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sexta-feira, dezembro 29, 2006
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Natal utópico
Imaginei um Natal humanitário, sui generis: sem poluição, sem violência, sem racismo, nem guerras, sem exploradores, sem explorados! Um Natal em que os homens e mulheres independentemente do sexo, da cor, do país de nascimento, da religião que professam, do tamanho, da força física, da inteligência, de credos políticos e ideológicos se dêem a mão como amigos, como irmãos, como iguais.
Um Natal em que os homens resolvam eliminar as armas químicas, bacteriológicas, atómicas, de hidrogénio; abandonar as pesquisas bélicas, desmilitarizar generais e soldados, derreter os tanques, as espingardas, as pistolas e metralhadoras, enfim, todas as armas e com essa matéria-prima fabricar ferramentas, máquinas agrícolas e industriais.
Um Natal com mágicos poderes para apagar todas as leis dos alfarrábios e dos cérebros, transformar os quartéis, seminários, igrejas e prisões em museus e escolas novas destinadas a educar, instruir e despertar a Humanidade só para praticar o bem. Abolir as cercas convencionais, conhecidas por fronteiras, acabar com as nacionalidades, os idiomas que separam, dividem e tornam os homens adversários, inimigos, gerando guerras. Um Natal que eleja o Esperanto como elo de ligação e entendimento entre os seres humanos. Um Universo sem policiais, juízes, advogados, funcionários burocráticos, comerciantes, banqueiros; livre de hierarquias, de homens e mulheres ligados só pelo Amor, associados em comunidades de afinidade, autogestionárias, de grandes famílias capazes de produzir (cada um fazendo o que sabe ou pode e recebendo o que precisa), até alcançar a igualdade de acesso a alimentos, vestuário, transporte, moradia e demais bens materiais, educação, ensino e lazer de forma a proporcionar a felicidade de todos.
Nesse Natal por mim imaginado um homem só valia um homem e como tal todos teriam iguais direitos e deveres. Não haveria lugar para o ódio, rancor, inveja, a ambição, a ganância, ninguém se escravizaria para acumular fortuna, porque o dinheiro e a propriedade privada não existiriam mais, haviam sido abolidos. Seria um Natal sem negociatas, sem ninguém para comprar e vender produtos, indulgências, armas para matar gente e comprar consciências, a boa vontade de funcionários, da assistência médica, dos servidores públicos, enfim, não haveria corruptores, corruptos, nem ladrões...
No meu Natal não existiria gente dormindo nas calçadas, debaixo dos viadutos, nos bancos dos jardins, pocilgas sem luz, sem ar, nem gente estragando alimentos que faltam a milhões de crianças e adultos, num mundo que teimam em proclamar de civilizado e cristão. Cheio de gente se enganando, envenenando e matando mutuamente, robotizadas e alienadas, vivendo em permanente conflito com o Ser e o Parecer, cada um disputando o seu espaço vital, sempre aperfeiçoando estratégias, cada vez mais sofisticadas, para suplantar os menos audaciosos e os mais dependentes.
Seria um Natal sem leis, expressão da vontade dos conquistadores, enunciando como querem eles governar seus súbditos e que os outros lhes obedeçam.
Um Natal onde a felicidade de um fosse a felicidade de todos!
Em suma, imaginei um Natal impossível enquanto os seres humanos teimarem em viver às custas dos seus semelhantes, implantando, para isso, sistemas políticos e religiosos capazes de convencer (por meios "divinos", jurídicos ou na pancada) os menos inteligentes e os acomodados que desde que o mundo é mundo sempre existiram pobres e ricos...
Eu discordo!
A natureza tudo deu de graça aos homens, por isso ninguém pode negar a esse mesmo homem o direito à sua parcela neste mundo que também é seu, que é de todos nós!
Será um Natal utópico, dirão! Mas é o que pode imaginar hoje um ateu: Um Natal de Todos. Humanista, por isso belo.
UM NATAL IMAGINÁRIO - 2ªparte
de Edgar Rodrigues
Um Natal em que os homens resolvam eliminar as armas químicas, bacteriológicas, atómicas, de hidrogénio; abandonar as pesquisas bélicas, desmilitarizar generais e soldados, derreter os tanques, as espingardas, as pistolas e metralhadoras, enfim, todas as armas e com essa matéria-prima fabricar ferramentas, máquinas agrícolas e industriais.
Um Natal com mágicos poderes para apagar todas as leis dos alfarrábios e dos cérebros, transformar os quartéis, seminários, igrejas e prisões em museus e escolas novas destinadas a educar, instruir e despertar a Humanidade só para praticar o bem. Abolir as cercas convencionais, conhecidas por fronteiras, acabar com as nacionalidades, os idiomas que separam, dividem e tornam os homens adversários, inimigos, gerando guerras. Um Natal que eleja o Esperanto como elo de ligação e entendimento entre os seres humanos. Um Universo sem policiais, juízes, advogados, funcionários burocráticos, comerciantes, banqueiros; livre de hierarquias, de homens e mulheres ligados só pelo Amor, associados em comunidades de afinidade, autogestionárias, de grandes famílias capazes de produzir (cada um fazendo o que sabe ou pode e recebendo o que precisa), até alcançar a igualdade de acesso a alimentos, vestuário, transporte, moradia e demais bens materiais, educação, ensino e lazer de forma a proporcionar a felicidade de todos.
Nesse Natal por mim imaginado um homem só valia um homem e como tal todos teriam iguais direitos e deveres. Não haveria lugar para o ódio, rancor, inveja, a ambição, a ganância, ninguém se escravizaria para acumular fortuna, porque o dinheiro e a propriedade privada não existiriam mais, haviam sido abolidos. Seria um Natal sem negociatas, sem ninguém para comprar e vender produtos, indulgências, armas para matar gente e comprar consciências, a boa vontade de funcionários, da assistência médica, dos servidores públicos, enfim, não haveria corruptores, corruptos, nem ladrões...
No meu Natal não existiria gente dormindo nas calçadas, debaixo dos viadutos, nos bancos dos jardins, pocilgas sem luz, sem ar, nem gente estragando alimentos que faltam a milhões de crianças e adultos, num mundo que teimam em proclamar de civilizado e cristão. Cheio de gente se enganando, envenenando e matando mutuamente, robotizadas e alienadas, vivendo em permanente conflito com o Ser e o Parecer, cada um disputando o seu espaço vital, sempre aperfeiçoando estratégias, cada vez mais sofisticadas, para suplantar os menos audaciosos e os mais dependentes.
Seria um Natal sem leis, expressão da vontade dos conquistadores, enunciando como querem eles governar seus súbditos e que os outros lhes obedeçam.
Um Natal onde a felicidade de um fosse a felicidade de todos!
Em suma, imaginei um Natal impossível enquanto os seres humanos teimarem em viver às custas dos seus semelhantes, implantando, para isso, sistemas políticos e religiosos capazes de convencer (por meios "divinos", jurídicos ou na pancada) os menos inteligentes e os acomodados que desde que o mundo é mundo sempre existiram pobres e ricos...
Eu discordo!
A natureza tudo deu de graça aos homens, por isso ninguém pode negar a esse mesmo homem o direito à sua parcela neste mundo que também é seu, que é de todos nós!
Será um Natal utópico, dirão! Mas é o que pode imaginar hoje um ateu: Um Natal de Todos. Humanista, por isso belo.
UM NATAL IMAGINÁRIO - 2ªparte
de Edgar Rodrigues
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Feliz Solstício de Inverno
Estamos diante de mais um dia de grandes contrastes, uma data que teve a sua origem na imperfeição do velho calendário, saído, como se sabe, dos solstícios, ou seja, das duas épocas do ano em que se registram alternadamente a mais longa noite e o maior dia.
A época da noite mais comprida é o solstício de Inverno. E como, nos dois hemisférios, as estações são inversas, o que é o solstício de Inverno para o hemisfério norte é o solstício de verão para o hemisfério sul, e vice-versa.
Os antigos ignoravam que existisse uma parte da Terra onde houvesse o verão enquanto os europeus e asiáticos viviam o Inverno. Julgavam que o solstício de Inverno marcava a época da mais longa noite para a Terra inteira.
Em seus mitos solares, faziam nascer o deus Sol no solstício de Inverno, no momento em que os dias começavam a crescer. A sua juventude era no equinócio da primavera. No solstício de verão raiava em todo o esplendor da sua força, e depois do equinócio de Outono, na regressão da sua idade, envolvia-se num escuro invasor.
Entre os povos do Oriente, o sol nascente era representado por um menino no colo de uma Virgem celeste, sua mãe. Os egípcios, em especial, celebravam todos os anos, no solstício de Inverno, o nascimento do pequeno Horus, filho da virgem Isis, e sua imagem era exposta, num presépio à adoração do povo.
A grande imperfeição do velho calendário romano, chamado de Numa, apesar das intercalações periódicas, feitas pelos padres, de um mês completo de tamanho variável, no tempo de Júlio César o ano estava atraso mais de 60 dias da época em que devia ter início. O ditador chamou o astrónomo alexandrino Sosígenes para refazer a diferença.
Para este a duração do giro da Terra em volta do Sol era de 365 dias e 6 horas, dando então origem ao ano de 365 dias com a reserva de 6 horas excedentes para formar um tricentésimo sexagésimo sexto dia a juntar cada 4 anos. Propunha ainda o começo do ano no solstício de Inverno. Mas César, para não chocar os demais habitantes romanos, preferiu que o 1 de Janeiro do ano da reforma Juliana fosse colocado não no solstício mesmo mas no dia da Lua nova imediata. Ora, nesse ano, a Lua recaía 8 dias depois do solstício de Inverno. Isso deu resultado a que, no calendário Juliano, o solstício correspondesse não ao 1 de Janeiro, mas a 25 de Dezembro.
O dia 25 de Dezembro tornou-se, então, no novo calendário imposto ao império romano, como data oficial da festa que celebrava por toda a parte o nascimento do Sol, de Horus egípcio, do Mirtha persa, do Phebo grego e romano, etc.
A Igreja ao sentar-se no trono imperial com Constantino, cerca de um século após a época de Júlio César, aproveitou a festa do solstício de Inverno, do menino Horus nos braços da Virgem Isis para transformá-lo em festa do Natal, que se comemora até aos nossos dias das formas mais extravagantes, possíveis e imagináveis.
Natal é também Província da República da África do Sul, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Norte e significa nascimento, reunião, festa da família, época de grandes negócios...
UM NATAL IMAGINÁRIO - 1ªparte
de Edgar Rodrigues
A época da noite mais comprida é o solstício de Inverno. E como, nos dois hemisférios, as estações são inversas, o que é o solstício de Inverno para o hemisfério norte é o solstício de verão para o hemisfério sul, e vice-versa.
