Pesquisar neste blogue
terça-feira, dezembro 28, 2010
sábado, dezembro 25, 2010
sexta-feira, dezembro 10, 2010
WEHAVEKAOSINTHEGARDEN
Está a economia a ser aniquilada pelo Estado Social ou é o Estado social que está a ser destruído pela economia? A opinião é certamente oposta consoante se pense nas pessoas como simples números e percentagens ou como gente, como seres humanos com sentimentos e necessidades. Esta é a minha visão e basta pensar que se durante tanto tempo a existência de um estado social foi possivel e viável o mais importante é procurar o que mudou nas políticas económicas, defendidas por estes "brilhantes" pensadores, e que o tem vindo a destruir. Quem apareceu a defender a globalização capitalista, quem defende o liberalismo, quem nos garantiu ser este o caminho para uma maior riqueza de todos? São os mesmos que agora, para garantirem a sua viabilidade atacam o estado social como se fosse dele a culpa da políticas seguidas. Ladrões, mentirosos ou simplesmente incompetentes, cada um que enfie a carapuça que melhor lhe sirva.
sexta-feira, outubro 29, 2010
quinta-feira, outubro 28, 2010
quarta-feira, outubro 06, 2010
domingo, agosto 01, 2010
Semana do mar 2010
Domingo_1 de Agosto
10h30 - Desfile de Filarmónicas pelas ruas da cidade, rumo à Praça do Infante.
- Desfile dos Participantes no Festival Náutico (Clube Naval/ Praça do Infante)
11h00 - Abertura Oficial da Semana do Mar (Praça do Infante)
12h00 - Abertura da Expomar e Feira Regional de Artesanato
14h00 - Largada da Regata Les Sables/Açores /Les Sables - classe 6,5m (Sables D'Olonne)
15h00 - Prova Regional de Canoagem - K1 (Baía da Horta)
15h00 - Largada das Embarcação participantes na Pesca Desportiva de Barco - Fundo Diurna
17h30 - Missa na Ermida da Nª Sr.ª da Guia
19h00 - Abertura de Exposições
20h00 - Cerimónia de entrega de prémios das provas de Canoagem (Clube Naval da Horta)
20h30 - Convívio de encerramento da "XXII Atlantis Cup - Regata da Autonomia (Clube Naval da Horta)
20h30 - Grupo de cantares Sons do Vale (Palco Av. 25 de Abril)
21h00 - Sociedade Filarmónica Nova Artista Flamenguense (Palco da Praça do Infante)
21h30 - Grupo Folclórico Boa Esperança (Palco Av. 25 de Abril)
23h30 - Actuação do grupo Alexandre Gualdino (Palco Principal)
01h00 - Parque da Juventude
Segunda 2 de Agosto
09h30 - Percurso pedestre - Levadas do Faial (Limitado a 12 pessoas e sujeito a inscrição prévia na Recepção do Parque Natural do Faial - Monte da Guia)
11h00 - V Festival Internacional de Vela Ligeira -PCR Optimist, L'Equipe, 420 e Laser Radial
14h30 - Prova de Vela Cruzeiro "Troféu Horta/Estação Rádio Naval da Horta - 81 anos" (Canal Faial/Pico)
16h00 - Prova de Duatlo - Individual (Clube Naval da Horta)
18h30 - Passeios à Vela nos Botes Baleeiros (embarque junto ao Clube Naval)
19h00 - Abertura de exposições
- Prova de Mini-veleiros - Nocturna (Marina da Horta)
21h30 - Encontros temáticos sobre o Mar dos Açores (Expomar - stand DOP/OMA)
21h30 - Actuação do grupo de cantares Ilha Azul (Palco Av. 25 de Abril)
23h30 - Actuação da banda Brasil Tropical Band (Palco Principal)
01h00 - Parque da Juventude
Terça 3 de Agosto
10h00 - V Festival Internacional Vela Ligeira - Optimist, L'Equipe, 420 e Laser Radial
18h30 - Passeios à Vela nos Botes Baleeiros (embarque junto ao Clube Naval)
19h00 - Abertura de exposições
21h00 - Grupo Conexão Hip Hop do Ginásio Verde-mar (Palco da Av. 25 de Abril)
21h00 - Sociedade Filarmónica Recreio Musical Ribeirinhese (Palco da Praça do Infante)
