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terça-feira, agosto 16, 2005

Israel: o "plano de paz" imperialista


O plano Bush-Sharon, apesar da rejeição do Likud, visa justamente uma saída estratégica do ponto de vista dos interesses americano-sionistas. Os milionários gastos de segurança com a repressão aos palestinianos em Gaza seriam substituídos pela estruturação da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na faixa, base do que viria a ser o pretenso “Estado palestiniano”, enquanto os colonos israelitas concentrariam suas colónias na Cisjordânia, em áreas férteis e produtivas, longe de confrontos diários com palestinianos que estariam cercados e concentrados quase unicamente na Faixa de Gaza, entregues à miséria ainda maior. O próprio estatuto de maior ocupação israelita na Cisjordânia seria reconhecido, ou seja, fica legitimada a rapina de grande parte da chamada Palestina histórica, já que todo esse plano contaria com o aval da ANP e da ONU.

Essa expropriação das terras historicamente palestinas seria aceite pela ANP, com Mahmoud Abbas no seu comando, através da promessa de libertação de recursos para alimentar a corrupta cúpula da OLP e o seu aparato de repressão sobre o povo palestiniano. Sem essa condição, ou seja, no caso das massas palestinianas retomarem a Intifada e de continuarem os problemas internos em Israel, a situação já crítica dos EUA no Iraque passaria a ser caótica e poderia colocar em risco a almejada estabilidade capitalista de toda a região, hoje já um verdadeiro barril de pólvora.
A resistência popular e armada à ocupação americana no Iraque e Afeganistão, assim como a rapina dos territórios palestinianos pelo enclave sionista mantém-se firme, apesar de todo o esforço da ANP de dividir a luta de libertação nacional e “estabilizar” a Palestina, seguindo assim as ordens de seus amos imperialistas.
Com a morte de Yasser Arafat, o imperialismo americano e o seu enclave sionista sentiram-se mais livres para impor seu “plano de paz” contra-revolucionário em colaboração com a “nova” direcção da ANP. A “retirada” de Gaza e a ocupação completa da Cisjordânia estão voltadas a reforçar o domínio sionista nas terras ocupadas e colocar sob a responsabilidade da ANP a repressão aos próprios palestinianos.

Para que as aspirações do heróico povo palestiniano sejam conquistadas é preciso colocar abaixo a farsa da política imperialista de “dois estados” e combater pela destruição do enclave sionista.

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