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domingo, julho 30, 2006

Injusta e desumana agressão dum Estado contra outro


Na comunicação social estrangeira e nacional, o que se afirma à exaustão é que Israel ataca uma milícia religiosa, terrorista, o Hezbollah, que utiliza o espaço geográfico do Estado do Líbano como base de operações contra o Estado de Israel. E surpreendentemente, contando essa versão com apoio de algumas autoridades libanesas.

Aqui começa um dos aspectos mais nefastos e sofisticado dessa agressão do Estado de Israel, contra o Estado Libanês. Os meios de comunicação e de propaganda do imperialismo norte-americano e dos israelitas querem com essa forma de colocar o problema, descaracterizar a essência da crise actual que se desenrola entre Israel e Líbano. A tentativa isrealita-imperialista de destruir os estados nacionais soberanos daquela parcela do Oriente Médio, e de substituí-los por governos fantoches a seu serviço.

Essa guerra é parte da luta que aí se trava desde a década de 40 do século passado, contra a pretensão por parte do movimento sionista mundial, para que seja estabelecido na região, um Lar Nacional Judeu, sob a forma de um Estado Nacional - o actual Estado de Israel. Sendo usado para isso o território Palestino, e desalojando desse espaço geográfico, todo um povo que aí está estabelecido há séculos.

Nos limites dessa coluna, não cabe uma análise histórica exaustiva acerca desse conflito, que se desenrola a mais de meio século. Mas nesse longo período essa crise manifestou-se de acordo com a situação política mundial e do oriente. Num quadro de guerra-fria, tinha certas características, com o fim desta e no cenário de hegemonismo absoluto do imperialismo americano, assume outras. Com a ascensão de Busch ao governo nos EUA, e após o 11 de Setembro, passou a ser tratada dentro do quadro de guerra contra o terror. No mundo árabe, também essa resistência assume formas e conteúdos conforme o rumo político seguido pela região, ou melhor dito, por países chaves da mesma. Mas em qualquer momento, quando o mundo árabe se uniu na defesa de seus interesses maiores, a causa palestina fortaleceu-se.

Com o fim da segunda guerra mundial, e diante dos horrores que o nazismo infligiu a comunistas, judeus, ciganos, homossexuais e outros, a consciência democrática mundial apoiou a construção de um Lar Nacional para o povo Judeu. Uma resolução da ONU regulamentou a matéria, consagrando também aos palestinos direitos iguais aos judeus. O espaço cedido foi uma pequena parte da antiga palestina, então sob dominação do imperialismo britânico. Desde então palestinos e árabes resistiram às pretensões sionistas de terem como limites das fronteiras do nascente estado, aquilo que chamam de fronteiras bíblicas. Depois por sucessivas guerras de conquista, Israel ampliou as fronteiras que lhe haviam sido determinadas pela ONU. Tendo ocupado por décadas parte do Líbano, continuando a ocupar parte da Síria - colinas de Golan – e a maior parte da Palestina. Como corolário desse expansionismo israelita ampliou-se e aprofundou-se a resistência árabe, mormente a palestiniana. Nas décadas de 60/ 70 do século vinte, essa resistência era essencialmente laica, tendo assumido feição predominante religiosa dos anos 80 para cá.

É nesse contexto que surgem fortes movimentos político-religiosos, dos quais o Hamas na Palestina e o Hezbollah no Líbano são referencias maiores. Movimentos esses que paulatinamente vão ocupando o centro da resistência aos judeus em defesa dos direitos árabes, e também paulatinamente vão assumindo características políticas, inclusive participando de governos locais, como o Hamas na Palestina, onde dirige a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e no Líbano, onde o Hezbollah ocupa dois ministérios.

Esse pano de fundo pode facilitar-nos a compreensão da guerra em curso no oriente, mas não é suficiente para que aceitemos a justificativa política que está em curso naquela região: a de que o que se verifica hoje entre Israel e Líbano, é a luta entre um Estado Nacional, Israel, e um grupo de terroristas fanáticos, o Hezbollah. O drama por que passa aquela região, é o de que, um Estado Nacional expansionista, militarista e racista, o Estado de Israel, ataca um Estado Soberano, enfraquecido por anos de guerras e ocupação. O Hezbollah não é e não deve assim ser visto como um Estado dentro do Estado, ser um corpo estranho na vida do Estado Libanês.

