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sábado, abril 28, 2007

Cavaco não gosta de cravos

Uma das coisas que tenho visto é imensa gente que detesta o 25 de Abril muito preocupada com a falta de renovação das comemorações do 25 de Abril. E se a simbologia é importante em comemorações, gostava de ter visto Cavaco com um cravo ao peito. Não é obrigado, claro. Mas fico a imaginar que tipo de comemoração quer, em que o mais básico e consensual da simbologia da data o incomoda.
Não vejo melhor momento que as comemorações do 25 de Abril para convidar a sociedade portuguesa a debater a qualidade da democracia que se conquistou: uma democracia em que grande parte da população prescinde do direito de votar, uma democracia em que os tribunais funcionam apenas para os ricos, uma democracia em que a transparência não existe (desde a nomeação para cargos públicos à execução das leis), enfim uma democracia onde a fraca aposta na educação parece continuar a impedir os cidadãos de exigirem mais e melhor dos seus políticos e já agora dos seus jornalistas.
O 25 de Abril é um óptimo momento para convidar as pessoas a avaliar a força da democracia que se quer comemorar e já agora explicar à juventude que se não quiser participar na vida política, outros o farão por ela e com consequências para todos.
Com a revolução tecnológica, com os blogues incluídos , a esfera pública da política está ao alcance de praticamente qualquer um, o que é francamente positivo para a democracia. E que os 25 de Abril que hão-de vir, sirvam também para explicar a mais e a mais pessoas que a sua participação na vida política é essencial e que apesar do 25 de Abril ser do Povo e da rua, agora até é possível fazê-lo a partir de um simples computador pessoal.
Que Abril seja, ainda e sempre, mais do que memória e simbolismo. Antes de Cavaco. Depois de Cavaco. Sem Cavaco.

4 comentários:

Anónimo disse...

O Cavaco demonstra uma hipocrisia atroz ao participar nas comemorações do 25 de Abril. E depois pregar o que ele pregou...

Anónimo disse...

Cada um tem o que mereçe.
Cá por mim ainda não esqueci o ditador que ele foi na década de 90, bem como toda a corrupção e podridão que rodearam os seus governos.
Mas um povo que sofreu meio século de ditadura e passados 30 anos escolhe o Oliveira como o melhor? No mínimo dá que pensar!
O que é necessário é manter vivo o espirito de Abril e é todos os dias. Não apenas no dia 25: bla, bla, bla e depois a 26 fica-se igual a como se estava a 24.

zaratustra disse...

É um artista. Agora está preocupado com as comemorações. Ele se pudesse até acabava com elas. Agora está preocupado com a classe política!? E que tal se ele se tem preocupado em 85, quando foi primeiro-ministro pela primeira vez e nas duas maiorias que obteve a seguir? Isto é tudo ao jeito de frei Feliz: olhem para o que eu faço, mas não para o que eu fiz.

Anónimo disse...

Bem, se tivesse tido atenção ao que se passou saberia que Cavaco queria usar o cravo na lapela, mas o PS fez pressão para que ele não o usasse. Nao saber o que se diz é um grande erro. Cavaco foi dos poucos governantes em Portugal na democracia que soube estabelecer progresso e desenvolvimento. Se acha que questionar os modelos da democracia do 25 de Abril é um erro leia a introdução da nossa constituição e verá o porquê, visto que diz expressamente que o caminho é tornar Portugal uma República Socialista, abominável sem dúvida a contaminação ideológica que está na constituição que nem eu gosto dela. O 25 de Abril foi para todos os democrátas, mas a esquerda apoderou-se da simbologia e estrangula todo e qualquer princípio liberal, ficando-se pelas práticas menos democráticas e pela falta de transparência. Não culpe que não tem culpa.