Hoje, perante o facto de um licenciado (médico, por exemplo)
encarar o conceito de Deus com a mesma religiosidade demonstrada por um
servente de pedreiro analfabeto, continuo a interrogar-me: Será que o
licenciado não aprendeu nada, ou o analfabeto sabe muito?!…
Na verdade, crença e conhecimento (crer e saber) são
matérias que não cabem no mesmo saco. São como água e azeite. Não se misturam
nem têm índole semelhante. São, até, antagónicas, como o são os polos
magnéticos. Repelem-se. Mas a primeira pode encontrar-se em cabeças recheadas
com a segunda… quando se bebe da taça religiosa até ao fim, em catequeses e
missas, na meninice!
Espanto-me com a recusa, ou incapacidade, que esse indivíduo
intelectualmente superior tem, de apartar o mito do real! Acaba por fazer uma
salada com ingredientes que não ligam! O resultado dessa experiência culinária, só pode ser…uma estupidificante diarreia mental!…
… Obviamente (porque, realmente, não sou antropólogo, e não
obstante a minha tolerância) não me coíbo de criticar costumes da Igreja, e de
seitas religiosas que nascem como cogumelos em estrumeira para explorarem o
sentido religioso dos mais despossuídos de tudo: de dinheiro, de sentido
crítico, de qualidade de pensamento e de vida… e do resto.
Exploração que confirma o facto de Deus ser a pior invenção
do Homem, porque tem, na subtil clonação das mentes, um dos aproveitamentos
mais maldosos das religiões, criando “batalhões” que se servem de Deus para
explorarem, chularem, sugarem e vigarizarem os crentes, que são, sempre, as
vítimas culturalmente mais indefesas…
E isso devia constituir crime.
Onofre Varela