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sábado, fevereiro 12, 2005

PÉROLAS "SOCRÁTICAS"

retirado de blasfémias

Da entrevista de José Sócrates ao Expresso de hoje - link não disponível.

Sobre o "guterrismo":

(...) durante esses anos, Portugal cresceu acima da média, combateu-se o desemprego, melhoraram-se as condições sociais.
Tradução: gastou-se dinheiro, muito dinheiro. O crescimento das receitas fiscais conjugado com a descida dos juros da dívida pública, traduziu-se então numa "folga" equivalente a 8% do PIB, que se aproveitou para desbaratar alegremente.

Sobre a despesa pública e o défice:

A chave é o crescimento. (...) O problema de Portugal está na economia e não apenas nas finanças. Temos um défice real acima dos 5%, mas ele não deve ser corrigido apenas num ano. Isso é irresponsável! (...) Não deve (o défice) ser o alfa e o ómega de uma política económica. Não digo que seja fácil resolver esse problema, mas tenho esperança que com a revisão do Pacto possamos ter um plano e não apenas um fingimento.
Tradução: o homem não sabe o que irá fazer e espera ser contemplado pelo totoloto: o crescimento e a revisão do Pacto que lhe fornecerá então um plano...

Sobre os serviços públicos:

Os serviços públicos não podem ver os cidadãos como clientes, mas sim como utentes (...)
Tradução: o homem nunca deve ter feito nada na vida e portanto não sabe que é pela exigência do Cliente que se pode chegar à excelência; o utente come e como não paga, cala. Portanto, mais despesa em perspectiva.

Sobre as portagens na CREL:

Não sei como estão as acessibilidades a Lisboa. (...) Mas seria leviano estar a dizer o que farei sem que isso seja estudado (...)
Tradução: ele é de Castelo Branco, ainda não conhece a realidade da capital...

Sobre a segurança social:

O essencial é a sustentabilidade do sistema de segurança social. Não está claro de que forma se pode e deve assegurá-la, pelo que é preciso actualizar o estudo que foi feito no nosso tempo (...).
Tradução: o homem não sabe nada de nada, mas promete estudar, estudar muito...

A primeira medida:

Um programa de colocação de 1.000 jovens licenciados em Tecnologia ou Gestão em PMEs.
Tradução: começaremos por subsidiar empresas ineficientes.

Em conclusão: poucas ou nenhumas reformas, mas muita, muita despesa. O "Partido do Estado", de que falou Medina Carreira, irá continuar a crescer. O futuro é cada vez mais sombrio.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ouve lá, não costumas citar as fontes, porque este post não é teu. Criar blogs assim é fácil e mantê-los mais ainda. A criatividade e inspiração não são realmente coisa para qualquer um. Mas é típico da vossa línha política, aliás, não bebem voçês da fonte consporcada que é o vosso líder (FL), que mais é que se poderia esperar?

vermelhofaial disse...

Tem razão, foi uma falha que vou corrigir, estou começando, mas sei que não é desculpa.

Anónimo disse...

Comentários políticos muito fraquinhos. Não admira que o BE não queira ir para o Governo. É mais fácil mandar bocas...

vermelhofaial disse...

Bom, os comentários podem ser fraquinhos, mas os governos que temos tido,com os do PS incluido é que nos deixaram nesta situação, de tanga e na cauda da Europa, que tanto admiram

Anónimo disse...

Não concordo contigo quanto à questão do cliente versus utente.
A ideia de que o cliente tem mais poder que um utente pode parecer lógica à primeira vista, proponho-te que vejas a coisa de outro ângulo:
um cliente tem a possibilidade de mudar de empresa se não está satisfeito com o serviço prestado, esta é a liberdade do consumidor, uma liberdade que é o inferno dos vendedores.
Mas essa liberdade, de mudar de marca ou de empresa, é também um pouco ficcional se introduzirmos um elemento importante como o poder de compra. Pode-se argumentar que os que têm menos dinheiro podem comprar da "gama baixa" mas, se falarmos de serviços de primeira necessidade, fica logo distorcido a função social do "produto" se for esse o caso.
É por isto que sou contra a privatização da saúde. O accionista da empresa prestadora do serviço tem a legitimidade de querer lucros - a lógica do mercado é mesmo essa -, só que, invariavelmente, essa lógica acaba por se traduzir na "expulsão" do doente da cama porque há que a rentabilizar. Quem tem dinheiro acaba por ser sempre mais bem atendido.
A lógica do Estado deve ser a de proteger os cidadãos por igual independentemente da grossura da sua carteira. Teoricamente, mas isso não acontece assim. Acho, por isso, que o Bloco de Esquerda tem razão em entender que o Estado deve manter as rédeas da saúde, lutando contra a sua mercantilização.
Neste segundo caso, o doente (continuemos a falar da saúde) será um utente, um cidadão (não um "cliente")utilizador de um serviço público. Como cidadão tem o direito a utilizar esse serviço e tem direito a reclamar se o serviço não funciona e a votar noutros para o gerirem. No caso de ser "cliente" quem tem o direito de votar não é ele, apenas os accionistas, exclusivamente.
Assim: os clientes podem ter os direitos que podem pagar e os utentes têm os direitos que a legislação (já agora, a Constituição) lhes garante.
Mais importante que a tal dicotomia cliente/utente é fazer com que os serviços funcionem bem. Para isso há que colocar a Função Pública ao serviço do público, isto é, dos cidadãos.

Ao privatizarem tudo o que são serviços públicos os governantes apenas têm demonstrado a sua própria incompetência (e desinteresse interesseiro)em gerir a coisa pública.

Para concluir. Quando a ponte 25 de Abril era gerida pelo Estado, pagávamos uma portagem para ajudar o seu pagamento e conservação, era o que nos diziam e admito que não andariam longe da verdade. Agora pagamos para a sua conservação e para os accionistas do concessionário terem lucro. Mais ou menos competência do Estado ou dos privados, não acham que ficámos a pagar a gente a mais?


Não tem nada a ver com o assunto anterior: Força com o vosso blogue, continuem como sabem ou como querem e lixem-se para aqueles que vos acusam de não ser eruditos e que conseguem dar mais pontapés na gramática em três linhas que eu neste texto inteiro.

Espectro.