Os antigos ignoravam que existisse uma parte da Terra onde houvesse o verão enquanto os europeus e asiáticos viviam o Inverno. Julgavam que o solstício de Inverno marcava a época da mais longa noite para a Terra inteira.
Em seus mitos solares, faziam nascer o deus Sol no solstício de Inverno, no momento em que os dias começavam a crescer. A sua juventude era no equinócio da primavera. No solstício de verão raiava em todo o esplendor da sua força, e depois do equinócio de Outono, na regressão da sua idade, envolvia-se num escuro invasor.
Entre os povos do Oriente, o sol nascente era representado por um menino no colo de uma Virgem celeste, sua mãe. Os egípcios, em especial, celebravam todos os anos, no solstício de Inverno, o nascimento do pequeno Horus, filho da virgem Isis, e sua imagem era exposta, num presépio à adoração do povo.
A grande imperfeição do velho calendário romano, chamado de Numa, apesar das intercalações periódicas, feitas pelos padres, de um mês completo de tamanho variável, no tempo de Júlio César o ano estava atraso mais de 60 dias da época em que devia ter início. O ditador chamou o astrónomo alexandrino Sosígenes para refazer a diferença.
Para este a duração do giro da Terra em volta do Sol era de 365 dias e 6 horas, dando então origem ao ano de 365 dias com a reserva de 6 horas excedentes para formar um tricentésimo sexagésimo sexto dia a juntar cada 4 anos. Propunha ainda o começo do ano no solstício de Inverno. Mas César, para não chocar os demais habitantes romanos, preferiu que o 1 de Janeiro do ano da reforma Juliana fosse colocado não no solstício mesmo mas no dia da Lua nova imediata. Ora, nesse ano, a Lua recaía 8 dias depois do solstício de Inverno. Isso deu resultado a que, no calendário Juliano, o solstício correspondesse não ao 1 de Janeiro, mas a 25 de Dezembro.
O dia 25 de Dezembro tornou-se, então, no novo calendário imposto ao império romano, como data oficial da festa que celebrava por toda a parte o nascimento do Sol, de Horus egípcio, do Mirtha persa, do Phebo grego e romano, etc.
A Igreja ao sentar-se no trono imperial com Constantino, cerca de um século após a época de Júlio César, aproveitou a festa do solstício de Inverno, do menino Horus nos braços da Virgem Isis para transformá-lo em festa do Natal, que se comemora até aos nossos dias das formas mais extravagantes, possíveis e imagináveis.
Natal é também Província da República da África do Sul, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Norte e significa nascimento, reunião, festa da família, época de grandes negócios...
UM NATAL IMAGINÁRIO - 1ªparte
de Edgar Rodrigues
terça-feira, dezembro 12, 2006
domingo, dezembro 10, 2006
Natais do capital
Rádios, televisões, jornais, anunciam, promovem, incitam: «faça já as suas compras de natal»! «80% das compras serão feitas na primeira quinzena de dezembro»! «aproveite as promoções»!
As conotações evangélicas da pobreza foram cultivadas durante séculos como caminho seguro para o céu (assumindo a Igreja a boa gestão da caridade e do socorro aos pobres). Mas «pobres», agora, «já não existem». Na sociedade de mercado (capitalista) proclamada como «fim da História» e «fim das classes», só há «excluídos» e consumidores.
Proclamando o advento da «sociedade de consumo», com as correspondentes alterações sociais, económicas, culturais e comportamentais, os interesses dominantes subverteram as imagens e alegorias tradicionais do Natal.
Assim o shopping substituiu com naturalidade o presépio nas imagens de referência, como alternativa virtual para quem não pode materializar os seus sonhos mais profundos.
O shopping reúne, na verdade, uma série de elementos que enchem os olhos de «pós-modernidade» e apetência de consumo. São frequentados até por aqueles que não tem salário. Vitrinas luminosas praticam a economia das diferenças, num ambiente confortável e tranquilo que deixa lá fora a chuva e os conflitos da sociedade. E neles o capital oferece em redoma asséptica o tom de vida apresentado por Huxley no seu livro «O admirável mundo novo».
No quadro da grande operação de retrocesso social em curso os «shopping centers» e as promoções de venda são usados como fonte espiritual obsessivamente apontada a todo o consumidor que almeja comemorar o Natal nos quadros da «normalidade social».
Bom é que as pessoas não desistam de manter os sentimentos que tradicionalmente marcam o natal e o ano novo. Mas necessário é que não esqueçam os presentes de natal que o governo PS está embrulhando para pôr no sapatinho como prenda de ano novo. Como é o caso, por exemplo, do novo orçamento.
Cada vez mais arrogantemente direitos sociais como a educação, a saúde, a segurança social, inerentes ao próprio desenvolvimento da sociedade, são agora sujeitos, pelos sócrates de serviço, às leis do mercado: quem os quiser, tem de os comprar. como se compra a roupa, o carro, o champô.
Na mira do capital surge cada vez mais como alvo a «privatização» do ser humano, como um ser autista, indiferente aos valores da solidariedade, da justiça, da amizade, do amor. Cada vez mais condicionado para se isolar, para não participar em causas colectivas, não acreditar na possibilidade de mudar a sociedade e a vida.
Mas privatizar o ser humano nunca será possível: o ser humano é por natureza um ser social, que só socialmente realiza a sua humanidade. Por isso mesmo haverá sempre quem não aceite que seja posto à venda o direito humano de transformar o mundo.
As conotações evangélicas da pobreza foram cultivadas durante séculos como caminho seguro para o céu (assumindo a Igreja a boa gestão da caridade e do socorro aos pobres). Mas «pobres», agora, «já não existem». Na sociedade de mercado (capitalista) proclamada como «fim da História» e «fim das classes», só há «excluídos» e consumidores.
Proclamando o advento da «sociedade de consumo», com as correspondentes alterações sociais, económicas, culturais e comportamentais, os interesses dominantes subverteram as imagens e alegorias tradicionais do Natal.
Assim o shopping substituiu com naturalidade o presépio nas imagens de referência, como alternativa virtual para quem não pode materializar os seus sonhos mais profundos.
O shopping reúne, na verdade, uma série de elementos que enchem os olhos de «pós-modernidade» e apetência de consumo. São frequentados até por aqueles que não tem salário. Vitrinas luminosas praticam a economia das diferenças, num ambiente confortável e tranquilo que deixa lá fora a chuva e os conflitos da sociedade. E neles o capital oferece em redoma asséptica o tom de vida apresentado por Huxley no seu livro «O admirável mundo novo».
No quadro da grande operação de retrocesso social em curso os «shopping centers» e as promoções de venda são usados como fonte espiritual obsessivamente apontada a todo o consumidor que almeja comemorar o Natal nos quadros da «normalidade social».
Bom é que as pessoas não desistam de manter os sentimentos que tradicionalmente marcam o natal e o ano novo. Mas necessário é que não esqueçam os presentes de natal que o governo PS está embrulhando para pôr no sapatinho como prenda de ano novo. Como é o caso, por exemplo, do novo orçamento.
Cada vez mais arrogantemente direitos sociais como a educação, a saúde, a segurança social, inerentes ao próprio desenvolvimento da sociedade, são agora sujeitos, pelos sócrates de serviço, às leis do mercado: quem os quiser, tem de os comprar. como se compra a roupa, o carro, o champô.
Na mira do capital surge cada vez mais como alvo a «privatização» do ser humano, como um ser autista, indiferente aos valores da solidariedade, da justiça, da amizade, do amor. Cada vez mais condicionado para se isolar, para não participar em causas colectivas, não acreditar na possibilidade de mudar a sociedade e a vida.
Mas privatizar o ser humano nunca será possível: o ser humano é por natureza um ser social, que só socialmente realiza a sua humanidade. Por isso mesmo haverá sempre quem não aceite que seja posto à venda o direito humano de transformar o mundo.
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Sim! Aqui, não há hipocrisia.
A penalização do aborto priva as mulheres de exercerem na sua plenitude os seus direitos sexuais e reprodutivos e é, só por isso, uma questão política. A Carta dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, da Federação Internacional de Planeamento Familiar, afirma, no seu ponto 4, que “todas as mulheres têm o direito de efectuar escolhas autónomas em matéria de reprodução, incluindo as opções relacionadas com o aborto seguro”. A Plataforma de Acção de Pequim, aprovada pelo Estado português, declara, no seu ponto 96, que “os direitos humanos das mulheres incluem o direito de controlar os aspectos relacionados com a sua sexualidade, incluindo a sua saúde sexual e reprodutiva e de decidir livre e responsavelmente sobre essas questões, sem coacção, discriminação ou violência”.
A actual lei de criminalização do aborto é injusta socialmente. É uma lei que aos ricos não afecta porque podem ir fora do país e fazer o aborto. As causas para o aborto são várias: porque as mulheres já tinham filhos; porque eram novas; porque foram abandonadas pelo respectivo companheiro; porque não tinham condições para o criar; ou porque, pura e simplesmente, não queriam. A lei deve, de facto, estabelecer o domínio das garantias da liberdade e da responsabilidade, e não deve procurar impor ou punir comportamentos que relevam da escolha pessoal, familiar ou social. A lei actualmente existente não previne o aborto clandestino, antes acarreta para as mulheres que optam pela interrupção voluntária da gravidez não só danos físicos de abortos feitos em condições clandestinas e deficientes em termos de saúde, mas também danos psicológicos agravados pela criminalização do acto praticado.
Já se arrasta há muito tempo o impasse que é um produto da religião católica. Quem como eu é a favor da despenalização não quer impor nada, quer apenas o direito de opção que poupa o sofrimento e a dor que essa discussão envolve.
Despenalizar a Interrupção Voluntária da Gravidez é a única forma de pôr fim às sucessivas investigações, devassas, humilhações, julgamentos e condenações de mulheres que nos últimos anos se repetiram em vários processos judiciais em Portugal.
A actual lei de criminalização do aborto é injusta socialmente. É uma lei que aos ricos não afecta porque podem ir fora do país e fazer o aborto. As causas para o aborto são várias: porque as mulheres já tinham filhos; porque eram novas; porque foram abandonadas pelo respectivo companheiro; porque não tinham condições para o criar; ou porque, pura e simplesmente, não queriam. A lei deve, de facto, estabelecer o domínio das garantias da liberdade e da responsabilidade, e não deve procurar impor ou punir comportamentos que relevam da escolha pessoal, familiar ou social. A lei actualmente existente não previne o aborto clandestino, antes acarreta para as mulheres que optam pela interrupção voluntária da gravidez não só danos físicos de abortos feitos em condições clandestinas e deficientes em termos de saúde, mas também danos psicológicos agravados pela criminalização do acto praticado.
