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sexta-feira, setembro 16, 2011

TAL COMO O AUTOR, TAMBÉM SOU A FAVOR DO ACORDO ORTOGRÁFICO

1º - Porque não somos donos da língua portuguesa. Existem cerca de 225 milhões de lusófonos e nós, em Portugal, somos apenas 10 milhões. Fundámos a sociedade, mas detemos só 5 por cento das acções. Queremos mandar em quem? Esse notável instrumento de comunicação representa, a par das Descobertas, um dos nossos maiores legados para a cultura universal. Criámo-la, mas constituímos uma minoria das pessoas que a falam. Ela é já muito maior do que nós. Fernando Pessoa, cidadão da palavra, compreendeu isto quando afirmou, há um século: “A minha Pátria é a Língua Portuguesa”.
 2º - Porque considero necessário e útil um instrumento regulador. As línguas são vivas e tendem a diversificar-se em cada dia que passa. Basta pensarmos no crioulo de Cabo Verde e lembrar os escritos de Mia Couto. As pressões de outros países sobre os PALOPs não vão deixar de crescer e hão-de ter também repercussão linguística. Dentro em breve, com acordo ou sem ele, os livros escolares dos PALOPs serão feitos no Brasil, onde os custos de produção são mais reduzidos. As telenovelas brasileiras constituem um instrumento poderoso de divulgação da língua. Não somos suficientemente competitivos nessa área. Quer nos agrade, quer não, se a língua portuguesa perdurar no mundo, será na versão brasileira. 
 3º - Porque considero melhor existir um mau acordo do que não haver nenhum e deixar a língua à solta, sem nenhum mecanismo que tente, ao menos, regulá-la. São necessárias directrizes que exerçam um papel de contenção e de estruturação nas variantes que estão a nascer espontâneamente, um pouco por toda a parte. E, tanto quanto sei, o acordo nem é assim tão mau. Não sou linguista e mal me atrevo a meter a foice nesta seara mas, a meu ver, boa parte das alterações propostas vem apenas apressar uma evolução que iria ter naturalmente o mesmo resultado, anos mais tarde. Para que servem as consoantes mudas ou não articuladas? 
E não lhe chamem novo! Tem 19 anos, embora tenha sido recentemente ratificado por Portugal. Provavelmente, está ultrapassado. Nos “SMS” dos telemóveis, o K está a fazer ao QU, quando o U não se pronuncia, o mesmo que o F fez ao PH, tempos atrás. Mais tarde ou mais cedo, este fenómeno terá repercussão na escrita formal. Há questões que ultrapassam os acordos.
 Em primeiro lugar: quem irá cumpri-lo? Eu, não! Tenho 66 (ele e eu 56) anos e não vou mudar agora. Sou incoerente? Nem tanto. A mudança deve começar nos bancos da Escola Primária. Será opcional nas Universidades da Terceira Idade… A transição poderá ser fácil se a nova grafia conquistar o seu espaço no Windows. E os brasileiros? Sabem que são os mais fortes nesta área e que o tempo joga a favor deles. Será que o vão mesmo cumprir? Tanto dá! Acreditem ou não, tenho poucas saudades do tempo em que farmácia e outras palavras correntes se escreviam com ph.

 Escrito por António Trabulo

quinta-feira, setembro 15, 2011

Comer e calar é que não!


Li, por acaso, esta nota num "moral" do facebook, que não consigo “comer e calar” como se propõe.
Um jovem católico e social-democrata assumido, em início de vida profissional, acha que os seus “grandes” descontos não deviam servir para dar de mamar a quem viveu uma vida de trabalho, mas não teve carreira contributiva; a um desempregado no fim de vida activa; a quem , por qualquer razão, não tem uma família à “moda antiga”; à gravidez precoce (certamente condena o aborto); à “escumalha” que vive abaixo do limiar da pobreza; aos toxicodependentes; ciganos e ladrões (de galinhas).
Atira as culpas de minoração de todas essas necessidades e fragilidades sociais, para a má governação PS em especial Sócrates e conclui que o efeito gera a causa. Põe a culpa no eleitorado que ditosos governos elegeram.
É verdade que Sócrates duplicou a dívida externa, mas também é verdade que foi o PSD de Cavaco que desbaratou os fundos europeus e destruiu a agricultura, as pescas e a industria colocando-nos na total dependência externa, enquanto correligionários e banqueiros se abotoavam com os milhões que iam chegando. Se o desemprego hoje está a subir para valores descontroláveis é porque o nosso tecido produtivo foi destruído e, como lá fora, se privilegiou a especulação financeira.
Acha que merecemos toda a má sorte de impostos e cortes sociais, porque vivemos acima das nossas possibilidades e só temos de pagar e calar. Que o Passos de Coelho é o Salvador feito homem e tem a receita milagrosa: Mais e mais impostos, nenhum governo aumentou tantos (contra as promessas eleitorais) e cortes sociais sobre trabalhadores e reformados e nada sobre mais-valias e dividendos bolsistas nem o património milionário.
Há todas as razões e mais uma para protestar e para exigir uma governação que não acabe com o estado social nem a saúde e educação tendencialmente gratuitas e vá buscar o dinheiro onde ele está e não às migalhas dos desfavorecidos sociais, que já começam a passar fome.
Recuso-me a aceitar o retrocesso à caridade no adro da igreja. Quero beneficiar dos meus descontos, mas quero ser solidário e que haja direitos e deveres, na solidariedade social.
Também a mim há coisas que irritam!

domingo, setembro 11, 2011

Tão amigos (sócios) que eles eram!

Condeno o mais possível os atentados de 11 de Setembro de 2001 e o terrorismo da Al qaeda .
De igual modo condeno os atentados (contra civis) nuclear de Hiroshima e Nagasaki, de napalm no Vietname e o terrorismo dos EUA.
Nâo venham justificar o uso da bomba atómica como retaliação ao ataque ao Pearl Harbor, lembro que os japoneses usaram armas convencionais, atingiram fundamentalmente objectivos militares e que estavamos na 2ª guerra mundial, que também condeno, tratava-se dum objectivo expansionista e pela obtensão de recursos naturais, da mesma maneira os EUA fomentam e alimentam o terrorismo no médio oriente pelo controlo do petróleo.
Os Bin Laden são ou eram sócios da família Bush na fundação "Carlyle Group", maior fornecedora de armas bélicas para as forças armadas americanas e foram sócios durante muitos anos na prospecção de petróleo.
Deuses e religiões são a forma de arrebanhar o povo e coloca-lo à batatada e ao serviço de interesses dos senhores da guerra, tanto a oriente como a ocidente e tanto hoje como no passado.

sexta-feira, setembro 09, 2011

"Democracia" não é ditadura da maioria!


Eu só entendo “Democracia” como um sistema de defesa das minorias. Onde o sistema de controle dos poderes políticos é o governo da maioria, desde que seja garantido o direito à dignidade e à manutenção das características intrínsecas das minorias, sejam étnica, religiosa, política ou económica para que possam sobreviver e tornar-se eventualmente “maioria”. 

São as minorias que dão sentido à vida das “maiorias”.
São elas que oferecem diversidade e que verdadeiramente revolucionam a sociedade.