21h30 - Encontros temáticos sobre o Mar dos Açores (Expomar - Stand DOP/OMA)
21h30 - Grupo Folclórico do Salão (Palco da Av. 25 de Abril)
23h30 - Actuação do grupo Rua da Lua (Palco Principal)
01h00 - Parque da Juventude
Quarta 4 de Agosto
09h30 - Percurso pedestre Capelo - Capelinhos (Limitado a 12 pessoas e sujeito a inscrição prévia na Recepção do Parque Natural do Faial - Monte da Guia)
10h00 - V Festival Internacional Vela Ligeira - Optimist, L'Equipe, 420 e Laser Radial
14h30 - Prova de Vela de Cruzeiro "Regata de Solitários - Genuíno Madruga" (Canal Faial/Pico)
15h00 - Prova de Triatlo - Equipas (Clube Naval da Horta)
17h00 - Largada das Embarcações Participantes Prova de Pesca Desportiva de Barco - Corrico Nocturna (Clube Naval da Horta)
17h30 - Acção DOP (Expomar - Stand DOP/OMA)
18h00 - Prova de Mini-veleiros - longo curso (Marina da Horta)
18h30 - Passeios à Vela nos Botes Baleeiros (embarque junto ao Clube Naval)
19h00 - Abertura de exposições
20h00 - Cerimónia de entrega de prémios do V Festival Internacional de Vela Ligeira e 1.ª PCR Juvenis e Juniores (Clube Naval da Horta)
20h30 - Grupo de Cantares Margens (Palco Av. 25 de Abril)
21h00 - Sociedade Filarmónica União Faialense (Palco Praça do Infante)
21h30 - Acção DOP (Expomar - Stand DOP/OMA)
21h30 - Grupo de Folclore Ilha Morena de São Mateus (Palco Av. 25 de Abril)
23h30 - Actuação do grupo Human Chalice (Palco Principal)
01h00 - Parque da Juventude
Quinta 5 de Agosto
11h00 - Actividades de Remo (Yolle e Shiff) (Cais de Santa Cruz)
15h00 às 19h00 - Snorkeling, Tiro com arco, geocaching e Hora Fitness - "Travessia da Doca" (Porto Pim)
15h30 - Prova de Natação - "Travessia da Doca"
16h00 - Acção DOP (Marina da Horta)
16h30 - Regata dos Velhotes: regata de antigos praticantes de Vela Ligeira, na classe Optimist (Porto da Horta)
17h00 - Torneio de Pólo Aquático (Cais de Santa Cruz)
- Prova Matchracing
18h00 - Passeios à Vela nos Botes Baleeiros (embarque junto ao Clube Naval)
19h00 - Abertura de exposições
20h30 - Actuação da Tuna da Sociedade Filarmónica da Unânime Praiense (Palco Av. 25 de Abril)
21h00 - Sociedade Filarmónica Lira e Progresso Feteirense (Palco do Largo do Infante)
21h30 - Grupo Folclórico de Vilarinho (Palco Av. 25 de Abril)
23h30 - Actuação da banda Makongo (Palco Principal)
01h00 - Parque da Juventude
Sexta 6 de Agosto
09h30 - Percurso pedestre - Perímetro da Caldeira (Limitado a 12 pessoas e sujeito a inscrição prévia na Recepção do Parque Natural do Faial - Monte da Guia)
10h00 - V Troféu Cidade da Horta - Escolas de Vela, Optimist, Laser e 420 - (Baía da Horta)
11h00 - Prova de Windsurf (Canal Faial/Pico)
13h00 - Entrega prémios Escolas de vela, Juvenis e Juniores (Clube Naval da Horta)
14h00 - Torneio Semana do Mar Individual Semi-rápidas de Xadrez (Clube Naval da Horta)
14h30 - Prova de Vela de Cruzeiro "Regata das Sereias/MWF", para Skippers femininos (Canal Faial/Pico)
15h30 - Prova de Natação - "Travessia longa da Doca"
16h00 - Acção DOP (Marina da Horta)
17h00 - Pólo Aquático (Cais de Santa Cruz)
- Prova de Match Racing (Baía da Horta)
17h30 - Jet-ski - prova de velocidade (Baía da Horta, junto à Avenida 25 de Abril)
18h30 - Passeios à Vela nos Botes Baleeiros (embarque junto ao Clube Naval)
19h00 - Abertura de exposições
20h00 - Pesca Desportiva de costa: prova nocturna (concentração junto ao Clube Naval)
20h30 - Tuna e Grupo Folclórico Juvenil dos Flamengos (Palco da Av. 25 de Abril)
21h00 - Sociedade Filarmónica Euterpe de Castelo Branco (Palco do largo do Infante)
