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quinta-feira, agosto 16, 2012

Eu estou de acordo com Onofre Varela

… O fenómeno religioso, embora me interesse culturalmente, nunca constituiu matéria de extrema importância para a minha vida. Não é daí que eu tiro o meu sustento, apesar de me sentir bem lendo, pensando e escrevendo sobre o tema, e sempre fui muito passivo perante as religiões e as opiniões dos religiosos. Só me afirmei ateu, convicta e conscientemente, quanto já contava mais de 40 anos de idade. Mantenho-me tolerante, mas, às vezes (muito raramente), “salta-me a tampa”! Não sou santo e já não tenho idade nem paciência para aturar insolentes.
Hoje, perante o facto de um licenciado (médico, por exemplo) encarar o conceito de Deus com a mesma religiosidade demonstrada por um servente de pedreiro analfabeto, continuo a interrogar-me: Será que o licenciado não aprendeu nada, ou o analfabeto sabe muito?!…
Na verdade, crença e conhecimento (crer e saber) são matérias que não cabem no mesmo saco. São como água e azeite. Não se misturam nem têm índole semelhante. São, até, antagónicas, como o são os polos magnéticos. Repelem-se. Mas a primeira pode encontrar-se em cabeças recheadas com a segunda… quando se bebe da taça religiosa até ao fim, em catequeses e missas, na meninice!
Espanto-me com a recusa, ou incapacidade, que esse indivíduo intelectualmente superior tem, de apartar o mito do real! Acaba por fazer uma salada com ingredientes que não ligam! O resultado dessa experiência culinária, só pode ser…uma estupidificante diarreia mental!…
… Obviamente (porque, realmente, não sou antropólogo, e não obstante a minha tolerância) não me coíbo de criticar costumes da Igreja, e de seitas religiosas que nascem como cogumelos em estrumeira para explorarem o sentido religioso dos mais despossuídos de tudo: de dinheiro, de sentido crítico, de qualidade de pensamento e de vida… e do resto.
Exploração que confirma o facto de Deus ser a pior invenção do Homem, porque tem, na subtil clonação das mentes, um dos aproveitamentos mais maldosos das religiões, criando “batalhões” que se servem de Deus para explorarem, chularem, sugarem e vigarizarem os crentes, que são, sempre, as vítimas culturalmente mais indefesas…
E isso devia constituir crime.
Onofre Varela