito permanece imundo e amaldiçoado.

Vejam a maneira certa de se relacionar sexualmente com sua parceira, segundo a cartilha:

Posição Coito Papai-Mamãe - O homem e a mulher devem lavar suas partes com 1 litro de água corrente misturado com uma colher de vinagre e outra de sal grosso.
Após isso, a mulher deve abrir as pernas e esperar o membro enrijecido do seu parceiro para iniciar a penetração. O homem após penetrar a mulher, não deve encostar seu peito nos seios dela, deve manter uma distância pois a
fêmea deve estar rezando aos santos para que seu óvulo esteja sadio ao encontrar o espermatozóide.

Depois do acto sexual, os dois devem rezar, pedindo perdão pelo prazer proibido do orgasmo.
Como penitência, o açoite com vara de bambu é aceito como forma de purificação.

Só posso concluir duas coisas: ou nos veremos todos no inferno, ou vai faltar bambu no mundo!!!
Alem disso constactar que quem escreveu tamanho disparate só pode ser alguem com alguns recalcamentos por resolver

segunda-feira, novembro 07, 2005

Poupa-se na farinha e não no farelo!


As verbas do Orçamento de Estado para os gabinetes dos membros do Governo vão aumentar em 2006.Este aumento só beneficia uma minoria de seis ministérios, mas é suficiente para fazer subir a despesa total em 12,3 por cento.
Quando o País tem um défice orçamental elevado, fazia sentido que as verbas dos gabinetes dos ministros tivessem um crescimento próximo do zero. Se os aumentos são devido à transferência de gabinetes de um ministério para outro apenas devia haver um acompanhamento da verba que lhe era destinada anteriormente, agora aumentos desmesurados é inaceitável.
O discurso do Governo é todo virado para a redução de salários, mas esquece-se das despesas, que não estão claras no Orçamento de Estado.
Se bem se lembram, o ministro das finanças disse na semana passada que os funcionários seriam premiados pelo bom desempenho das funções. Será que se queriam referir a eles próprios?
Estando o País em crise e exigindo-se sacrifícios, o exemplo devia começar por cima, mas mudou-se de governo e não de métodos! As poucas regalias sociais que existem vão acabar com elas. Mas para se rodearem de mordomias, não param. É necessário outro 25 de Abril!! Só assim se acaba com esta vergonha...

domingo, novembro 06, 2005

Em breve, da França para toda a Europa!

Os incidentes acontecidos na região parisiense, que começam a estender-se a toda a França e se farão sentir, não tardará muito, em toda a Europa.
Hoje, as reivindicações, justificadas, dos imigrantes norte-africanos, e outros, que vivem em condições miseráveis por toda a França, sobretudo na região parisiense, e porque são imigrantes árabes ou pretos, não devem merecer a devida atenção por parte das autoridades. Cometem exageros, como tantos erros foram cometidos nas políticas que lhes dizem respeito.
Sei que a França é um país acolhedor, que não é nem xenófobo nem racista. O mal reside nos sucessivos governos de centro-direita, que mais não pretendem que apoiar os seus amigalhaços capitalistas, tratando os imigrantes como se escravos fossem, colocando-os em bairros/guetos, ou que rapidamente neles se transformam, marginalizando-os e deles se não importando mais que sugar-lhes o pouco sangue que ainda possam conter suas fracas veias.
Com o tempo, vai chegando o desespero desta gente. Mas os governos de direita, verdadeiros autistas e opressores dos povos, sobretudo dos imigrados, apenas lhes oferecem orelhas surdas e o total desprezo.
Surgem estes actos de insubordinação, criticáveis e condenáveis..., e então parecem despertar. Tardiamente e levando à expulsão dos "bandidos dos explorados até então".
Mas, rapidamente tratam de querer dizer estarem interessados em fazer o que nunca fizeram até aí, sendo demasiado tarde para muitos que só queriam poder viver melhor que no seu país de origem.
É conveniente que os governantes comecem a acordar duma vez para sempre e se dignem pensar e fazer pensar que devem respeitar-se os direitos humanos de todos.
Para bem do mundo e das sociedades e sobretudo da paz universal.