O que está em curso no Líbano é um brutal ataque do governo israelita, contra um Estado soberano, detentor de uma história milenar, que registra episódios de resistência que vão da época de Alexandre o Grande, ao domínio do império romano, dos turcos, dos franceses. Nessa longa historia, se plasmou um povo, uma nacionalidade, e um Estado Nacional. Estado esse que situado em uma região geo-estratégica para os planos do imperialismo norte-americano, sofre de forma intensa os caprichos da política expansionista do imperialismo e do seu principal agente na região, o Estado de Israel.

No centro da resistência libanesa coloca-se a questão da luta pela unidade nacional como factor básico da existência de um Estado Libanês plural, laico, socialmente justo.

A força do apelo pela defesa do território, do espaço geográfico do lar nacional de um povo, é uma força ideológica muito poderosa, e a historia registra inúmeros casos de situações, também aparentemente desesperadoras, em lutas de defesa da nação e do povo, que foram vitoriosas, no que pese a enorme desigualdade de forças em combate. Lembremo-nos de De Gaulle, exortando os franceses a resistirem ao aparente imbatível exército do 3ºReich, ou de Mão Tse Tung, conclamando a união de todos os chineses, independente de colorações político-religiosas a enfrentarem e derrotarem o invasor Japonês, ou o Vietnan liderado pelo lendário Tio Ho (Ho Chin Min), aquela figura humana inigualável, a unir seu povo para derrotar os maiores impérios de uma época, primeiro o francês e depois o americano. Em todas essas lutas, a "questão nacional" esteve no centro das estratégias militares vitoriosas.

A construção de uma sólida e decidida unidade em defesa da nação de todos libaneses, é a condição preliminar para se colocar a resistência à agressão israelita num novo patamar. E considero, será a ‘condicio sine qua non’ para que os árabes em geral e os libaneses em particular tenham um desfecho vitorioso nessa luta que se desenvolve há tanto tempo.

por Ronald Freitas

domingo, julho 16, 2006

Encerrado para FÉRIAS, DIVIRTAM-SE!!!!!


Vão para férias e divirtam-se mas, de certeza, não será na Praia do Porto Pim.
Uns iluminados, que nos custam os olhos da cara, lembraram-se de fazer lá, AGORA, em plena época balnear umas obras de duvidoso efeito mas, sem dúvida, de completa falta de oportunidade.
Só lembrava ao diabo esperar por Julho e Agosto para construir, ALI, uns parques de estacionamento.

quinta-feira, julho 13, 2006

A alma, essa desconhecida


É uma dor de “alma” ver tantos(as) “almas-de-deus”, enganados por uns “almas-do-diabo” que os exploram prometendo libertá-los das “almas-penadas” de familiares que entregaram a “alma” ao criador.
Eles sabem que “almas-penadas” não existem mas fazem segredo, porque o segredo é a “alma-do-negócio”;
São uns “almas-do-c……”!!!!

"A alma é um furúnculo etéreo que afecta o corpo dos crentes. É um vírus que resiste à morte e tem direito a transporte gratuito para o domicílio que os padres lhe destinam.

A alma é um bem mobiliário que paga imposto canónico e, à semelhança das acções de empresas, hoje igualmente desmaterializadas, paga avença pela «guarda de títulos».

No mercado mobiliário as acções são transmissíveis e negociáveis. Apesar das fraudes sabe-se que correspondem a avos do capital social de uma empresa. A sua duplicação é burla e conduz à cadeia, salvo quando o Vaticano está implicado e impede a extradição do criminoso, como sucedeu com o arcebispo Marcinkus que JP2 protegeu, após a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano.

Quanto à alma, há suspeitas de haver um número ilimitado em armazém, o que exaspera os clérigos, encarregados do negócio, com o planeamento familiar. Não se sabe bem se a alma vai no sémen, se está no óvulo ou se surge através da cópula, um método pouco digno para tão precioso e imaculado bem.

Os almófilos andam de joelhos e põem-se de rastos sem saber se a alma se esconde nas mitocôndrias, nas membranas celulares, no retículo endoplasmático ou no núcleo e nos cromossomas, sem nunca aceitarem que seja o produto de reacções enzimáticas.

Não sabem se é alguma coisa de jeito no ovo, no embrião em fase de mórula ou no blastocito. Juram que aparece no princípio, sem saberem bem quando e onde está o alfa, ou quando aparece Deus a espreitar pelo buraco da fechadura e a arremessar aos fluidos a alma que escusa o entusiasmo de quem ama.

Após o aparecimento dos rudimentos da crista neural, só às 12 semanas o processo de gestação dá origem ao feto e falta provar que a alma, embora de qualidade sofrível, se encontra num anencéfalo ou que é de boa qualidade a que Deus distribui ao fruto de uma violação ou do incesto."
# um artigo de Carlos Esperança