Já se arrasta há muito tempo o impasse que é um produto da religião católica. Quem como eu é a favor da despenalização não quer impor nada, quer apenas o direito de opção que poupa o sofrimento e a dor que essa discussão envolve.
Despenalizar a Interrupção Voluntária da Gravidez é a única forma de pôr fim às sucessivas investigações, devassas, humilhações, julgamentos e condenações de mulheres que nos últimos anos se repetiram em vários processos judiciais em Portugal.
domingo, novembro 26, 2006
The Kid
Jerónimo de Sousa dirigiu-se também ao PSD, afirmando que, para o líder social-democrata Marques Mendes, «deve ser muito difícil ser prior nesta freguesia»: «Se faz propostas mandam-no estar calado, se não faz dizem que não faz oposição».
«O problema não está em Marques Mendes, está em quem manda no PSD e quem manda no PSD é o poder económico que acha que Sócrates não só serve como não deve ser estorvado», disse.
«O problema não está em Marques Mendes, está em quem manda no PSD e quem manda no PSD é o poder económico que acha que Sócrates não só serve como não deve ser estorvado», disse.
Portugal Diário, 18 Novembro 2006
terça-feira, novembro 21, 2006
quarta-feira, novembro 15, 2006
quarta-feira, novembro 08, 2006
Zona de Conforto
Um corvo está sentado numa árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta: "Eu posso sentar-me como você e não fazer nada o dia inteiro?" O corvo responde: "Claro, porque não?" O coelho senta-se no chão em baixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho.
Nota:
Para ficar sentado sem fazer nada, você deve estar sentado bem no alto.
Nota:
Para ficar sentado sem fazer nada, você deve estar sentado bem no alto.
domingo, novembro 05, 2006
É gente desta que o País precisa!
Para entrevistar um grande dirigente, só poderia ser um grande jornalista.
Um grande bem haja, aos dois.
Levantam a moral a qualquer equipa.
domingo, outubro 29, 2006
Salazar - versão Séc. XXI
Está a cumprir-se o desejo daqueles que clamavam por um "novo Salazar".
Apesar de nos deixar chamar-lhe: Mentiroso, Aldrabão, Arrogante e outros epítetos, o "nosso Primeiro", tal como Salazar, vai encher os cofres do Estado, mas vai pôr-nos a pão e água. Só os ricos terão direito à saúde e à protecção social, os outros arrastar-se-ão nas filas dos poucos hospitais e maternidades centrais e nas filas da Assistência Social, à boa maneira salazarista.
Tudo:
"A Bem da Redução do Défice"
Apesar de nos deixar chamar-lhe: Mentiroso, Aldrabão, Arrogante e outros epítetos, o "nosso Primeiro", tal como Salazar, vai encher os cofres do Estado, mas vai pôr-nos a pão e água. Só os ricos terão direito à saúde e à protecção social, os outros arrastar-se-ão nas filas dos poucos hospitais e maternidades centrais e nas filas da Assistência Social, à boa maneira salazarista.
Tudo:
"A Bem da Redução do Défice"
quarta-feira, outubro 25, 2006
Blins, porque sim !
Os Blins são os perfeitos criadores do Universo, omnipotentes, omniscientes e omniverdes. São a Origem e o Fim, a Vida e a Morte, o A e o Ya. O blinólogo escolástico São Francisco de Alcabideche declarou em 1208 que os Blins seriam também aqueles alfinetes com cabeça em forma de joaninha que se espetam nas plantas de plástico. Historiadores modernos afirmam tratar-se de um erro na tradução do original hebraico, mas hoje em dia a adoração destes adereços é uma parte importante do culto Bliniano.
Porquê estudar os Blins?
O estudo dos Blins é o mais elevado empreendimento do intelecto humano, pois é a única via para revelar o propósito do Universo, o sentido da vida, e a verdadeira utilidade dos alfinetes com cabeça em forma de joaninha.
Mas não há evidências que os Blins existam, pois não?
A existência dos Blins é uma questão metafísica e transcendente que não pode ser abordada pela ciência, pois o método científico assume à partida uma posição exclusivamente ablínica. Mais, aceitar a existência dos Blins é um acto de fé, e a única forma de receber a Sua graça. Por isso nunca poderá haver argumentos ou evidências que demonstrem a existência dos Blins.
E se a fé não me chega para aceitar que os Blins existem?
Nesse caso, há argumentos e evidências que demonstram a existência dos Blins. Por exemplo, o argumento ontológico. Sendo os Blins os seres mais perfeitos que se pode conceber, e sendo um ser que existe mais perfeito que um que não existe, forçosamente os Blins terão que existir. Podemos também demonstrar a sua existência pelo argumento da afirmação, que diz que os Blins existem porque sim.
As evidências são também claras. O Universo é de tal forma complexo que a sua origem não pode ser explicada pelo acaso, o que prova que é uma criação dos Blins. Também a natureza humana testemunha a existência dos Blins, pois todos os povos e culturas crêem em seres sobrenaturais.
Quantos Blins existem?
O Credo Blim é bastante claro e explícito, dispensando qualquer explicação: «Creio em três Blins, e apenas três. Creio que os Blins são exactamente vinte e seis, e o seu número, que é quantos são, é trezentos e doze. Excepto às quartas feiras.»
Mas isso não é uma contradição?
Não.
Como explicar a existência do vermelho?
Este um dos grandes problemas por resolver na blinologia. Sendo os Blins omnipotentes e omniverdes, a existência do vermelho é algo surpreendente. Será talvez um mistério que ficará para sempre além da compreensão humana. Mas a hipótese mais aceite é que a existência do vermelho foi consequência do livre arbítrio humano, e da escolha que levou à expulsão do Paraíso, onde tudo era verde. Este exercício de vontade que levou a espécie humana a afastar-se da perfeição do verde é relatado com grande beleza nos escritos sagrados Blim, nomeadamente na história de Lucinda, o tremoceiro, e os três porcos cantores.
E o que faz um blinólogo?
Como investigador, o blinólogo pesquisa textos antigos de blinólogos já falecidos, num esforço incessante para rescrever as mesmas ideias em frases ligeiramente diferentes. Este trabalho de leitura e contemplação metafísica tornam-no especialmente apto para se pronunciar sobre temas como a investigação em medicina, genética molecular, contracepção, e a orientação sexual de cada indivíduo.
Porquê estudar os Blins?
O estudo dos Blins é o mais elevado empreendimento do intelecto humano, pois é a única via para revelar o propósito do Universo, o sentido da vida, e a verdadeira utilidade dos alfinetes com cabeça em forma de joaninha.
Mas não há evidências que os Blins existam, pois não?
A existência dos Blins é uma questão metafísica e transcendente que não pode ser abordada pela ciência, pois o método científico assume à partida uma posição exclusivamente ablínica. Mais, aceitar a existência dos Blins é um acto de fé, e a única forma de receber a Sua graça. Por isso nunca poderá haver argumentos ou evidências que demonstrem a existência dos Blins.
E se a fé não me chega para aceitar que os Blins existem?
Nesse caso, há argumentos e evidências que demonstram a existência dos Blins. Por exemplo, o argumento ontológico. Sendo os Blins os seres mais perfeitos que se pode conceber, e sendo um ser que existe mais perfeito que um que não existe, forçosamente os Blins terão que existir. Podemos também demonstrar a sua existência pelo argumento da afirmação, que diz que os Blins existem porque sim.
As evidências são também claras. O Universo é de tal forma complexo que a sua origem não pode ser explicada pelo acaso, o que prova que é uma criação dos Blins. Também a natureza humana testemunha a existência dos Blins, pois todos os povos e culturas crêem em seres sobrenaturais.
Quantos Blins existem?
O Credo Blim é bastante claro e explícito, dispensando qualquer explicação: «Creio em três Blins, e apenas três. Creio que os Blins são exactamente vinte e seis, e o seu número, que é quantos são, é trezentos e doze. Excepto às quartas feiras.»
Mas isso não é uma contradição?
Não.
Como explicar a existência do vermelho?
Este um dos grandes problemas por resolver na blinologia. Sendo os Blins omnipotentes e omniverdes, a existência do vermelho é algo surpreendente. Será talvez um mistério que ficará para sempre além da compreensão humana. Mas a hipótese mais aceite é que a existência do vermelho foi consequência do livre arbítrio humano, e da escolha que levou à expulsão do Paraíso, onde tudo era verde. Este exercício de vontade que levou a espécie humana a afastar-se da perfeição do verde é relatado com grande beleza nos escritos sagrados Blim, nomeadamente na história de Lucinda, o tremoceiro, e os três porcos cantores.
E o que faz um blinólogo?
Como investigador, o blinólogo pesquisa textos antigos de blinólogos já falecidos, num esforço incessante para rescrever as mesmas ideias em frases ligeiramente diferentes. Este trabalho de leitura e contemplação metafísica tornam-no especialmente apto para se pronunciar sobre temas como a investigação em medicina, genética molecular, contracepção, e a orientação sexual de cada indivíduo.
sábado, outubro 21, 2006
O País está fodido, tem de fazer um aborto!
Numa conferência de imprensa, onde também estava um bêbado ao fundo da sala, um repórter da RTP fez uma última pergunta aos três políticos presentes: -"Meus Senhores, se fossem solteiros, com quem gostariam de casar?"
O primeiro a responder foi Santana Lopes: "Com a Catarina Furtado, a mulher mais bonita de Portugal!"
E o bêbado, lá no fundo, aplaude e grita:
"Isso mesmo, muito bem, casou pela beleza, muito bem!!!"
A seguir, o Presidente Cavaco Silva responde: "Eu casava-me com a minha mulher, porque ela me ama!!!"
E o bêbado, mais uma vez: "Muito bem, é assim mesmo, casamento por amor!
Muito bem!"
Por último, José Sócrates, para ficar bem no retrato, dá a sua resposta:
"Eu casava-me com Portugal pois o meu coração pertence a este país!"
E o bêbado, num grande estardalhaço:
"É assim mesmo, isto é que é um homem honrado: fodeu, tem que casar!!!
Bravo!"
O primeiro a responder foi Santana Lopes: "Com a Catarina Furtado, a mulher mais bonita de Portugal!"
E o bêbado, lá no fundo, aplaude e grita:
"Isso mesmo, muito bem, casou pela beleza, muito bem!!!"
A seguir, o Presidente Cavaco Silva responde: "Eu casava-me com a minha mulher, porque ela me ama!!!"
E o bêbado, mais uma vez: "Muito bem, é assim mesmo, casamento por amor!
Muito bem!"