21h30 - Actuação da Dixie Band (Palco Av. 25 de Abril)
23h30 - Actuação de Pedro Abrunhosa (Palco Principal)
01h00 - Parque Juventude
Sábado 7 de Agosto
10h00 - Pesca Desportiva de Costa: prova infantil (molhe da Doca da Horta)
11h30 - Troféu "Cidade da Horta" - Apneia dinâmica com barbatanas (Clube Naval da Horta)
14h00 - Prova de Botes Baleeiros - Casa de Pessoal da RTP: Regata de Vela (Baía da Horta)
15h30 às 19h30 - Jogos sem fronteiras - Natação, escalada, tiro com arco e jogos recreativos (Porto Pim)
16h30 - Prova de Botes Baleeiros - Casa de Pessoal da RTP: Regatas de Remo, feminino e masculino (Baía da Horta)
19h00 - Abertura de exposições
19h00 - Entrega de prémios das regatas de Botes Baleeiros, Natação, Pólo Aquático, Match Racing, Duatlo e Triatlo (Clube Naval da Horta)
20h30 - Grupo Folclórico de Pedro Miguel (Palco Av. 25 de Abril)
20h30 - Sociedade Filarmónica Artista Faialense (Palco da Praça do Infante)
21h30 - Actuação do grupo de improviso "Só Forró" da ilha Terceira (Palco Av. 25 de Abril)
21h30 - Sociedade Filarmónica Lira Estrela da Candelária de São Miguel (Palco do Largo do Infante)
23h30 - Actuação da banda Miguel Gameiro (Palco Principal)
01h00 - Parque da Juventude
08h00 - Prova de Pesca Desportiva de Costa: prova diurna (concentração Clube Naval da Horta)
10h00 - 4º Faial Sub - Prova Subaquática de Fotografia Digital (concentração às 9h00 no Clube Naval da Horta)
13h00 - Prova de Vela de Cruzeiro "Regata do Canal" (Canal Faial/Pico)
14h00 - Previsão chegada do 1º participante da Regata Les Sables/Açores/ Les Sables - classe 6,5m (Baia da Horta)
14h00 - Concentração Motard do Moto Clube Ilha Azul (Av. 25 de Abril)
15h00 às 19h00 - Tiro com arco, Hora Fitness e Geocaching (Porto Pim)
17h30 - Desfile Motard do Moto Clube Ilha Azul
19h00 - Abertura de exposições
20h00 - Entrega de prémios das regatas de Vela de Cruzeiro, Mini-veleiros, Windsurf e Velhotes, das provas de Jet-ski, Mergulho, Apneia e Pesca Desportiva (Clube Naval da Horta)
21h00 - Sociedade Filarmónica Unânime Praiense (Palco da Praça do Infante)
21h30 - Grupo Etnográfico de Castelo Branco (Palco da Av. 25 de Abril)
22h30 - Actuação da Orquestra de Música Ligeira da Câmara Municipal da Horta (Palco Principal)
23h50 - Interpretação da Marcha da Semana do Mar 2010 (Palco Principal)
00h00 - ENCERRAMENTO OFICIAL DA SEMANA DO MAR, com espectáculo de fogo-de-artifício (Baía da Horta)
Sábado 14 de Agosto
- Realização da Regata "Francisco Lobato" - (Baía da Horta)
Terça -feira 17 de Agosto
13h00 - Largada da 2ª etapa Regata Les Sables/Açores/Les Sables - (Baía da Horta)
Exposições:
terça-feira, maio 18, 2010
terça-feira, maio 11, 2010
O Mitomaníaco
sábado, maio 08, 2010
Como ultrapassar a "crise"
sábado, maio 01, 2010
sexta-feira, abril 30, 2010
domingo, abril 25, 2010
25 de Abril Sempre!
segunda-feira, abril 12, 2010
Dividir para reinar ou "o Rei vai nu"
Passos Coelho virou as baterias contra os pobres e os desempregados. As crises sempre ajudaram a convencer quem nada tem que a culpa é do seu vizinho. E que cada direito conquistado no século passado não passa de um privilégio.
No momento em que vamos sabendo quanto ganham em prémios, em plena crise, gestores de topo de empresas participadas pelo Estado, Passos Coelho virou as suas baterias contra aqueles que, invariavelmente, são tratados como parasitas: os que menos têm. É natural que assim seja: pôr na ordem os rendimentos de António Mexia é bem mais difícil e arriscado do tratar os desempregados como suspeitos.
