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quinta-feira, julho 21, 2005

Défice 0 - Despesismo 1


Quem vem atrás que feche a porta.

Luís Cunha sai em conflito com os seus pares do Governo e com um Partido Socialista que cada vez está mais nervoso com as próximas eleições autárquicas, e muito provavelmente sai porque os sinais vindos da economia sugerem algumas dúvidas sobre o sucesso da sua opção pelo aumento dos impostos, decisão que foi da sua inteira responsabilidade já que foi a condição que colocou a José Sócrates para aceitar o cargo e o próprio primeiro-ministro confirmou o convite quatro dias depois de o ter feito.

Mas se no que se refere ao aumento dos impostos Luís Cunha poderá ter averbado um erro de política económica, já no que se refere à avaliação dos investimentos públicos ele poderá ter protagonizado o único momento de lucidez nos últimos vinte anos. Mas Sócrates não podia deixar cair a sua promessa de criar 120.000 empregos depois de ter dado o dito por não dito em muitas das suas promessas eleitorais e, por outro lado, o aparelho do PS quer ganhar autarquias nem que para isso tenham que encher as urnas de cimento.

Sócrates e a sua direcção no PS demonstram que não têm a política alternativa aos governos Barroso e Santana Lopes que tinham prometido durante a campanha eleitoral e que motivou a conquista de uma maioria absoluta histórica por parte do PS em 21 de Fevereiro último. Sócrates e o seu governo têm-se limitado, com outro estilo (mas só isto!), a aplicar as mesmíssimas políticas dos governos de direita. À inexistência de políticas alternativas juntam, também agora, instabilidade e descoordenação governativas

A direcção do PS, liderada por Jorge Coelho, limita-se politicamente a tentar baralhar os eleitores e militantes socialistas com afirmações que querem fazer passar a ideia de que políticas liberais desenvolvidas por um governo PS são "boas" e que essas mesmas medidas desenvolvidas por um governo de direita são "más". Pelo meio surge sempre a evocação dessa abstracção chamada "interesse nacional", no qual cabem trabalhadores, empresários, jovens, desempregados e reformados. Não há, obviamente, um "interesse nacional" abstracto para um socialista. Um socialista, em nome do interesse nacional, deve ter coragem política para desenvolver rupturas com lógicas, políticas e interesses liberais e de direita. Isso, a actual direcção do PS nunca teve nem terá. Porque de socialistas não têm nada. Até o "s" de PS já nem conseguem pronunciar por extenso...

O actual governo PS se fosse um qualquer produto de supermercado, deveria merecer uma queixa dos consumidores à DECO por... terem sido enganados: o rótulo (i.e. programa eleitoral) do produto não tem nada a ver com o conteúdo!!!

O governo Sócrates precisa urgentemente da definição de uma ALTERNATIVA DE ESQUERDA E SOCIALISTA. Uma alternativa para a qual os militantes do Partido Socialista são parte decisiva e integrante! Uma alternativa que possa mobilizar os trabalhadores, os cidadãos, por um programa e políticas que marquem uma clara ruptura com o liberalismo e as políticas liberais de Durão Barroso, de Santana Lopes e também de José Sócrates.

d'aqui e d'ali

2 comentários:

Anónimo disse...

Ora, ver arder 2/3 do ordenado por mês é muita massa, dá um cansaço do caraças, mais a mulher sempre a mandar vir por um gajo passar de cavalo a burro, não há ministro que aguente. E 130 dias é muito tempo, que o digam os trabalhadores que tem de trabalhar 40 anos ou até aos 65 para se poderem dar ao luxo de dizer que estão cansados.

Anónimo disse...

Pois eu acho que está encontrada a solução: o Mário Soares que, nesta altura, já devia era gostar de pijama e pantufas parece-me que vai fazer o " sacrifício" de pôr este país melhor...ou será pior???? Os tipos até nos ajudam a ...não votar. Qqer dia um gajo abdica dos seus princípios de votopq nem consegue perceber qual o melhorzinho dos piorzinhos...Arre!!!