Por último, José Sócrates, para ficar bem no retrato, dá a sua resposta:
"Eu casava-me com Portugal pois o meu coração pertence a este país!"
E o bêbado, num grande estardalhaço:
"É assim mesmo, isto é que é um homem honrado: fodeu, tem que casar!!!
Bravo!"
quarta-feira, outubro 18, 2006
Mais um cromo, ou seja, uma besta!
A culpa é dos consumidores !
"Culpa do aumento da electricidade é do consumidor"
O secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação declarou que "a culpa" do aumento de 15,7% da electricidade para os consumidores domésticos em 2007 é do consumidor, porque esteve vários anos a pagar menos do que devia.
O governo justifica este brutal aumento com o congelamento decretado pelos governos, em que as subidas percentuais não poderiam ser superiores à inflação. A EDP diz ter agora um acumulado de centenas de milhões de euros e terá que fazer este aumento.
Falta explicar aos utentes, como a EDP, empresa portuguesa que mais lucros obteve nos últimos anos, vem agora dizer ter um acumulado de prejuízos.
Então a responsabilidade é dos consumidores! Foram eles que decidiram os aumentos nos anos anteriores. Ainda sobre a justificação dos apenas 9% de aumento para as empresas, refere esta anormalidade: As empresas é que fazem a economia logo afecta a sua produtividade. Ou seja, esquece um aspecto nuclear da economia que são os consumidores. "Sem consumo não há economia" Sr. Secretário. Aonde é que andou a estudar para revelar tanta ignorância em tão pouco tempo. São os políticos que temos e que não merecemos.
"Culpa do aumento da electricidade é do consumidor"
O secretário de Estado Adjunto da Indústria e da Inovação declarou que "a culpa" do aumento de 15,7% da electricidade para os consumidores domésticos em 2007 é do consumidor, porque esteve vários anos a pagar menos do que devia.
O governo justifica este brutal aumento com o congelamento decretado pelos governos, em que as subidas percentuais não poderiam ser superiores à inflação. A EDP diz ter agora um acumulado de centenas de milhões de euros e terá que fazer este aumento.
Falta explicar aos utentes, como a EDP, empresa portuguesa que mais lucros obteve nos últimos anos, vem agora dizer ter um acumulado de prejuízos.
Então a responsabilidade é dos consumidores! Foram eles que decidiram os aumentos nos anos anteriores. Ainda sobre a justificação dos apenas 9% de aumento para as empresas, refere esta anormalidade: As empresas é que fazem a economia logo afecta a sua produtividade. Ou seja, esquece um aspecto nuclear da economia que são os consumidores. "Sem consumo não há economia" Sr. Secretário. Aonde é que andou a estudar para revelar tanta ignorância em tão pouco tempo. São os políticos que temos e que não merecemos.
domingo, outubro 08, 2006
domingo, setembro 24, 2006
Ninguém é perfeito, mas há coisas que tem de ser ditas
Demora um pouco a ver. Mas vale a pena. Hugo Chavez na ONU em 20 Setembro 2006 - Um discurso para a história?
http://www.youtube.com/watch?v=mwQz6TRtXOgt
E para aqueles que preferirem, a tradução completa está aqui
http://www.youtube.com/watch?v=mwQz6TRtXOgt
E para aqueles que preferirem, a tradução completa está aqui
sábado, setembro 23, 2006
E tudo ficou por resolver...
Foi o "envelope nº9";
Foi o caso "Casa Pia";
Foi o "apito dourado";
Foi o "saco azul de Felgueiras";
O processo da Pequena Joana;
Foi o "processo Freeport";
Foram as fugas dos "segredos" de informação;
E etc, etc......
Foi o caso "Casa Pia";
Foi o "apito dourado";
Foi o "saco azul de Felgueiras";
O processo da Pequena Joana;
Foi o "processo Freeport";
Foram as fugas dos "segredos" de informação;
E etc, etc......
sábado, setembro 16, 2006
Com pezinhos de lã
A revolta muçulmana contra Bento XVI apossou-se dos países islâmicos tendo como pretexto um discurso papal na Universidade de Ratisbona no sul da Alemanha.
O Papa, que conhece bem a intolerância da sua própria Igreja, citou um diálogo entre o Imperador bizantino Manuel II Paleólogo (1391) e um erudito persa em que o primeiro pedia ao segundo que lhe desse um exemplo de algo de novo que o mundo devesse a Maomé e que só encontraria coisas «más e desumanas» como a «ordem de expandir com a espada a fé que ele pregava».
O Papa acrescentou ainda que a jihad contraria Deus e considerou irracional defender a fé com violência, como se essa não fosse prática habitual das religiões, incluindo a sua.
Logo uma legião de clérigos ululou no Egipto, Irão, Paquistão e Iraque. Que as palavras do Papa «incitam ao terrorismo» - dizem os líderes sunitas, que desconhece a «tolerante religião islâmica» verberam os Ayatollahs do Irão.
E a verdade é que o Papa tem razão. Por mais que agora levante o vestidinho e mostre os sapatinhos vermelhos e as meias a condizer, disse o óbvio ululante. Aliás, os Papas seus antecessores, igualmente santos, pregaram a guerra, «numa das mãos a espada e na outra a cruz», como ora fazem os terroristas dos vários credos, com particular regozijo do Islão, e, de forma mais subtil, os bispos na luta contra a laicidade e o ateísmo.
É uma evidência que o proselitismo anima a clericanalha de um lado e outro. O sangue é o alimento predilecto do Deus de qualquer deles. O martírio é a demência com melhor cotação na bolsa de valores do Paraíso. «Crês ou morres» é a divisa criada pela ambição demencial dos beatos das religiões do livro.
Não se percebe a onda de indignação. É mais um número equivalente ao das caricaturas do boçal pastor de camelos. Da parte do Papa apenas os métodos são mais suaves após a desconfiança e desprezo a que o votaram as sociedades secularizadas.
Mas não se pense que a violência é exclusiva de uma religião particular, é o ópio que anima as multidões de crentes fanatizados na infância pela clericanalha ao serviço de um Deus qualquer para que os homens vivam de rastos e morram de joelhos.
O que está em causa é a liberdade de expressão, independentemente da luta que a clericanalha cristã e islâmica travam pela hegemonia no mercado da fé.
É essa liberdade que o laicismo assegura e que tem de ser defendida.
um artigo de Carlos Esperança,
O Papa, que conhece bem a intolerância da sua própria Igreja, citou um diálogo entre o Imperador bizantino Manuel II Paleólogo (1391) e um erudito persa em que o primeiro pedia ao segundo que lhe desse um exemplo de algo de novo que o mundo devesse a Maomé e que só encontraria coisas «más e desumanas» como a «ordem de expandir com a espada a fé que ele pregava».
O Papa acrescentou ainda que a jihad contraria Deus e considerou irracional defender a fé com violência, como se essa não fosse prática habitual das religiões, incluindo a sua.
Logo uma legião de clérigos ululou no Egipto, Irão, Paquistão e Iraque. Que as palavras do Papa «incitam ao terrorismo» - dizem os líderes sunitas, que desconhece a «tolerante religião islâmica» verberam os Ayatollahs do Irão.
E a verdade é que o Papa tem razão. Por mais que agora levante o vestidinho e mostre os sapatinhos vermelhos e as meias a condizer, disse o óbvio ululante. Aliás, os Papas seus antecessores, igualmente santos, pregaram a guerra, «numa das mãos a espada e na outra a cruz», como ora fazem os terroristas dos vários credos, com particular regozijo do Islão, e, de forma mais subtil, os bispos na luta contra a laicidade e o ateísmo.
É uma evidência que o proselitismo anima a clericanalha de um lado e outro. O sangue é o alimento predilecto do Deus de qualquer deles. O martírio é a demência com melhor cotação na bolsa de valores do Paraíso. «Crês ou morres» é a divisa criada pela ambição demencial dos beatos das religiões do livro.
Não se percebe a onda de indignação. É mais um número equivalente ao das caricaturas do boçal pastor de camelos. Da parte do Papa apenas os métodos são mais suaves após a desconfiança e desprezo a que o votaram as sociedades secularizadas.
Mas não se pense que a violência é exclusiva de uma religião particular, é o ópio que anima as multidões de crentes fanatizados na infância pela clericanalha ao serviço de um Deus qualquer para que os homens vivam de rastos e morram de joelhos.
O que está em causa é a liberdade de expressão, independentemente da luta que a clericanalha cristã e islâmica travam pela hegemonia no mercado da fé.
É essa liberdade que o laicismo assegura e que tem de ser defendida.
um artigo de Carlos Esperança,
sexta-feira, setembro 15, 2006
Os "bons", os "maus" e os "anjinhos"
A mentalidade ocidental foi acostumada desde muito cedo a dividir as coisas em dois eixos principais: as boas e as más. Essa mentalidade é muito mais forte nos países de tendências Judaico-Cristãs (tendência que abarca também o Islamismo) do que nos de cultura oriental, porém, mesmo nesses, essa tendência existe e deve ser observada atentamente.
Classificar fenómenos entre bons e maus é uma tendência antiga da mente humana, isso porque esses rótulos facilitam a compreensão do mundo. É fácil dizer que tal pessoa não é confiável porque é má, ou que alguém está com más intenções em relação a algo. O difícil é explicar o que é bem e o que é mal. Torna-se tão difícil definir esses dois conceitos antagónicos por um só motivo: ambos não existem de verdade; são apenas construções baseadas nas ideologias daqueles que as constroem.
Depois dos mil anos de Idade Média Europeia que deram bases à mentalidade dos Europeus que conquistaram e colonizaram a América, influenciando todo o mundo, a moral Judaico-Cristã difundiu se pelo planeta, e hoje nada que destoe muito dela é visto com bons olhos. Por isso, temos uma noção tão definida do que é bem e do que é mal. Mesmo estes conceitos não passando de construções,
Hoje o país mais poderoso do mundo é os EUA e, além de se considerarem o modelo de democracia perfeita, eles ainda são regidos por uma moral mista entre o mais forte Puritanismo Cristão e o Judaísmo Ortodoxo.
Quem governa faz a História, pois a História pertence aos vencedores, sendo assim, para quase todo o mundo, os fatos são vistos como os EUA querem que eles sejam mostrados.
Tomem por bem e por mal aquilo que bem entenderem, mas se compreenderam este texto verão que esses conceitos dependem única e exclusivamente do lado com o qual você simpatiza mais. Se for realmente imparcial, talvez você consiga fazer a seguinte análise:
Palavras de Deus (se é que ele existe):
Quando eu disse Amai ao Próximo como a Ti Mesmo, eu não pensava em fazer com que uns explorassem os outros, matassem em meu nome ou financiassem Estados que servissem de pontos estratégicos para guerras futuras. Porém, por outro, quando meu filho esteve na Terra, disse certa vez “Se te baterem numa face, ofereça a outra”, e não “Se te baterem numa face destrua até mesmo crianças, famintos e doentes inocentes para castigar aquele que te golpeou”.
