Os antigos, quando se referiam à loucura, usavam o termo “alienação mental”. O louco, segundo essa concepção, é alguém que deixou de pertencer a si mesmo, é um estranho perante si próprio.
O homem alienado é um homem desprovido de si mesmo. É preciso entender como o homem se constrói, para que saibamos como ele se nega. Foi através do trabalho que o homem se construiu.
O trabalho é ao mesmo tempo criação e tédio, miséria e fortuna, felicidade e tragédia, realização e tortura dos homens. O trabalho volta-se contra o seu criador, quem produz riqueza colhe miséria. No trabalho organizado na sociedade capitalista, ocorre uma ruptura, uma cisão, um divórcio entre o produto e o produtor, o trabalhador produz o que não consome, consome o que não produz. Aí a alienação implica ser e não ser ao mesmo tempo.
Quando o trabalho se transforma em mercadoria, passa a valer a quantidade de trabalho injectado na natureza e não mais a qualidade de trabalho. A mercadoria só será mercadoria na medida em que permita o lucro. O trabalho humano não só se transformou em mercadoria, como também em uma mercadoria especial. Uma mercadoria capaz de ser explorada, porque é comprada pelo preço da sua própria reprodução, ou seja, eu pago ao trabalhador que realiza o produto o necessário para que ele sobreviva e vendo o produto no mercado pelo valor que ele tem. O trabalho, modo de sobrevivência do homem, transformou-se em modo de exploração de um homem pelo outro.
Essa dupla relação -mercadoria e lucro promove a ruptura entre o homem e o seu próprio gesto, entre a acção e o dono dela, entre o trabalho e o seu produtor; eis como a alienação é gerada na nossa sociedade.
O trabalho também é uma via de identificação com o outro, insere-nos num grupo, numa espécie, iguala-nos e diferencia-nos dos outros indivíduos pela via do trabalho, eu significo algo para o outro e o outro significa algo para mim.
No trabalho alienado o outro apresenta-se-me como um ser estranho. A alienação inventa a solidão humana, transforma cada um de nós em seres irreconhecíveis perante o outro.
A razão da existência do capital é o seu próprio crescimento, não só se realiza quando cresce. Ou cria novas necessidades de consumo, ou se apropria de necessidades nunca dantes transformadas em mercadoria.
O capitalismo entra em crise de superprodução cíclica: enquanto faltar produtos o sistema está bem, quando eles existirem ocorrerá uma crise, embora as necessidades básicas estejam longe de serem satisfeitas. A produção, portanto, é consumo dos meios de produção, é consumo de força de trabalho e, por último, é condição para a produção. Uma mercadoria que não vem a ser consumida não se transforma em mercadoria, o consumo é um elo obrigatório na corrente da produção.
O consumo pode num 1ºmomento, alienar-te das relações de produção e consumo. Num 2ºmomento, transforma essa alienação e escravidão em liberdade e fantasia. Num 3º provoca a necessidade de consumir a fantasia que ela criou. O homem produz e não é dono do produto do seu trabalho, realiza-se num produto que se volta contra ele.
Em resumo, o processo de consciencialização, a rebeldia contra o quotidiano, a participação social e política têm um papel bastante importante na luta contra a alienação. A transformação do produto em mercadoria que gera lucro (mais-valia) demanda a transformação do próprio trabalho em mercadoria, vendida e apropriada como qualquer outra. Eis o reinado da alienação: o produto separa-se do produtor, ”enfrenta-o como ser estranho” meu trabalho, meu modo de ser no mundo não me pertence. Por esta via eu me separo de mim mesmo, do outro, da História.
O homem alienado é um homem desprovido de si mesmo. É preciso entender como o homem se constrói, para que saibamos como ele se nega. Foi através do trabalho que o homem se construiu.
O trabalho é ao mesmo tempo criação e tédio, miséria e fortuna, felicidade e tragédia, realização e tortura dos homens. O trabalho volta-se contra o seu criador, quem produz riqueza colhe miséria. No trabalho organizado na sociedade capitalista, ocorre uma ruptura, uma cisão, um divórcio entre o produto e o produtor, o trabalhador produz o que não consome, consome o que não produz. Aí a alienação implica ser e não ser ao mesmo tempo.
Quando o trabalho se transforma em mercadoria, passa a valer a quantidade de trabalho injectado na natureza e não mais a qualidade de trabalho. A mercadoria só será mercadoria na medida em que permita o lucro. O trabalho humano não só se transformou em mercadoria, como também em uma mercadoria especial. Uma mercadoria capaz de ser explorada, porque é comprada pelo preço da sua própria reprodução, ou seja, eu pago ao trabalhador que realiza o produto o necessário para que ele sobreviva e vendo o produto no mercado pelo valor que ele tem. O trabalho, modo de sobrevivência do homem, transformou-se em modo de exploração de um homem pelo outro.
Essa dupla relação -mercadoria e lucro promove a ruptura entre o homem e o seu próprio gesto, entre a acção e o dono dela, entre o trabalho e o seu produtor; eis como a alienação é gerada na nossa sociedade.
O trabalho também é uma via de identificação com o outro, insere-nos num grupo, numa espécie, iguala-nos e diferencia-nos dos outros indivíduos pela via do trabalho, eu significo algo para o outro e o outro significa algo para mim.
No trabalho alienado o outro apresenta-se-me como um ser estranho. A alienação inventa a solidão humana, transforma cada um de nós em seres irreconhecíveis perante o outro.
A razão da existência do capital é o seu próprio crescimento, não só se realiza quando cresce. Ou cria novas necessidades de consumo, ou se apropria de necessidades nunca dantes transformadas em mercadoria.
O capitalismo entra em crise de superprodução cíclica: enquanto faltar produtos o sistema está bem, quando eles existirem ocorrerá uma crise, embora as necessidades básicas estejam longe de serem satisfeitas. A produção, portanto, é consumo dos meios de produção, é consumo de força de trabalho e, por último, é condição para a produção. Uma mercadoria que não vem a ser consumida não se transforma em mercadoria, o consumo é um elo obrigatório na corrente da produção.
O consumo pode num 1ºmomento, alienar-te das relações de produção e consumo. Num 2ºmomento, transforma essa alienação e escravidão em liberdade e fantasia. Num 3º provoca a necessidade de consumir a fantasia que ela criou. O homem produz e não é dono do produto do seu trabalho, realiza-se num produto que se volta contra ele.
Em resumo, o processo de consciencialização, a rebeldia contra o quotidiano, a participação social e política têm um papel bastante importante na luta contra a alienação. A transformação do produto em mercadoria que gera lucro (mais-valia) demanda a transformação do próprio trabalho em mercadoria, vendida e apropriada como qualquer outra. Eis o reinado da alienação: o produto separa-se do produtor, ”enfrenta-o como ser estranho” meu trabalho, meu modo de ser no mundo não me pertence. Por esta via eu me separo de mim mesmo, do outro, da História.
1 comentário:
Por isso é que eu digo que não há sistemas perfeitos, pois acima destes estão os homens, que erram e de que maneira, mas mesmo assims entendo que a direita capitalista é dos piores sistemas vigentes sobre a terra.
Um abraço
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