Passos Coelho não precisou de mais do que 15 dias para usar a mais fácil das receitas: alimentar o ressentimento contra as principais vítimas da crise. No Congresso do PSD, onde se juntaram tantos candidatos a boys ansiosos pelo regresso do poder, explicou que aqueles que recebem subsídios têm de retribuir com trabalho para comunidade (ONG's, juntas de freguesia, etc).
Vou tentar explicar isto devagarinho: aqueles que recebem, por exemplo, o subsídio de desemprego são os mesmos que pagaram as suas prestações à segurança social. Eles deram a sua parte. O que recebem não é nem uma esmola nem um favor. É um direito. Um direito pelo qual pagaram ao longo dos seus anos de trabalho e descontos. O dinheiro não é nem de Sócrates, nem de Passos Coelho, nem das juntas de freguesia ou ONG's onde os querem pôr de castigo. É deles. Foi pago por eles. Eles são a sociedade que deu e que agora recebe. Que foi solidária e que agora precisa da solidariedade. Não são criminosos condenados a "trabalho para a comunidade".
Há uns dias, num desses fora televisivos em que os cidadãos dizem de sua justiça, um desempregado gritava contra os privilégios dos funcionários públicos que "não sabem o que é trabalhar". Uns minutos depois, um funcionário público, irado, perguntava ser seria justo que um desempregado, "que está em casa sem fazer nada", recebesse os mesmos 600 euros que ele, que todos os dias tem de fazer pela vida.
É assim que estes senhores, de Paulo Portas a Pedro Passos Coelho, querem os cidadãos: a esgatanharem-se pelas migalhas que sobram. Convencidos que a culpa da sua miséria é do miserável que mora ao lado. E um dia destes, convencidos que culpa da sua miséria é deles próprios.
Assim, entretidos uns com outros, não põem em causa os fundamentos da desigualdade social neste país. Assim, espalhando as culpas pelas aldeias, estaremos todos dispostos a exigir menos. A olhar para os direitos que demorámos décadas a conquistar como privilégios. Prontos para sermos aliados de quem quer destruir esses direitos em vez de lutarmos pelos nossos.
Por mim, sei o que a história nos ensinou: que dividir para reinar sempre foi a melhor estratégia. E que a ela só se resiste percebendo que aqueles que vivem do seu trabalho só têm uma força que os salve: a que toma cada ataque a um direito de alguém da sua condição como um ataque a si próprio.
A função do discurso contra os supostos "direitos adquiridos" (que se deviam chamar "direitos conquistados") é simples: transportar o trabalhador de novo para o século XIX. Mas talvez quando voltarmos todos a trabalhar à jorna e nada nos segurar no desespero do desemprego voltemos a perceber quem são realmente os privilegiados.
domingo, abril 04, 2010
Eles comem tudo...
domingo, fevereiro 28, 2010
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
Este é o meu Candidato
sexta-feira, janeiro 15, 2010
A domesticação da vida
segunda-feira, janeiro 04, 2010
Ir para o desemprego ou abolir o trabalho?
O trabalho ridiculariza a liberdade. A versão oficial é que todos temos direitos e vivemos numa democracia. Outros desafortunados que não são livres como nós têm que viver em Estados policiais. Tais vítimas obedecem a ordens, por mais arbitrárias que sejam, ou sofrem as consequências. As autoridades mantêm-nas sob vigilância regular. Burocratas do Estado controlam até os menores detalhes do dia-a-dia. Os funcionários que as oprimem respondem apenas aos seus superiores públicos ou particulares. De qualquer forma, a discordância e a desobediência são punidas. Informadores relatam tudo regularmente às autoridades. Tudo isso deve ser muito mau.E é mesmo, embora não seja nada mais do que uma descrição do local de trabalho contemporâneo.
Os liberais, conservadores e "libertários" que se lamentam pelo totalitarismo são fingidos e hipócritas. Há mais liberdade em qualquer ditadura moderadamente "desestalinizada" do que num local de trabalho americano normal. Um trabalhador é um escravo moderno. O chefe diz quando deve chegar, quando deve ir embora e o que deve fazer durante a jornada. Ele diz quanto trabalho alguém deve fazer, e com que rapidez. Tem liberdade para levar o seu controle a extremos humilhantes, regulamentando, se assim desejar, o que alguém deve vestir ou com que frequência deve ir ao WC. Com poucas excepções, pode demitir alguém por qualquer motivo, ou sem motivo. Põe dedos-duros para espionar as pessoas e acumula um dossier para cada empregado. Retrucar é chamado de "insubordinação", como se o trabalhador fosse uma criança malcriada, e não só leva à demissão da pessoa, como também impede que ela obtenha um subsídio de desemprego.