Classificar fenómenos entre bons e maus é uma tendência antiga da mente humana, isso porque esses rótulos facilitam a compreensão do mundo. É fácil dizer que tal pessoa não é confiável porque é má, ou que alguém está com más intenções em relação a algo. O difícil é explicar o que é bem e o que é mal. Torna-se tão difícil definir esses dois conceitos antagónicos por um só motivo: ambos não existem de verdade; são apenas construções baseadas nas ideologias daqueles que as constroem.
Depois dos mil anos de Idade Média Europeia que deram bases à mentalidade dos Europeus que conquistaram e colonizaram a América, influenciando todo o mundo, a moral Judaico-Cristã difundiu se pelo planeta, e hoje nada que destoe muito dela é visto com bons olhos. Por isso, temos uma noção tão definida do que é bem e do que é mal. Mesmo estes conceitos não passando de construções,
Hoje o país mais poderoso do mundo é os EUA e, além de se considerarem o modelo de democracia perfeita, eles ainda são regidos por uma moral mista entre o mais forte Puritanismo Cristão e o Judaísmo Ortodoxo.
Quem governa faz a História, pois a História pertence aos vencedores, sendo assim, para quase todo o mundo, os fatos são vistos como os EUA querem que eles sejam mostrados.
Tomem por bem e por mal aquilo que bem entenderem, mas se compreenderam este texto verão que esses conceitos dependem única e exclusivamente do lado com o qual você simpatiza mais. Se for realmente imparcial, talvez você consiga fazer a seguinte análise:
Palavras de Deus (se é que ele existe):
Quando eu disse Amai ao Próximo como a Ti Mesmo, eu não pensava em fazer com que uns explorassem os outros, matassem em meu nome ou financiassem Estados que servissem de pontos estratégicos para guerras futuras. Porém, por outro, quando meu filho esteve na Terra, disse certa vez “Se te baterem numa face, ofereça a outra”, e não “Se te baterem numa face destrua até mesmo crianças, famintos e doentes inocentes para castigar aquele que te golpeou”.
quarta-feira, setembro 06, 2006
As duas faces da mesma $moeda$
Ninguém saberá ao certo como ocorreu o 11 de Set. 2001.
Todas as pessoas que iam com os terroristas nos aviões estão mortas. O registo das conversas das caixas negras pode estar ou não manipulado. Ninguém saberá jamais todos os detalhes. Dirão uns que foi um grupo de Al Quaida, dirão outros que foi uma conspiração pela própria administração Bush.
Mas o que importa é sobretudo o que daí adveio.
A mudança de orientação, sobretudo ao nível da política externa. A assunção de que os EUA estavam em guerra «contra o terrorismo». O ataque e derrube do regime dos taliban no Afeganistão. A autorização para escutas praticamente ilimitadas e a possibilidade de prender alguém secretamente, sem acesso a advogado durante longo tempo, com a mera suspeita de «terrorismo», o «Patriot Act»...
Depois, a encenação que levou à invasão do Iraque (em 2003) e todos os desenvolvimentos que se conhecem. O alinhamento incondicional do governo britânico, e o apoio da direita europeia mais conservadora (incluindo Asnar e Durão Barroso).
A própria viragem da UE, temerosa de desagradar ao Big Brother USA.
Se foi uma espécie de Pearl Harbour, ou não, nunca saberemos (o supremo comando naval dos EUA tinha interceptado as mensagens dirigidas à marinha e aviação nipónicas: não fizeram nada, tinham assim um «casus belli» para entrarem na IIª Guerra Mundial).
O que sabemos todos é a consequência disto tudo. Guerra e mais guerra.
A guerra que é levada a cabo é declaradamente contra os «terroristas»; porém, duplica-se esta por uma guerra económica dos ricos contra os pobres, os cada vez mais pobres.
A globalização capitalista mata muito mais num dia, do que todas as bombas de terroristas juntas.
Os terrorismos de grupos diversos e o terrorismo de Estado, complementam-se. Os objectivos de uns não seriam possíveis sem a actuação dos outros.
São quase a sua própria imagem em espelho: apenas uns têm meios muito mais potentes do que os outros.
O terrorismo é o maior amigo dos estados capitalistas e imperialistas. Estes sabem bem que têm de o «cultivar» á socapa, têm de o alimentar, com medidas que apenas servem para o inflacionar, pois é graças ao pretexto terrorista que os Estados se tornam cada vez mais fascistas.
Isto com a passividade, indiferença ou mesmo aplauso entusiasta dos cidadãos... salvo uma pequena parte que não perdeu a lucidez mental...
Se achas que pertences a este último grupo, não cedas às manipulações...
e não caias nas argumentações idiotas de uns e de outros.
Manuel Baptista
Todas as pessoas que iam com os terroristas nos aviões estão mortas. O registo das conversas das caixas negras pode estar ou não manipulado. Ninguém saberá jamais todos os detalhes. Dirão uns que foi um grupo de Al Quaida, dirão outros que foi uma conspiração pela própria administração Bush.
Mas o que importa é sobretudo o que daí adveio.
A mudança de orientação, sobretudo ao nível da política externa. A assunção de que os EUA estavam em guerra «contra o terrorismo». O ataque e derrube do regime dos taliban no Afeganistão. A autorização para escutas praticamente ilimitadas e a possibilidade de prender alguém secretamente, sem acesso a advogado durante longo tempo, com a mera suspeita de «terrorismo», o «Patriot Act»...
Depois, a encenação que levou à invasão do Iraque (em 2003) e todos os desenvolvimentos que se conhecem. O alinhamento incondicional do governo britânico, e o apoio da direita europeia mais conservadora (incluindo Asnar e Durão Barroso).
A própria viragem da UE, temerosa de desagradar ao Big Brother USA.
Se foi uma espécie de Pearl Harbour, ou não, nunca saberemos (o supremo comando naval dos EUA tinha interceptado as mensagens dirigidas à marinha e aviação nipónicas: não fizeram nada, tinham assim um «casus belli» para entrarem na IIª Guerra Mundial).
O que sabemos todos é a consequência disto tudo. Guerra e mais guerra.
A guerra que é levada a cabo é declaradamente contra os «terroristas»; porém, duplica-se esta por uma guerra económica dos ricos contra os pobres, os cada vez mais pobres.
A globalização capitalista mata muito mais num dia, do que todas as bombas de terroristas juntas.
Os terrorismos de grupos diversos e o terrorismo de Estado, complementam-se. Os objectivos de uns não seriam possíveis sem a actuação dos outros.
São quase a sua própria imagem em espelho: apenas uns têm meios muito mais potentes do que os outros.
O terrorismo é o maior amigo dos estados capitalistas e imperialistas. Estes sabem bem que têm de o «cultivar» á socapa, têm de o alimentar, com medidas que apenas servem para o inflacionar, pois é graças ao pretexto terrorista que os Estados se tornam cada vez mais fascistas.
Isto com a passividade, indiferença ou mesmo aplauso entusiasta dos cidadãos... salvo uma pequena parte que não perdeu a lucidez mental...
Se achas que pertences a este último grupo, não cedas às manipulações...
e não caias nas argumentações idiotas de uns e de outros.
Manuel Baptista
domingo, setembro 03, 2006
Não há miséria que não dê em fartura!
-
«O SISTEMA de ensino em Portugal tem nada menos do que 2071 manuais escolares. Do 1º ao 12º ano é este o número de livros que os alunos podem escolher com preços que variam entre os dois e os 32 euros. Só até ao 4.º ano (antiga 4.ª Classe) temos 333 livros. Mas nenhum passa por qualquer crivo ou acreditação oficial, apesar de desde 1990 a lei exigir a avaliação dos livros escolares.»
sexta-feira, agosto 25, 2006
Se vires as barbas do vizinho a arder....
Primeiro levaram os comunistas,
mas eu não me importei com isso.
Eu não sou comunista.
Em seguida levaram alguns operários,
mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
mas não me importei com isso.
Eu não sou sindicalista.
Depois agarraram os sacerdotes,
mas como não sou religioso,
também não me importei.
Agora estão me levando,
mas já é tarde.
Bertolt Brecht
**********
Primeiro despediram os funcionários públicos,
mas eu não me importei,
não sou funcionário público.
Depois proibiram a greve dos professores,
mas eu não me importei,
não sou professor.
Depois proibiram a manifestação dos militares,
mas eu não me importei,
não sou militar.
Depois foram os juízes, os polícias, os enfermeiros,
mas eu não me importei,
não sou juiz, nem polícia, nem enfermeiro.
Agora estão a bater-me à porta,
mas já é tarde.
António Cebola
mas eu não me importei com isso.
Eu não sou comunista.
Em seguida levaram alguns operários,
mas não me importei com isso.
Eu também não era operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
mas não me importei com isso.
Eu não sou sindicalista.
Depois agarraram os sacerdotes,
mas como não sou religioso,
também não me importei.
Agora estão me levando,
mas já é tarde.
Bertolt Brecht
**********
Primeiro despediram os funcionários públicos,
mas eu não me importei,
não sou funcionário público.
Depois proibiram a greve dos professores,
mas eu não me importei,
não sou professor.
Depois proibiram a manifestação dos militares,
mas eu não me importei,
não sou militar.
Depois foram os juízes, os polícias, os enfermeiros,
mas eu não me importei,
não sou juiz, nem polícia, nem enfermeiro.
Agora estão a bater-me à porta,
mas já é tarde.
António Cebola
domingo, julho 30, 2006
Injusta e desumana agressão dum Estado contra outro
Na comunicação social estrangeira e nacional, o que se afirma à exaustão é que Israel ataca uma milícia religiosa, terrorista, o Hezbollah, que utiliza o espaço geográfico do Estado do Líbano como base de operações contra o Estado de Israel. E surpreendentemente, contando essa versão com apoio de algumas autoridades libanesas.
Aqui começa um dos aspectos mais nefastos e sofisticado dessa agressão do Estado de Israel, contra o Estado Libanês. Os meios de comunicação e de propaganda do imperialismo norte-americano e dos israelitas querem com essa forma de colocar o problema, descaracterizar a essência da crise actual que se desenrola entre Israel e Líbano. A tentativa isrealita-imperialista de destruir os estados nacionais soberanos daquela parcela do Oriente Médio, e de substituí-los por governos fantoches a seu serviço.