Já agora! Se a riqueza desta planeta não estivesse totalmente concentrada no Hemisfério Norte, apesar de grande parte das matérias-primas, incluindo mão-de-obra barata, se achar no hemisfério Sul, será que a pressão da emigração não seria bem menor?
A verdade é que esta coisa fabulosa que é a Globalização até agora só tem servido para alguns poucos se encherem ainda mais e para cavar ainda mais o fosso que separa o Norte do Sul.
Também em Portugal, o aumento das desigualdades entre ricos e pobres só poderá trazer mal estar social a muito curto prazo.
Se eu não gosto de ter má vizinhança, e se isto se terá que transformar mais tarde ou mais cedo numa Aldeia Global, é capaz de ser boa ideia eu começar a tentar ter vizinhos respeitáveis. Já que ainda não podemos sair daqui para a Lua, resta-nos esforçarmo-nos por proporcionar aos nossos vizinhos mais pobres uma valorização do seu nível de vida para que possamos ser bons vizinhos.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Por um Presidente com ideias e ideais

Porque será que a SIC (excepto a SIC Notícias), a RTP e a TVI, não transmitiram em directo a intervenção de Manuel Alegre? Não é por acaso que Manuel Alegre diz que o poder económico tem que se submeter ao poder político...
A minha expectativa era enorme e não foi defraudada. Ensinar nas escolas os princípios básicos da Constituição, como o Direito ao Trabalho, à Educação, à Saúde, à Habitação, para formar cidadãos mais conscientes e exigentes, é um objectivo perfeitamente realizável. O conceito de Pátria assente nos nossos valores culturais; o apelo ao brio profissional e produtividade, que tanto impregnam a actividade dos nossos compatriotas, emigrados no estrangeiro, onde a organização do trabalho assume outros contornos; a valorização dos ideais sociais do 25 de Abril, vertidos na nossa Constituição; a negação da teoria economicista neo-liberal de que primeiro é preciso criar riqueza para depois a distribuir melhor, fazer crescer o bolo antes de o repartir, o que se tem visto com frequência é que o enriquecimento vem a par do aparecimento de desigualdades; o posicionamento em relação ao Tratado Europeu, Tribunal Penal, a condenação da Guerra do Iraque e da Administração Bush . Foram algumas passagens do seu discurso que me agradaram.
Manuel Alegre é um homem com ideias e ideais. Ideias generosas e solidárias para com um povo que está perdendo a esperança. Ideais de justiça, plenos de humanidade, para um país descrente dos políticos. Ideias e ideais transmitidos por uma voz poderosa, por um espírito apaixonado e convicto. Manuel Alegre transporta também a beleza nas palavras que pensa, diz e escreve. Não é nenhum D. Sebastião, mas é o político que Portugal precisa neste momento. Inspira confiança.
Estou agora mais convencido, que só sendo possível passar um candidato de esquerda à segunda volta, Manuel Alegre é o único que tem condições de fazer o pleno do eleitorado de esquerda.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Xadrez? não, só bisca lambida!

Se por acaso um dia algum jornal ou revista publicar uma notícia em que insinue que a minha casa foi revistada no âmbito dum processo-crime em que eu até nem seria suspeito (claro, porque a PJ faz buscas a casas de pessoas insuspeitas, só para ficar a conhecer os móveis, os atoalhados, os trens de cozinha, os tabuleiros de xadrez e de gamão, etc etc), será que a Procuradoria Geral da República também se vai dar ao trabalho de emitir um comunicado dizendo que eu não sou suspeito de nada?
Mas será que pensam que Jorge Coelho é tão burro que deixaria em sua casa o tabuleiro?
Mas é esta a nossa polícia de investigação que temos?
Além disso, o homem tem um "Certificado de Honestidade" passado pela PGR!!!
As palavras de Jorge Coelho sobre si próprio são quase obscenas de tão ridículas.
Só comparo esta declaração de inocência do Jorge à do Carlos Cruz.
Ambas me convenceram! À do Jorge faltaram as lágrimas à do
Carlos faltou o adjectivo impoluto (puro, imaculado, virtuoso)...

Do Cantinho do Zé

Para descomprimir ...! uma adivinha

Há quem dê uma por dia,
Há quem dê duas ou três.
Há quem dê uma por semana,
Há quem dê uma por mês,
E há até quem não dê.
Para complicar a questão,
Aqui fica o berbicacho:
Quem dá fica por cima,
Quem recebe fica por baixo.

O que é? pensa um pouco.

Não consegues? Então selecciona o que está entre parênteses

(A esmola)
mente depravada