Pode dizer-se: és o que fazes. Se fazes um trabalho bruto, chato, idiota ou monótono..., desperta. O trabalho é uma explicação muito melhor para a crescente cretinização que nos cerca do que até mesmo mecanismos claramente imbecilizadores como a televisão e a educação. Pessoas que são arregimentadas por toda a vida, entregues ao trabalho pela escola e delimitadas pela família no início e pelo asilo no fim, estão acostumadas à hierarquia e escravizadas psicologicamente. A preparação para a obediência no trabalho contamina as famílias que elas criam, gerando assim outras formas de reprodução do sistema, e contamina igualmente a política, a cultura e tudo o mais, quando se drena a vitalidade das pessoas no trabalho, elas ficam predispostas a se submeter à hierarquia e à especialização em tudo. Estão educadas para isso.
Vamos fingir por um momento que o trabalho não transforma as pessoas em submissos estupidificados. Vamos fingir, desafiando qualquer psicologia plausível e a ideologia de seus propagadores, que ele não tem efeito algum na formação do carácter. E vamos fingir que o trabalho não é chato, cansativo e humilhante como todos de fato sabemos que é. Mesmo assim, o trabalho ainda seria um insulto a todas as aspirações humanistas e democráticas, apenas porque usurpa tanto de nosso tempo.
Sócrates (o outro) dizia que trabalhadores braçais são maus amigos e maus cidadãos porque não tem tempo de cumprir as responsabilidades da amizade e da cidadania. Ele tinha razão. Por causa do trabalho, não importa o que estejamos fazendo, estamos sempre olhando para o relógio. O tempo livre é dedicado principalmente a se preparar para o trabalho. Cícero disse que "quem troca a sua força de trabalho por dinheiro vende-se e coloca-se na classe dos escravos".
De fato, trabalho é extermínio em massa ou genocídio. Directa ou indirectamente, o trabalho vai matar a maioria das pessoas que lêem estas palavras. No trabalho, milhões ficam inválidos ou feridos por ano. Mesmo que não morra ou fique aleijado enquanto trabalha, isso pode muito bem acontecer enquanto vai para o trabalho, volta do trabalho, procura trabalho ou tenta esquecer o trabalho. A grande maioria das vítimas dos desastres de automóvel tem um acidente enquanto cumpre uma das actividades impostas pelo trabalho, ou então é morta por alguém que desempenha uma delas. A essa contagem adicional de mortos devem ser somados as vítimas de doenças profissionais, da poluição da industria, do alcoolismo e da dependência de drogas induzidos pelo trabalho. O trabalho, portanto, institucionaliza o homicídio como um meio de vida.
O que se disse até agora não deveria causar controvérsias. Muitos trabalhadores estão fartos do trabalho. Há índices altos e crescentes de faltas, rotatividade, baixas fraudulentas, greves e absentismo no trabalho. E, no entanto, a sensação que prevalece, universal entre chefes e seus agentes e também difundida entre os próprios trabalhadores, é que o trabalho é inevitável e necessário.
Podemos discordar. É possível abolir o trabalho e substituí-lo, nos casos em que ele tem finalidades úteis, por uma variedade de novos tipos de actividades livres. Abolir o trabalho requer atacá-lo em duas frentes, a quantitativa e a qualitativa. Por um lado, o lado quantitativo, precisamos cortar de forma maciça a quantidade de trabalho que está sendo feito. Actualmente, a maior parte do trabalho é inútil ou coisa pior, e deveríamos simplesmente acabar com ela. Por outro lado - e acho que essa é a parte crucial e a novidade revolucionária -, precisamos pegar o trabalho que permanece útil e transformá-lo numa variedade de passatempos lúdicos e artesanais, indistinguíveis de outros passatempos prazeirosos excepto pelo fato de que resultam em produtos finais úteis. Certamente isso não os deveria tornar menos atraentes. Aí, todas as barreiras artificiais do poder e da propriedade poderiam cair. A criação poderia tornar-se recreação. E todos poderíamos parar de sentir medo um dos outros.