Essa guerra é parte da luta que aí se trava desde a década de 40 do século passado, contra a pretensão por parte do movimento sionista mundial, para que seja estabelecido na região, um Lar Nacional Judeu, sob a forma de um Estado Nacional - o actual Estado de Israel. Sendo usado para isso o território Palestino, e desalojando desse espaço geográfico, todo um povo que aí está estabelecido há séculos.
Nos limites dessa coluna, não cabe uma análise histórica exaustiva acerca desse conflito, que se desenrola a mais de meio século. Mas nesse longo período essa crise manifestou-se de acordo com a situação política mundial e do oriente. Num quadro de guerra-fria, tinha certas características, com o fim desta e no cenário de hegemonismo absoluto do imperialismo americano, assume outras. Com a ascensão de Busch ao governo nos EUA, e após o 11 de Setembro, passou a ser tratada dentro do quadro de guerra contra o terror. No mundo árabe, também essa resistência assume formas e conteúdos conforme o rumo político seguido pela região, ou melhor dito, por países chaves da mesma. Mas em qualquer momento, quando o mundo árabe se uniu na defesa de seus interesses maiores, a causa palestina fortaleceu-se.
Com o fim da segunda guerra mundial, e diante dos horrores que o nazismo infligiu a comunistas, judeus, ciganos, homossexuais e outros, a consciência democrática mundial apoiou a construção de um Lar Nacional para o povo Judeu. Uma resolução da ONU regulamentou a matéria, consagrando também aos palestinos direitos iguais aos judeus. O espaço cedido foi uma pequena parte da antiga palestina, então sob dominação do imperialismo britânico. Desde então palestinos e árabes resistiram às pretensões sionistas de terem como limites das fronteiras do nascente estado, aquilo que chamam de fronteiras bíblicas. Depois por sucessivas guerras de conquista, Israel ampliou as fronteiras que lhe haviam sido determinadas pela ONU. Tendo ocupado por décadas parte do Líbano, continuando a ocupar parte da Síria - colinas de Golan – e a maior parte da Palestina. Como corolário desse expansionismo israelita ampliou-se e aprofundou-se a resistência árabe, mormente a palestiniana. Nas décadas de 60/ 70 do século vinte, essa resistência era essencialmente laica, tendo assumido feição predominante religiosa dos anos 80 para cá.
É nesse contexto que surgem fortes movimentos político-religiosos, dos quais o Hamas na Palestina e o Hezbollah no Líbano são referencias maiores. Movimentos esses que paulatinamente vão ocupando o centro da resistência aos judeus em defesa dos direitos árabes, e também paulatinamente vão assumindo características políticas, inclusive participando de governos locais, como o Hamas na Palestina, onde dirige a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e no Líbano, onde o Hezbollah ocupa dois ministérios.
Esse pano de fundo pode facilitar-nos a compreensão da guerra em curso no oriente, mas não é suficiente para que aceitemos a justificativa política que está em curso naquela região: a de que o que se verifica hoje entre Israel e Líbano, é a luta entre um Estado Nacional, Israel, e um grupo de terroristas fanáticos, o Hezbollah. O drama por que passa aquela região, é o de que, um Estado Nacional expansionista, militarista e racista, o Estado de Israel, ataca um Estado Soberano, enfraquecido por anos de guerras e ocupação. O Hezbollah não é e não deve assim ser visto como um Estado dentro do Estado, ser um corpo estranho na vida do Estado Libanês.
O que está em curso no Líbano é um brutal ataque do governo israelita, contra um Estado soberano, detentor de uma história milenar, que registra episódios de resistência que vão da época de Alexandre o Grande, ao domínio do império romano, dos turcos, dos franceses. Nessa longa historia, se plasmou um povo, uma nacionalidade, e um Estado Nacional. Estado esse que situado em uma região geo-estratégica para os planos do imperialismo norte-americano, sofre de forma intensa os caprichos da política expansionista do imperialismo e do seu principal agente na região, o Estado de Israel.
No centro da resistência libanesa coloca-se a questão da luta pela unidade nacional como factor básico da existência de um Estado Libanês plural, laico, socialmente justo.
A força do apelo pela defesa do território, do espaço geográfico do lar nacional de um povo, é uma força ideológica muito poderosa, e a historia registra inúmeros casos de situações, também aparentemente desesperadoras, em lutas de defesa da nação e do povo, que foram vitoriosas, no que pese a enorme desigualdade de forças em combate. Lembremo-nos de De Gaulle, exortando os franceses a resistirem ao aparente imbatível exército do 3ºReich, ou de Mão Tse Tung, conclamando a união de todos os chineses, independente de colorações político-religiosas a enfrentarem e derrotarem o invasor Japonês, ou o Vietnan liderado pelo lendário Tio Ho (Ho Chin Min), aquela figura humana inigualável, a unir seu povo para derrotar os maiores impérios de uma época, primeiro o francês e depois o americano. Em todas essas lutas, a "questão nacional" esteve no centro das estratégias militares vitoriosas.
A construção de uma sólida e decidida unidade em defesa da nação de todos libaneses, é a condição preliminar para se colocar a resistência à agressão israelita num novo patamar. E considero, será a ‘condicio sine qua non’ para que os árabes em geral e os libaneses em particular tenham um desfecho vitorioso nessa luta que se desenvolve há tanto tempo.
por Ronald Freitas
Aqui começa um dos aspectos mais nefastos e sofisticado dessa agressão do Estado de Israel, contra o Estado Libanês. Os meios de comunicação e de propaganda do imperialismo norte-americano e dos israelitas querem com essa forma de colocar o problema, descaracterizar a essência da crise actual que se desenrola entre Israel e Líbano. A tentativa isrealita-imperialista de destruir os estados nacionais soberanos daquela parcela do Oriente Médio, e de substituí-los por governos fantoches a seu serviço.
Essa guerra é parte da luta que aí se trava desde a década de 40 do século passado, contra a pretensão por parte do movimento sionista mundial, para que seja estabelecido na região, um Lar Nacional Judeu, sob a forma de um Estado Nacional - o actual Estado de Israel. Sendo usado para isso o território Palestino, e desalojando desse espaço geográfico, todo um povo que aí está estabelecido há séculos.
Nos limites dessa coluna, não cabe uma análise histórica exaustiva acerca desse conflito, que se desenrola a mais de meio século. Mas nesse longo período essa crise manifestou-se de acordo com a situação política mundial e do oriente. Num quadro de guerra-fria, tinha certas características, com o fim desta e no cenário de hegemonismo absoluto do imperialismo americano, assume outras. Com a ascensão de Busch ao governo nos EUA, e após o 11 de Setembro, passou a ser tratada dentro do quadro de guerra contra o terror. No mundo árabe, também essa resistência assume formas e conteúdos conforme o rumo político seguido pela região, ou melhor dito, por países chaves da mesma. Mas em qualquer momento, quando o mundo árabe se uniu na defesa de seus interesses maiores, a causa palestina fortaleceu-se.
Com o fim da segunda guerra mundial, e diante dos horrores que o nazismo infligiu a comunistas, judeus, ciganos, homossexuais e outros, a consciência democrática mundial apoiou a construção de um Lar Nacional para o povo Judeu. Uma resolução da ONU regulamentou a matéria, consagrando também aos palestinos direitos iguais aos judeus. O espaço cedido foi uma pequena parte da antiga palestina, então sob dominação do imperialismo britânico. Desde então palestinos e árabes resistiram às pretensões sionistas de terem como limites das fronteiras do nascente estado, aquilo que chamam de fronteiras bíblicas. Depois por sucessivas guerras de conquista, Israel ampliou as fronteiras que lhe haviam sido determinadas pela ONU. Tendo ocupado por décadas parte do Líbano, continuando a ocupar parte da Síria - colinas de Golan – e a maior parte da Palestina. Como corolário desse expansionismo israelita ampliou-se e aprofundou-se a resistência árabe, mormente a palestiniana. Nas décadas de 60/ 70 do século vinte, essa resistência era essencialmente laica, tendo assumido feição predominante religiosa dos anos 80 para cá.
É nesse contexto que surgem fortes movimentos político-religiosos, dos quais o Hamas na Palestina e o Hezbollah no Líbano são referencias maiores. Movimentos esses que paulatinamente vão ocupando o centro da resistência aos judeus em defesa dos direitos árabes, e também paulatinamente vão assumindo características políticas, inclusive participando de governos locais, como o Hamas na Palestina, onde dirige a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e no Líbano, onde o Hezbollah ocupa dois ministérios.
Esse pano de fundo pode facilitar-nos a compreensão da guerra em curso no oriente, mas não é suficiente para que aceitemos a justificativa política que está em curso naquela região: a de que o que se verifica hoje entre Israel e Líbano, é a luta entre um Estado Nacional, Israel, e um grupo de terroristas fanáticos, o Hezbollah. O drama por que passa aquela região, é o de que, um Estado Nacional expansionista, militarista e racista, o Estado de Israel, ataca um Estado Soberano, enfraquecido por anos de guerras e ocupação. O Hezbollah não é e não deve assim ser visto como um Estado dentro do Estado, ser um corpo estranho na vida do Estado Libanês.
O que está em curso no Líbano é um brutal ataque do governo israelita, contra um Estado soberano, detentor de uma história milenar, que registra episódios de resistência que vão da época de Alexandre o Grande, ao domínio do império romano, dos turcos, dos franceses. Nessa longa historia, se plasmou um povo, uma nacionalidade, e um Estado Nacional. Estado esse que situado em uma região geo-estratégica para os planos do imperialismo norte-americano, sofre de forma intensa os caprichos da política expansionista do imperialismo e do seu principal agente na região, o Estado de Israel.
No centro da resistência libanesa coloca-se a questão da luta pela unidade nacional como factor básico da existência de um Estado Libanês plural, laico, socialmente justo.
A força do apelo pela defesa do território, do espaço geográfico do lar nacional de um povo, é uma força ideológica muito poderosa, e a historia registra inúmeros casos de situações, também aparentemente desesperadoras, em lutas de defesa da nação e do povo, que foram vitoriosas, no que pese a enorme desigualdade de forças em combate. Lembremo-nos de De Gaulle, exortando os franceses a resistirem ao aparente imbatível exército do 3ºReich, ou de Mão Tse Tung, conclamando a união de todos os chineses, independente de colorações político-religiosas a enfrentarem e derrotarem o invasor Japonês, ou o Vietnan liderado pelo lendário Tio Ho (Ho Chin Min), aquela figura humana inigualável, a unir seu povo para derrotar os maiores impérios de uma época, primeiro o francês e depois o americano. Em todas essas lutas, a "questão nacional" esteve no centro das estratégias militares vitoriosas.
