Estamos a seis meses das eleições presidenciais e os portugueses que não se querem resignar à hossanada entronização de Cavaco não têm ainda candidato. A abulia da esquerda não augura um desfecho feliz.
Há 20 anos atrás, empenhei-me activamente na campanha presidencial de Maria de Lurdes Pintasilgo. Foi a última "batalha" política que travei do lado do palco. A partir de 1986, passei à plateia e remeti-me à condição de cidadão eleitor, limitando-me a escolher o mal menor ou, simplesmente, a votar em branco.
Nas últimas eleições legislativas, apelei aqui ao voto no Bloco de Esquerda, para tentar impedir a maioria absoluta do PS. Três meses passados, creio que muitos dos que votaram PS já estarão a interrogar-se sobre se fizeram a opção mais acertada.
Digo tudo isto para que se perceba que não sou militante, nem eleitor do PS - o que não me impede, nesta altura, de considerar que Manuel Alegre é o único candidato da esquerda com hipóteses de derrotar Cavaco.
Eu não quero na Presidência da República um ex-primeiro ministro frustrado e, muito menos, um economista iluminado que deixou o país às escuras. Quero alguém com quem me possa sentir minimamente identificado pela palavra e pelo exemplo. Manuel Alegre, para além de ser um escritor e um homem de cultura, nunca virou, cobardemente, as costas aos inimigos da liberdade e sempre se bateu, coerentemente, por aquilo em que acreditava, mesmo quando estava em minoria no interior do seu próprio partido. É um tipo decente.
Provavelmente, perceberá muito pouco de economia e falharia como chefe de governo. Mas o que o país espera do Chefe de Estado não é que governe, mas sim que garanta o regular funcionamento das instituições democráticas, que represente condignamente a República e, em todas as circunstâncias, com lucidez e coragem políticas, diga o que deve ser dito e faça o que deve ser feito. Penso que Manuel Alegre tem suficiente experiência da vida, do país e da política para poder ser um Presidente à altura da sucessão de Jorge Sampaio.
Custa-me, por isso, verificar que, por falta de entusiasmo e de empenhamento do PS, corramos à esquerda o risco de chegar ao fim do ano sem um candidato credível que, em condições favoráveis, possa bater nas urnas Cavaco. Talvez tenha chegado o momento de os cidadãos deste país que não querem entregar a presidência, de mão beijada, à direita se mobilizarem para significar a Manuel Alegre que exigem e apoiarão a sua candidatura.
Se partilha da minha incomodidade cívica e concorda com o objectivo (não necessariamente com o teor) deste apelo, divulgue-o.
Há 20 anos atrás, empenhei-me activamente na campanha presidencial de Maria de Lurdes Pintasilgo. Foi a última "batalha" política que travei do lado do palco. A partir de 1986, passei à plateia e remeti-me à condição de cidadão eleitor, limitando-me a escolher o mal menor ou, simplesmente, a votar em branco.
Nas últimas eleições legislativas, apelei aqui ao voto no Bloco de Esquerda, para tentar impedir a maioria absoluta do PS. Três meses passados, creio que muitos dos que votaram PS já estarão a interrogar-se sobre se fizeram a opção mais acertada.
Digo tudo isto para que se perceba que não sou militante, nem eleitor do PS - o que não me impede, nesta altura, de considerar que Manuel Alegre é o único candidato da esquerda com hipóteses de derrotar Cavaco.
Eu não quero na Presidência da República um ex-primeiro ministro frustrado e, muito menos, um economista iluminado que deixou o país às escuras. Quero alguém com quem me possa sentir minimamente identificado pela palavra e pelo exemplo. Manuel Alegre, para além de ser um escritor e um homem de cultura, nunca virou, cobardemente, as costas aos inimigos da liberdade e sempre se bateu, coerentemente, por aquilo em que acreditava, mesmo quando estava em minoria no interior do seu próprio partido. É um tipo decente.
Provavelmente, perceberá muito pouco de economia e falharia como chefe de governo. Mas o que o país espera do Chefe de Estado não é que governe, mas sim que garanta o regular funcionamento das instituições democráticas, que represente condignamente a República e, em todas as circunstâncias, com lucidez e coragem políticas, diga o que deve ser dito e faça o que deve ser feito. Penso que Manuel Alegre tem suficiente experiência da vida, do país e da política para poder ser um Presidente à altura da sucessão de Jorge Sampaio.
Custa-me, por isso, verificar que, por falta de entusiasmo e de empenhamento do PS, corramos à esquerda o risco de chegar ao fim do ano sem um candidato credível que, em condições favoráveis, possa bater nas urnas Cavaco. Talvez tenha chegado o momento de os cidadãos deste país que não querem entregar a presidência, de mão beijada, à direita se mobilizarem para significar a Manuel Alegre que exigem e apoiarão a sua candidatura.
Se partilha da minha incomodidade cívica e concorda com o objectivo (não necessariamente com o teor) deste apelo, divulgue-o.
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