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terça-feira, julho 05, 2005

A montanha, mais uma vez, pariu um rato


O Programa de Investimento Prioritário (PIIP), hoje apresentado pelo Governo, reunido em peso e com grande pompa, baseia-se numa expectativa excessivamente optimista sobre a disponibilidade do investimento privado, fica aquém das previsões de criação de emprego anunciadas pelo governo e mantém a aposta num modelo económico de desenvolvimento esgotado.

Baseado maioritariamente em capitais privados, o Governo não pode garantir com rigor quando, como e quanto esses mesmos agentes privados vão investir num prazo de quatro anos.

O Programa falha também as metas anunciadas para a criação de emprego. Depois de, na campanha eleitoral, o Partido Socialista ter anunciado 150 000 novos empregos, e de o ministro das Finanças ter prometido no Parlamento 260 mil novos postos de trabalho, o executivo fala agora em 120 mil durante 4 anos. Uma meta que não cobre sequer os postos de trabalho perdidos durante os 3 anos da maioria PSD/PP, e muito menos responde ao aumento do desemprego que o governo prevê no Pacto de Estabilidade ou às novas entradas no mercado de trabalho.

Por último, e mais importante, pensar que o modelo de desenvolvimento económico português é alterado ou positivamente arrastado pelo massivo investimento no TGV ou no novo aeroporto da OTA é reincidir no erro das últimas duas décadas: continuar sem apostar nos portugueses, na sua qualificação e no apoio aos projectos económicos que criem emprego qualificado e qualificante.

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