A construção de uma sólida e decidida unidade em defesa da nação de todos libaneses, é a condição preliminar para se colocar a resistência à agressão israelita num novo patamar. E considero, será a ‘condicio sine qua non’ para que os árabes em geral e os libaneses em particular tenham um desfecho vitorioso nessa luta que se desenvolve há tanto tempo.
por Ronald Freitas
domingo, julho 16, 2006
Encerrado para FÉRIAS, DIVIRTAM-SE!!!!!
Vão para férias e divirtam-se mas, de certeza, não será na Praia do Porto Pim.
Uns iluminados, que nos custam os olhos da cara, lembraram-se de fazer lá, AGORA, em plena época balnear umas obras de duvidoso efeito mas, sem dúvida, de completa falta de oportunidade.
Só lembrava ao diabo esperar por Julho e Agosto para construir, ALI, uns parques de estacionamento.
Uns iluminados, que nos custam os olhos da cara, lembraram-se de fazer lá, AGORA, em plena época balnear umas obras de duvidoso efeito mas, sem dúvida, de completa falta de oportunidade.
Só lembrava ao diabo esperar por Julho e Agosto para construir, ALI, uns parques de estacionamento.
quinta-feira, julho 13, 2006
A alma, essa desconhecida
É uma dor de “alma” ver tantos(as) “almas-de-deus”, enganados por uns “almas-do-diabo” que os exploram prometendo libertá-los das “almas-penadas” de familiares que entregaram a “alma” ao criador.
Eles sabem que “almas-penadas” não existem mas fazem segredo, porque o segredo é a “alma-do-negócio”;
São uns “almas-do-c……”!!!!
"A alma é um furúnculo etéreo que afecta o corpo dos crentes. É um vírus que resiste à morte e tem direito a transporte gratuito para o domicílio que os padres lhe destinam.
A alma é um bem mobiliário que paga imposto canónico e, à semelhança das acções de empresas, hoje igualmente desmaterializadas, paga avença pela «guarda de títulos».
No mercado mobiliário as acções são transmissíveis e negociáveis. Apesar das fraudes sabe-se que correspondem a avos do capital social de uma empresa. A sua duplicação é burla e conduz à cadeia, salvo quando o Vaticano está implicado e impede a extradição do criminoso, como sucedeu com o arcebispo Marcinkus que JP2 protegeu, após a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano.
Quanto à alma, há suspeitas de haver um número ilimitado em armazém, o que exaspera os clérigos, encarregados do negócio, com o planeamento familiar. Não se sabe bem se a alma vai no sémen, se está no óvulo ou se surge através da cópula, um método pouco digno para tão precioso e imaculado bem.
Os almófilos andam de joelhos e põem-se de rastos sem saber se a alma se esconde nas mitocôndrias, nas membranas celulares, no retículo endoplasmático ou no núcleo e nos cromossomas, sem nunca aceitarem que seja o produto de reacções enzimáticas.
Não sabem se é alguma coisa de jeito no ovo, no embrião em fase de mórula ou no blastocito. Juram que aparece no princípio, sem saberem bem quando e onde está o alfa, ou quando aparece Deus a espreitar pelo buraco da fechadura e a arremessar aos fluidos a alma que escusa o entusiasmo de quem ama.
Após o aparecimento dos rudimentos da crista neural, só às 12 semanas o processo de gestação dá origem ao feto e falta provar que a alma, embora de qualidade sofrível, se encontra num anencéfalo ou que é de boa qualidade a que Deus distribui ao fruto de uma violação ou do incesto."
# um artigo de Carlos Esperança
Eles sabem que “almas-penadas” não existem mas fazem segredo, porque o segredo é a “alma-do-negócio”;
São uns “almas-do-c……”!!!!
"A alma é um furúnculo etéreo que afecta o corpo dos crentes. É um vírus que resiste à morte e tem direito a transporte gratuito para o domicílio que os padres lhe destinam.
A alma é um bem mobiliário que paga imposto canónico e, à semelhança das acções de empresas, hoje igualmente desmaterializadas, paga avença pela «guarda de títulos».
No mercado mobiliário as acções são transmissíveis e negociáveis. Apesar das fraudes sabe-se que correspondem a avos do capital social de uma empresa. A sua duplicação é burla e conduz à cadeia, salvo quando o Vaticano está implicado e impede a extradição do criminoso, como sucedeu com o arcebispo Marcinkus que JP2 protegeu, após a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano.
Quanto à alma, há suspeitas de haver um número ilimitado em armazém, o que exaspera os clérigos, encarregados do negócio, com o planeamento familiar. Não se sabe bem se a alma vai no sémen, se está no óvulo ou se surge através da cópula, um método pouco digno para tão precioso e imaculado bem.
Os almófilos andam de joelhos e põem-se de rastos sem saber se a alma se esconde nas mitocôndrias, nas membranas celulares, no retículo endoplasmático ou no núcleo e nos cromossomas, sem nunca aceitarem que seja o produto de reacções enzimáticas.
Não sabem se é alguma coisa de jeito no ovo, no embrião em fase de mórula ou no blastocito. Juram que aparece no princípio, sem saberem bem quando e onde está o alfa, ou quando aparece Deus a espreitar pelo buraco da fechadura e a arremessar aos fluidos a alma que escusa o entusiasmo de quem ama.
Após o aparecimento dos rudimentos da crista neural, só às 12 semanas o processo de gestação dá origem ao feto e falta provar que a alma, embora de qualidade sofrível, se encontra num anencéfalo ou que é de boa qualidade a que Deus distribui ao fruto de uma violação ou do incesto."
# um artigo de Carlos Esperança
domingo, junho 25, 2006
sexta-feira, junho 23, 2006
Meninos rechonchudos
…quando deixam os filhos caírem em estados de obesidade. Para mim isto é crime por negligência. Vivemos numa sociedade onde se culpa tudo e todos para proteger a falta de educação/preparação de pais irresponsáveis que deixam que o mal bata à porta dos filhos. Não estou falando nas infelicidades de outros comportamentos de riscos que nem sempre podem ser controlados pelos pais. O caso da obesidade é completamente diferente e exige-se que os pais tomem uma posição, pela saúde dos nossos jovens e, em última análise pelos cofres do estado.
Já agora, uma campanha que merce uma visita
quinta-feira, junho 15, 2006
quarta-feira, junho 14, 2006
quinta-feira, junho 08, 2006
Que me perdoem os ditos-cujos!
Dizem que a profissão mais antiga do mundo foi a prostituição. Não posso concordar. Até porque não havia dinheiro quando o mundo começou, e se para o homem bastava dar com uma moca na cabeça da mulher e arrastá-la para a sua caverna, porque carga de água haveria de pagar?
Dizem então que a primeira profissão deve ter sido um dos trabalhos mais básicos, como agricultura ou caça. Embora concorde que tenham sido das primeiras profissões, as primeiras não foram, até porque no início não havia ferramentas para agricultura nem armas para caçar.
Sugerem então que tenha sido o ensino. Mas para ensinar é preciso aprender. É a história de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Neste caso, o estudante ou o professor. Ninguém nasce ensinado, logo teria de estudar primeiro. Mas no início não acredito que o homem tenha partido para esta actividade assim de arranque.
Temos de nos colocar na pele desse primeiro homem para perceber.
Então, o homem aparece. Um homem, Adão, sozinho, sem saber o que fazer. Qual a sua primeira iniciativa? Obviamente, coça os tomates. Assim sendo, a primeira profissão do mundo foi claramente... funcionário público!
Dizem então que a primeira profissão deve ter sido um dos trabalhos mais básicos, como agricultura ou caça. Embora concorde que tenham sido das primeiras profissões, as primeiras não foram, até porque no início não havia ferramentas para agricultura nem armas para caçar.
Sugerem então que tenha sido o ensino. Mas para ensinar é preciso aprender. É a história de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Neste caso, o estudante ou o professor. Ninguém nasce ensinado, logo teria de estudar primeiro. Mas no início não acredito que o homem tenha partido para esta actividade assim de arranque.
Temos de nos colocar na pele desse primeiro homem para perceber.
Então, o homem aparece. Um homem, Adão, sozinho, sem saber o que fazer. Qual a sua primeira iniciativa? Obviamente, coça os tomates. Assim sendo, a primeira profissão do mundo foi claramente... funcionário público!
terça-feira, junho 06, 2006
domingo, junho 04, 2006
E o mexilhão é que se lixa!
As religiões e a liberdade
Os estados industrializados exportam mercadorias, os totalitários ideologia.
O Irão desenvolve a bomba atómica, quer erradicar Israel ("terra prometida" e "Povo escolhido" tudo tretas teocráticas, digo eu) e curvar o mundo a Maomé.
A Arábia Saudita usa as divisas do petróleo para divulgar o Corão e sustentar os mullahs que deviam estar no manicómio e se encontram, sem tratamento, à frente das mesquitas.
O Vaticano exporta moral e escândalos, impondo a primeira e escondendo os segundos.
Os protestantes evangélicos exigem o ensino do criacionismo e a guerra em defesa da bíblia e na promoção do seu Deus.
Os cristãos ortodoxos agarram-se aos Estados como as lapas à rocha e não prescindem dos privilégios que ao longo dos tempos conquistaram.
Todas as religiões pretendem o monopólio porque - dizem -, há um só Deus verdadeiro. A teocracia é o modelo ideal de Estado, condescendendo as religiões que o Estado seja laico desde que se submeta à vontade do Deus de cada uma.
É neste caldo de cultura que os homens e mulheres livres têm de impor a Deus os princípios democráticos e ao clero o respeito das leis que os povos "livremente?" decidem.
Deus pode ser uma ideia tolerável, como as fadas e os duendes, se não interferir com a vontade dos povos e os ideais de liberdade que se devem ao secularismo e à laicidade.
O ódio do clero à liberdade, em qualquer religião, rivaliza com a embirração de Maomé com a carne de porco.
artigo de Carlos Esperança
Os estados industrializados exportam mercadorias, os totalitários ideologia.
O Irão desenvolve a bomba atómica, quer erradicar Israel ("terra prometida" e "Povo escolhido" tudo tretas teocráticas, digo eu) e curvar o mundo a Maomé.
A Arábia Saudita usa as divisas do petróleo para divulgar o Corão e sustentar os mullahs que deviam estar no manicómio e se encontram, sem tratamento, à frente das mesquitas.
O Vaticano exporta moral e escândalos, impondo a primeira e escondendo os segundos.
Os protestantes evangélicos exigem o ensino do criacionismo e a guerra em defesa da bíblia e na promoção do seu Deus.
Os cristãos ortodoxos agarram-se aos Estados como as lapas à rocha e não prescindem dos privilégios que ao longo dos tempos conquistaram.
