O Livre Comércio é a expressão da moda, talvez a mais manipulada no mundo de hoje.
Nos anos 90 a resistência dos movimentos sociais foi contra o modelo neoliberal, que então se associava aos planos de "ajustamento estrutural" emanados do Fundo Monetário Internacional e calorosamente apoiados pelo Banco Mundial.
Actualmente vivemos a "onda do livre comércio", que ultrapassou muito o significado tradicional da expressão livre comércio e hoje significa não só e não tanto comércio como a projecção global de uma estratégia de dominação imperialista que utiliza o neoliberalismo como seu modo de ser, mas que se ramifica e estende, constituindo um verdadeiro pacote integrado.
Para os países menos desenvolvidos o livre comércio é outra coisa, bem diferente.
A divisão do trabalho entre as nações consiste em que umas se especializem em ganhar e outras em perder. Examinado com objectividade, o comércio internacional cumpre hoje várias funções no sistema imperialista de dominação caracterizado pela globalização de signo neoliberal.
Essas funções são instrumento de domínio em favor dos países ricos, factor de acentuação e perpetuação de desigualdades e iniquidades e cenário de uma guerra virtual pelo controle dos mercados actuais e os do futuro.
O livre comércio não é livre agora nem nunca o foi, nem é já sequer comércio de acordo com o conceito clássico deste, nem sua prática gera crescimento económico per si, nem reduz a pobreza, nem reparte "benefícios mútuos" entre as partes que comerciam.
O livre comércio interessa, mas interessa tanto ou mais a livre mobilidade do capital, a liberalização da conta de capital da balança de pagamentos que equivale à taxa de câmbio de mercado e a liberdade para fugir com o capital, liberdade para o que capital transnacional invista à sua escolha e liberdade para que contrate em condições de "flexibilidade laboral" uma força de trabalho indefesa.
Uma novidade do livre comércio é a capacidade de vincular novas e avançadas tecnologias com baixíssimos salários da força de trabalho.
Os porta-vozes do livre comércio dizem que este é um instrumento para reduzir a pobreza. Mas o aumento do comércio mundial desde os anos 80 contradiz isso. Não existe correlação entre o crescimento do comércio e a redução da pobreza. Por exemplo o México multiplicou as suas exportações e no mesmo período viu multiplicar-se a quantidade de pobres.
Essa liberalização tem um código genético bem claro. É filha do mercado capitalista e não pode ocultar a sua vocação essencial para a exploração comercial que emana do intercâmbio desigual entre partes desiguais às quais o intercâmbio aparente de equivalentes apresenta como iguais.
O mundo melhor é possível, esse da utopia imprescindível que nos permite avançar, não necessita amenizar a liberalização e sim criar outro padrão de valores. Um padrão de valores no qual a solidariedade entre também no comércio, e impeça que este continue a ser o cenário descrito por Che Guevara da actuação da raposa livre entre galinhas livres.
Nos anos 90 a resistência dos movimentos sociais foi contra o modelo neoliberal, que então se associava aos planos de "ajustamento estrutural" emanados do Fundo Monetário Internacional e calorosamente apoiados pelo Banco Mundial.
Actualmente vivemos a "onda do livre comércio", que ultrapassou muito o significado tradicional da expressão livre comércio e hoje significa não só e não tanto comércio como a projecção global de uma estratégia de dominação imperialista que utiliza o neoliberalismo como seu modo de ser, mas que se ramifica e estende, constituindo um verdadeiro pacote integrado.
Para os países menos desenvolvidos o livre comércio é outra coisa, bem diferente.
A divisão do trabalho entre as nações consiste em que umas se especializem em ganhar e outras em perder. Examinado com objectividade, o comércio internacional cumpre hoje várias funções no sistema imperialista de dominação caracterizado pela globalização de signo neoliberal.
Essas funções são instrumento de domínio em favor dos países ricos, factor de acentuação e perpetuação de desigualdades e iniquidades e cenário de uma guerra virtual pelo controle dos mercados actuais e os do futuro.
O livre comércio não é livre agora nem nunca o foi, nem é já sequer comércio de acordo com o conceito clássico deste, nem sua prática gera crescimento económico per si, nem reduz a pobreza, nem reparte "benefícios mútuos" entre as partes que comerciam.
O livre comércio interessa, mas interessa tanto ou mais a livre mobilidade do capital, a liberalização da conta de capital da balança de pagamentos que equivale à taxa de câmbio de mercado e a liberdade para fugir com o capital, liberdade para o que capital transnacional invista à sua escolha e liberdade para que contrate em condições de "flexibilidade laboral" uma força de trabalho indefesa.
Uma novidade do livre comércio é a capacidade de vincular novas e avançadas tecnologias com baixíssimos salários da força de trabalho.
Os porta-vozes do livre comércio dizem que este é um instrumento para reduzir a pobreza. Mas o aumento do comércio mundial desde os anos 80 contradiz isso. Não existe correlação entre o crescimento do comércio e a redução da pobreza. Por exemplo o México multiplicou as suas exportações e no mesmo período viu multiplicar-se a quantidade de pobres.
Essa liberalização tem um código genético bem claro. É filha do mercado capitalista e não pode ocultar a sua vocação essencial para a exploração comercial que emana do intercâmbio desigual entre partes desiguais às quais o intercâmbio aparente de equivalentes apresenta como iguais.
O mundo melhor é possível, esse da utopia imprescindível que nos permite avançar, não necessita amenizar a liberalização e sim criar outro padrão de valores. Um padrão de valores no qual a solidariedade entre também no comércio, e impeça que este continue a ser o cenário descrito por Che Guevara da actuação da raposa livre entre galinhas livres.
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