Todas as religiões pretendem o monopólio porque - dizem -, há um só Deus verdadeiro. A teocracia é o modelo ideal de Estado, condescendendo as religiões que o Estado seja laico desde que se submeta à vontade do Deus de cada uma.
É neste caldo de cultura que os homens e mulheres livres têm de impor a Deus os princípios democráticos e ao clero o respeito das leis que os povos "livremente?" decidem.
Deus pode ser uma ideia tolerável, como as fadas e os duendes, se não interferir com a vontade dos povos e os ideais de liberdade que se devem ao secularismo e à laicidade.
O ódio do clero à liberdade, em qualquer religião, rivaliza com a embirração de Maomé com a carne de porco.
artigo de Carlos Esperança
sexta-feira, junho 02, 2006
O lado positivo da coisa
Numa tentativa de ultrapassar as conotações negativas da palavra “excedentários,” Teixeira dos Santos propôs que os funcionários considerados a mais ou dos organismos públicos recentemente extintos passem a chamar-se “necessários de segunda escolha.” Esta proposta surge na sequência de indicações vindas do primeiro-ministro José Sócrates que terá instruído os membros do seu governo para usarem apenas palavras positivas ao descrever situações negativas, estratégia a que muitos já chamam “valorização eufemística.” Assim, Portugal deixa de ser um país atrasado para passar a ser “inversamente evoluído,” Angola deixa de ser uma ditadura e transforma-se num “alvo apetecível para estabelecimento de parcerias estratégicas” e o desemprego passa a chamar-se “lazer a tempo inteiro.”
domingo, maio 28, 2006
O negócio da (China) doença
As Farmácias (monopólio da venda de medicamentos) ganham uma taxa de comercialização (23%) em cada medicamento que vendem. Ou seja, na dispensa de um medicamento que custe 10 contos as farmácias ganham 2,3 contos. Aonde as farmácias vendiam há 10 anos o Antibiótico X por 1 conto hoje, para o mesmo efeito, vendem o Antibiótico Y por 10. Aonde ganhavam 0.23 hoje, exactamente com o mesmo esforço (mesmo número de empregados, mesma renda, etc.), ganham 2,3. DEZ VEZES mais. Se pensarmos que desde há muito o crescimento da factura com os medicamentos vendidos nas farmácias (sempre nas mesmas farmácias) sobe acima dos 10% ao ano, percebemos que a Farmácia é um dos melhores negócios em Portugal e como o seu trespasse vale algumas centenas de milhares de contos.
Com efeito uma farmácia ganha, no simples acto de aviar os medicamentos de uma receita de um médico do SNS, mais do que ganha o médico que consultou o doente, o ouviu, observou, diagnosticou, se responsabilizou e passou aquela receita.
Algo vai muito mal no reino da Saúde!
Com a introdução dos genéricos aconteceu algo de novo que explica o aparente contra-senso do entusiástico apoio das farmácias aos genéricos. De facto, ao ganharem à percentagem percebe-se mal como as farmácias defendem a venda de medicamentos mais baratos que lhes iriam baixar os rendimentos. É que, com a introdução dos genéricos as farmácias ganharam um novo negócio, ainda mais rentável. Ganharam o poder de escolher entre o Antibiótico Y Genérico, de 30 ou mais Laboratórios de Genéricos. Dantes o Médico receitava o Antibiótico Y e a Farmácia tinha que fornecer o medicamento da marca que o médico que prescrevia. Não tinha qualquer interferência do processo. Agora, sempre que o médico não põe a cruzinha a expressamente o proibir, dispõe do poder de escolher. E qual é o critério de escolha perante trinta ou mais fornecedores ansiosos? Aquele que lhe der mais descontos, mais bónus. A imprensa citou casos aonde os Laboratórios por cada dez que as farmácias comprassem ofereciam várias embalagens de graça às farmácias. Embalagens cujo preço de venda revertiam inteiramente para a farmácia. Aonde as farmácias em vez de ficarem com 23% passaram a ficar com 100%!
Este reflexão é despoletada pela venda livre dos medicamentos nos Hipermercados. Um assunto irrelevante em relação aos graves problemas do Sector da Saúde e que por enquanto se pode resumir a uma aparente luta entre o Lobie das Farmácias e o Lobie dos Hipermercados. Desta vez terá ganho o Lobie dos Hipermercados.
Ou, como no fim se verá, será muito mais do que isso?
António Alvim
Com efeito uma farmácia ganha, no simples acto de aviar os medicamentos de uma receita de um médico do SNS, mais do que ganha o médico que consultou o doente, o ouviu, observou, diagnosticou, se responsabilizou e passou aquela receita.
Algo vai muito mal no reino da Saúde!
Com a introdução dos genéricos aconteceu algo de novo que explica o aparente contra-senso do entusiástico apoio das farmácias aos genéricos. De facto, ao ganharem à percentagem percebe-se mal como as farmácias defendem a venda de medicamentos mais baratos que lhes iriam baixar os rendimentos. É que, com a introdução dos genéricos as farmácias ganharam um novo negócio, ainda mais rentável. Ganharam o poder de escolher entre o Antibiótico Y Genérico, de 30 ou mais Laboratórios de Genéricos. Dantes o Médico receitava o Antibiótico Y e a Farmácia tinha que fornecer o medicamento da marca que o médico que prescrevia. Não tinha qualquer interferência do processo. Agora, sempre que o médico não põe a cruzinha a expressamente o proibir, dispõe do poder de escolher. E qual é o critério de escolha perante trinta ou mais fornecedores ansiosos? Aquele que lhe der mais descontos, mais bónus. A imprensa citou casos aonde os Laboratórios por cada dez que as farmácias comprassem ofereciam várias embalagens de graça às farmácias. Embalagens cujo preço de venda revertiam inteiramente para a farmácia. Aonde as farmácias em vez de ficarem com 23% passaram a ficar com 100%!
Este reflexão é despoletada pela venda livre dos medicamentos nos Hipermercados. Um assunto irrelevante em relação aos graves problemas do Sector da Saúde e que por enquanto se pode resumir a uma aparente luta entre o Lobie das Farmácias e o Lobie dos Hipermercados. Desta vez terá ganho o Lobie dos Hipermercados.
Ou, como no fim se verá, será muito mais do que isso?
António Alvim
terça-feira, maio 23, 2006
Filosofia barata
Carrilho, o homem que usa a mulher e o filho como dois botões de punho, um adereço ao serviço da sua [dele] insuportável vaidade.
Bárbara Guimarães não é "só" família (por mais que o Dinis Maria seja exibido como forma de legitimar essa imagem). É isso e muito mais. É algo que pode - muito legitimamente - ser considerado um trunfo eleitoral. Nessa medida, a sua participação na campanha do marido não pode deixar de ser eleitoralmente medida (e na campanha de Carrilho foi-o) e politicamente avaliada. Logo, pode muito legitimamente ser vista como uma instrumentalização eleitoral do casamento, um uso político do domínio privado. Carrilho ainda hoje não quer compreender isto. Na altura também não compreendeu outra coisa: que a "matilha" lhe desmontou a esperteza saloia, Bárbara foi mais ruído do que trunfo e que, finalmente, o eleitorado não pode ser tomado por parvo. Quando vota é em quem se candidata; não no seu cônjuge.
Bárbara Guimarães não é "só" família (por mais que o Dinis Maria seja exibido como forma de legitimar essa imagem). É isso e muito mais. É algo que pode - muito legitimamente - ser considerado um trunfo eleitoral. Nessa medida, a sua participação na campanha do marido não pode deixar de ser eleitoralmente medida (e na campanha de Carrilho foi-o) e politicamente avaliada. Logo, pode muito legitimamente ser vista como uma instrumentalização eleitoral do casamento, um uso político do domínio privado. Carrilho ainda hoje não quer compreender isto. Na altura também não compreendeu outra coisa: que a "matilha" lhe desmontou a esperteza saloia, Bárbara foi mais ruído do que trunfo e que, finalmente, o eleitorado não pode ser tomado por parvo. Quando vota é em quem se candidata; não no seu cônjuge.
quinta-feira, maio 18, 2006
Paga, mas bufa!
No "dia da libertação dos impostos", os números da AIP "dão que pensar" na carga fiscal.
É preciso trabalhar "meses a fio" para saldar as dívidas ao Estado.
* Só os descontos para a Segurança Social exigem 45 dias de trabalho.
* Para se conseguir pagar o IVA são necessários 34 dias.
* IRS 21 dias.
* E, para liquidar o imposto sobre os combustíveis, é necessário trabalhar oito dias.
Estes são apenas alguns exemplos do esforço que é pedido ao país para equilibrar as contas públicas.
De acordo com o estudo da AIP, até ao próximo dia 22 de Junho os portugueses vão estar a contribuir para o sector público, que é como quem diz, vão estar a ajudar a pagar o défice.
É claro que se queremos reformas, infraestruturas, educação, saúde, etc. temos que descontar. O problema é quem e quanto é que desconta. São sempre os mesmos, aqueles que não podem fugir.
Os indigentes estão isentos, por natureza, os liberais declaram rendimentos minimos, as empresas não são colectadas em função dos lucros, o capital financeiro não é taxado e movimenta-se em paraísos fiscais. Restam os trabalhadores por conta de outrem, que pagam por todos.
Se a média dá 137 dias de trabalho, então o "zé pagante" trabalha pelo menos o dobro para pagar os impostos da "cambada toda".
É preciso trabalhar "meses a fio" para saldar as dívidas ao Estado.
* Só os descontos para a Segurança Social exigem 45 dias de trabalho.
* Para se conseguir pagar o IVA são necessários 34 dias.
* IRS 21 dias.
* E, para liquidar o imposto sobre os combustíveis, é necessário trabalhar oito dias.
Estes são apenas alguns exemplos do esforço que é pedido ao país para equilibrar as contas públicas.
De acordo com o estudo da AIP, até ao próximo dia 22 de Junho os portugueses vão estar a contribuir para o sector público, que é como quem diz, vão estar a ajudar a pagar o défice.
É claro que se queremos reformas, infraestruturas, educação, saúde, etc. temos que descontar. O problema é quem e quanto é que desconta. São sempre os mesmos, aqueles que não podem fugir.
Os indigentes estão isentos, por natureza, os liberais declaram rendimentos minimos, as empresas não são colectadas em função dos lucros, o capital financeiro não é taxado e movimenta-se em paraísos fiscais. Restam os trabalhadores por conta de outrem, que pagam por todos.
Se a média dá 137 dias de trabalho, então o "zé pagante" trabalha pelo menos o dobro para pagar os impostos da "cambada toda".
quarta-feira, maio 17, 2006
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